'Voltei da licença-maternidade grávida de novo, em uma empresa nova'

"Engravidei de Noah após algum tempo de tentativas, porque meu então marido tinha varicocele. Mas a gestação seguiu sem problemas. A surpresa foi quando o bebê tinha quatro meses e eu descobri que estava grávida de novo. Fiquei chocada, porque não estava preparada. Meu psicológico ficou abalado. Estava voltando da licença-maternidade em uma empresa nova, pois a companhia onde eu trabalhava havia passado por uma fusão.

Logo depois, descobri que a gestação de Eva era de alto risco. Tive uma lombociatalgia crônica e tinha tanta dor que teria que fazer repouso absoluto. Havia engordado 28 quilos na primeira gravidez, o que afetou minha coluna. Como tinha outra filha a caminho, não houve tempo para tentar perder um pouco de peso. A dor era tanta que eu tinha contrações e a bebê estava em risco.

Acabei sendo obrigada a tirar nova licença, dessa vez pelo INSS. Hoje sou joalheira, mas na época trabalhava com comunicação e me sentia culpada por ter voltado da licença grávida e ainda ter um problema de saúde. Eva era um bebê muito pequeno, eu tinha enjoo o tempo todo e não conseguia comer direito. E tinha que fazer fisioterapia para amenizar as dores.

Precisava de ajuda o tempo todo: para levantar, para sentar. Mas segurei a gravidez durante todo o tempo que podia. Era dificil ficar com dor sem poder trabalhar, malhar, viajar e contei com muito apoio da minha mãe.

Mais tarde, descobri que o líquido não estava muito bom. Nova preocupação. Como tive contrações por toda a gravidez, tomei um remédio para segurar o parto. Os médicos decidiram que era hora de nascer e, assim que cortei o remédio, entrei em trabalho de parto. Ela estava com 35 semanas, e teve o cordão umbilical envolto no pescoço. A médica conseguiu reverter.

Após uma gestação conturbada e um parto assustador, que quase terminou em cesárea, ainda tivemos que encarar três semanas de UTI porque Eva tinha uma má formação no estômago por ter nascido antes da hora. O primeiro ano foi muito difícil

Hoje tudo está ótimo e ambos estão lindos: ela tem 7 anos e Noah, 8.

Ter uma rede e bom acompanhamento médico é imprescindível. Quando o bebê está dentro da gente, fazemos o possível. Fiz tudo que os médicos mandavam e minha mãe me dava até banho — essa ajuda fez toda a diferença.

Acredito no que minha médica diz: 'gestação não é doença'. É maravilhoso mesmo, mas acontecem surpresas e por isso é importante ter os exames em dia, estar bem acompanhada. No meu caso, deu tudo certo!"

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Deborah Frattini Kovari, joalheira, 38 anos, mãe de Eva, 7 e Noah, 8

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