Topo

Piroc* docinha? Sexo com comida pode ser gostoso, mas dá trabalho

Chantilly está entre os alimentos preferidos para a hora H; especialistas recomendam cuidados - Getty Images
Chantilly está entre os alimentos preferidos para a hora H; especialistas recomendam cuidados Imagem: Getty Images

Glau Gasparetto e Thaís Lopes Aidar

Colaboração para Universa

06/06/2023 04h00

A apresentadora e bailarina paulista Gaby Fontenelle, de 36 anos, não gosta de mesmice na cama. Entre as novidades que adota para esquentar o clima, já misturou sexo com alimentos e diz: é prazer em dose dupla.

Sua jornada começou com pedras de gelo "passeando" pelo corpo, mas não parou aí. "Meu namorado gosta quando uso leite condensado ou sorvete para o sexo oral nele, porque a gente acaba 'degustando mais'. Fica gostoso para ele e para mim também."

Ela não está sozinha: alguns casais gostam de usar alimentos no sexo — a prática, quando consensual, pode ser realmente interessante para aumentar o prazer. Especialistas em saúde, no entanto, recomendam cuidados.

Sorvetes são sempre requisitados na hora H. O gelato sabor menta foi escolhido duas vezes para momentos íntimos da modelo e influenciadora mineira Emanuelly Monteiro, de 27 anos. As experiências, entretanto, foram bem diferentes.

Proporciona uma sensação incrível. A primeira vez deu super certo e foi maravilhoso, um sexo bem refrescante. A segunda não foi tão boa assim. O gelado do sorvete acabou atrapalhando a ereção dele. É um alimento bom para usar na hora do sexo, mas não funciona para todos, não
Emanuelly Monteiro

Emanuelly - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Emanuelly teve duas experiências com gelato sabor menta
Imagem: Arquivo pessoal

Experiências boas e ruins

A coordenadora de comunicação carioca Raquel Dourado, 29 anos, também vê prós e contras, mas tudo depende do alimento a ser escolhido. Ela, que já levou para cama chantilly, leite condensado, gelo, cerveja, vinho e bala mentolada, revela que conheceu os dois lados da brincadeira: o prazer e a sujeira — no sentido mais prático da palavra.

A melhor experiência que tive foi com o vinho. Apesar da sujeira que faz na cama, o sabor e a sensação de beber vinho diretamente do corpo do parceiro foram incríveis
Raquel Dourado

Em contrapartida, o brigadeiro ocupa o posto de pior experiência.

"Acabei passando demais no membro do parceiro e, mesmo depois de tentar limpar com a boca, ainda ficou bastante melado. Ele acabou tendo de tomar banho para conseguirmos continuar. Aprendi a lição de não exagerar na quantidade."

Gaby - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Gaby Fontenelle conta que não gosta de mesmice na cama
Imagem: Arquivo pessoal

Inovação tem de ser consentida

A sexóloga e terapeuta sexual Jéssica Hintz afirma que levar alimentos para o sexo é algo habitual. "Toda inovação consentida é bem-vinda e tem muito a contribuir não apenas sexualmente, mas para a conexão e intimidade dos dois."

Muitas pessoas recorrem a alimentos e bebidas tidos como 'afrodisíacos', mas a grande verdade é: o que realmente funcionará será aquilo que o casal gosta
Jéssica Hintz

No começo, segundo ela, vale levar alguma fruta que ambos gostem para o momento a dois. Morangos, pitayas e outras variedades mais carnudas são opções. Também é possível pensar em bebidas e chantilly em spray, item que costuma agradar à maioria.

Se apelar para comida parece demais, a dica dela é investir em óleos saborizados, que são próprios para a prática e ajudam a "quebrar o gelo".

Tem risco?

A prática de misturar comida e sexo, porém, pode ter riscos. Segundo a uroginecologista Lilian Fiorelli, especialista em sexualidade, por mais que o alimento seja higienizado, não é possível saber se ainda existe nele alguma bactéria capaz de provocar uma infecção.

Outro grande perigo apontado pela médica é de alguma parte do alimento se desprender, ficar dentro da vagina e virar um meio de cultura para as bactérias ou favorecer o crescimento de fungos, levando à candidíase, por exemplo.

Por último, vale um cuidado extra com possíveis lesões causadas pela introdução, caso essa seja a escolha. "O formato do alimento precisa ser parecido com o de um pênis", destaca a médica, que não recomenda a prática.

Se der errado, busque ajuda

Para quem é adepto do sexo com alimentos, valem alguns cuidados.

"Quando for usar o alimento, precisa saber, de antemão, se existe algum tipo de alergia a ele. Se houver um contato inadvertido com qualquer produto alergênico, seja a própria fruta ou outra coisa, a primeira tarefa é retirar o alérgeno — ou seja, tirar o que causou alergia das partes íntimas. Depois, é importante lavar com água em abundância", ensina a uroginecologista.

Se isso não for suficiente, a médica orienta buscar o pronto-socorro, onde podem ser receitados anti-histamínicos e até corticoides. A ida à emergência não pode ser negligenciada, sobretudo em casos de lesões e sangramentos.

Parafilia?

Gostos fora do padrão podem levantar a suspeita se são só desejos excêntricos ou algo mais sério, como parafilia. A sexóloga assegura que não se trata disso.

"Parafilias são distúrbios psíquicos que se caracterizam pela preferência ou obsessão por práticas sexuais não aceitas, como exibicionismo ou sadomasoquismo", esclarece.

Quem tem alguma curiosidade, quer ter essa experiência, está consciente dos riscos e vai usar um objeto mais próximo a um pênis, precisa usar camisinha e estar confortável com isso
Lilian Fiorelli, uroginecologista

Para apimentar o sexo

Gel comestível

Vela hidratante

Kit com lubrificantes

Preservativo Prudence

Rodapé content commerce -  -