Paula Barbosa: 'Médico da minha vida toda mentiu para mim na gravidez'

"Engravidei logo depois de gravar a novela 'I Love Paraisópolis', da TV Globo. Eu não tomava anticoncepcional, mas me cuidava com as datas. Troquei de celular e me enrolei com a atualização do aplicativo que usava na época. Quando vi, tinha tido relação na data fértil. Pensei: 'uma única vez, qual a chance?' Estava grávida! Não tinha planejado, mas já conversávamos bastante sobre o assunto e se acontecesse seria muito bem-vindo!

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Me surpreendi comigo mesma durante a gravidez: eu fazia um tratamento para problemas de sono e, desde muito nova, não conseguia dormir à noite. Isso acarretou crises horríveis de ansiedade. Quando descobri a gravidez, estava sendo medicada e tive que parar de tomar alguns remédios. Me apavorei, mas os hormônios da gestação me fizeram tão bem que foi a melhor época da minha vida. Digo sempre que a gravidez foi o meu melhor remédio!

O médico que me acompanhava era o mesmo desde que fui a primeira vez ao ginecologista e tratava a minha família inteira. Por isso, eu confiava muito nele, mas quando optei por um acompanhamento humanizado, percebi que não era o método dele. Estava grávida de seis meses, e fui à última consulta para informá-lo da minha decisão de não seguir o pré-natal, pois tinha muito carinho por ele.

Ao final da consulta, ele me entregou um pedido de internação para a manhã seguinte e me disse que eu estava com um problema cirúrgico. Não acreditei! Fui para casa arrasada e conversando com meu marido, percebi que alguma coisa estava errada. Ele disse para seguirmos o meu instinto. Na mesma noite, minha irmã conseguiu me encaixar com um especialista. Ele me analisou e perguntou por que eu estava lá. Contei a situação e ele disse que eu não tinha absolutamente nada. Minha gestação estava perfeita e o bebê, saudável.

Na manhã seguinte, desmarquei a cirurgia e fui a outro especialista que falou a mesma coisa. Me dei conta de que como eu iria seguir a gravidez com outra equipe, o médico criou essa situação para me 'prender' a ele. Era um médico conhecido, atendia muita gente famosa, tinha o ego nas alturas. Eu o amava e tudo o que ele falava era lei para mim. Foi um baque muito grande. Demorei para conseguir acreditar. Mas o fato é que, infelizmente, alguns médicos têm a vida das pessoas nas mãos e acabam manipulando pacientes que são leigos. Às vezes por dinheiro, às vezes por ego, mas o fato é que acontece — e muito.

Tomei a decisão de seguir o meu instinto e não fazer a cirurgia, mas o meu médico anterior continuava a me mandar mensagens dizendo que eu estava assumindo um risco muito grande e poderia perder o meu filho a qualquer momento. Algumas pessoas da minha família, que também confiavam nele de olhos fechados, ficaram com medo. Mesmo com outras opiniões médicas, eu estava indo contra o médico que me conhecia desde os meus 15 anos. Fiquei muito insegura, com medo, acabei não seguindo o caminho do parto humanizado, como eu queria e fiquei muito preocupada, acabava fazendo exames toda semana para ter certeza que estava tudo bem. Olhando hoje, penso que foi um filme de terror.

Eu chamava de instinto, mas era quase uma voz me dizendo que eu estava fazendo o melhor para o meu filho. Às vezes penso que era um anjo. Tive fé nesse sentimento. Estava tudo tão aflorado em mim, fisicamente e emocionalmente. Ser mãe conecta a gente com algo inexplicável. Uns chamam de divino, outros de essência — não sei ao certo, mas sei que algo acontece.

Paula Barbosa e o filho Daniel
Paula Barbosa e o filho Daniel Imagem: Acervo Pessoal
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Na reta final, eu já não aguentava mais de ansiedade. Queria pegar meu filho no colo, ver que ele estava bem. Só pensava em fazer o que fosse melhor para ele independentemente de atender aquilo que idealizei.

Tive uma cesárea tranquila. Daniel nasceu saudável e era a coisinha mais linda desse mundo. Me lembrar desse momento enche meu coração de amor.

Penso que tudo o que passei foi uma experiência que me fez amadurecer muito. Quando soube que estava grávida, eu só quis curtir, viver intensamente aqueles nove meses. Teve a questão dos remédios no início que me deixou tensa. Por isso, não li sobre parto, não pesquisei muito e acabei ficando nas mãos do médico. Digo para as futuras mamães que elas devem buscar conhecimento sobre esse momento. Tanto sobre toda a transformação da mulher, como da evolução do bebê. Cada semana é uma coisa nova, uma sensação nova. É importante a gente entender para não sentir medo. Cada gestação é única. Então quanto maior o entendimento, mais segura a mulher vai se sentir diante de tantas mudanças."

Paula Barbosa, 37 anos, atriz, mãe de Daniel, 6 anos

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