Mulher agredida pelo marido é salva após escrever carta: 'Já apanhei tanto'
A Polícia Militar do Tocantins prendeu um homem de 27 anos, suspeito de agredir fisicamente a esposa, além de manter a mulher e o filho de 2 anos em cárcere privado. O caso ocorreu na quarta-feira (13), no setor Três Poderes, em Araguatins.
O que aconteceu
A mulher e a criança eram mantidos em cárcere pelo suspeito desde a terça-feira (12). Impossibilitada de sair e pedir ajuda, ela escreveu uma carta e jogou na calçada. Uma pessoa achou o bilhete, leu o conteúdo e acionou a PM, que foi até o endereço.
Quando os agentes chegaram no local, a mulher estava próxima a uma janela, aparentava nervosismo e medo com a reação do companheiro, segundo a PM. Ela explicou que era mantida em cárcere dentro de casa com o filho após o marido ter visto alguns vídeos e mensagens no celular dela e se incomodo com o conteúdo.
Na carta em que pedia socorro, a mulher relatou que apanhava do marido com frequência e disse temer pela própria vida e a do filho. "Ele é muito esperto. Chame a polícia. Pede pra virem disfarçado porque é capaz de matar eu e meu filho. Já apanhei tanto. Tentam achar uma forma dele sair pra fora enquanto me tranco no banheiro e vocês levam ele. Chama a polícia".
No depoimento aos investigadores, ela confirmou que era agredida pelo marido. A mulher explicou que os dois mantinham uma relação "conturbada" e que era vítima de agressões físicas e verbais. Ela também descreveu o homem como uma pessoa "bastante ciumenta".
O suspeito foi preso, mas tentou resistir e os agentes precisaram imobilizá-lo e algemá-lo, de acordo com a PM. Ele foi levado para a Central de Flagrantes e encontra-se à disposição da Justiça do Tocantins. Na casa em que as vítimas eram mantidas em cárcere, a polícia apreendeu dois simulacros de arma de fogo que o homem usava para ameaçar a esposa.
Em caso de violência, denuncie
Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 190 e denuncie. Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.
Também é possível realizar denúncias pelo número 180 — Central de Atendimento à Mulher — e pelo Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.
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