'Tomei anestesia geral, tirei a vesícula e descobri gravidez só no 5º mês'

"Em abril de 2022, fui fazer um check up com uma endócrino. O procedimento foi normal: exames de tireoide e ultrassom. Descobri que tinha uma pedra na vesícula e que precisava retirá-la. Fiz novos exames, que demoraram um pouco. Passei pela cirurgia em junho de 2022. No procedimento, tomei anestesia geral.

Descobri, no pós-operatório, que havia algo estranho no meu ovário. Segundo os médicos, poderia ser um cisto. Fiquei apavorada e demorei umas duas semanas para ter coragem de fazer o exame que me foi pedido para investigar o órgão com especialista.

Quando cheguei ao laboratório e começou o procedimento, me informaram que eu não tinha um cisto no ovário, e sim que eu estava grávida de 19 semanas. Como tenho ovário policístico, era normal ficar meses sem menstruar. E o preservativo que usávamos deve ter falhado.

Meu relacionamento estava apenas começando e fiquei em tamanho estado de choque que me deu dor de barriga. Chorei tanto que uma mulher me ajudou na rua, achando que eu estava passando mal. Decidi, então, ligar para o meu pai, que ficou felicíssimo com a notícia. Liguei para o meu irmão, que havia dito que eu estava diferente uns dias antes. Ele falou que minhas roupas estavam mais apertadas, mesmo.

Meu namorado foi perfeito: a gente se casou, em uma cerimônia linda, como eu sempre havia sonhado. Hoje ele é meu marido.

Cecília descobriu a gravidez avançada e se assustou
Cecília descobriu a gravidez avançada e se assustou Imagem: Acervo pessoal

Como descobri a gravidez já avançada, não senti enjoos, vontades, nem nada do que as mulheres costumam relatar. Já estava com quase cinco meses e não havia tomado nenhuma precaução: estava vivendo normalmente. Isso me deixou muito preocupada, pois havia inclusive tomado uma anestesia geral e o bebê podia ter morrido. Nada de ruim aconteceu, entretanto. Eu sempre quis ser mãe.

Tinha três empregos quando descobri a gravidez. Aquele em que eu era CLT foi maravilhoso: procuramos alguém para me cobrir na licença juntos e ainda ganhei um chá de bebê. Nos outros dois, trabalho como freelancer e em um deles nem precisei parar: continuei trabalhando pontualmente na licença, por minha opção. Na terceira empresa, que curiosamente era formada só por mulheres, fui dispensada 15 dias depois do nascimento do meu filho. Isso me deixou um pouco triste.

A gravidez foi a época da minha vida em que me senti ótima e, pela primeira vez, a barriga foi a parte do corpo de que mais gostei. Meu marido ia comigo a todos os exames e esse apoio foi fundamental para que eu ficasse tão feliz. Se a sensação da mãe reflete no emocional do bebê, acho que minha admiração pelo meu marido fez com que o Estevão amasse ainda mais o pai. Eles são muito ligados.

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Eu já imaginava o quanto seria gostosa a sensação de educar um bebezinho, mas, pra mim, a gestação foi tão boa que eu dizia que poderia passar mais dois anos grávida."

Cecília Vasconcellos, administradora, 33 anos, mãe de Estevão, 1 ano

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