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Como Rafa Brites: imunidade baixa e candidíase são comuns depois do parto?

Rafa Brites pariu seu segundo filho há dois meses - Instagram
Rafa Brites pariu seu segundo filho há dois meses Imagem: Instagram

Mariana Gonzalez

De Universa, de São Paulo

20/04/2022 15h10

Rafa Brites deu à luz há dois meses seu segundo filho, Leon, e compartilhou ontem, nos stories do Instagram, que está sofrendo com imunidade baixa desde o parto, e que por isso teve várias gripes e viroses seguidas. Na sequência, ela comentou que também está com candidíase.

A candidíase é uma infecção vaginal causada por um fungo que já habita a flora de todas as mulheres, mas vive em harmonia com os outros componentes da flora vaginal, o que torna essa flora saudável. Segundo a médica Carla Betarelli, ginecologista e obstetra do Hospital e Maternidade Pro Matre, é bastante comum a imunidade baixar no período pós-parto. "Alguns fatores podem acarretar um desequilíbrio — e, neste momento, a candidíase se prolifera, e surgem os sintomas: ardência, coceira e fissuras na pele que incomodam muito e podem até virar uma situação de emergência", explica, em entrevista a Universa.

A ginecologista diz que os fatores mais comuns que podem desequilibrar a flora vaginal e causar a candidíase diabetes, consumo excessivo de açúcar e carboidratos, imunidade baixa e uso de antibióticos, os dois últimos relatados por Rafa Brites.

Candidíase depois do parto

Carla diz que a candidíase pode ocorrer depois do parto, como no caso de Rafa Brites, por alguns fatores específicos:

"Neste momento, a mulher está numa situação de fragilidade de imunidade. Normalmente sofre com a privação de sono, por conta do recém-nascido, se alimenta mal, por falta de tempo, está submetida a estresse, ansiedade", descreve, sobre o puerpério. "Além disso, ela pode sangrar por até 42 dias depois do parto, o que facilita a proliferação da candidíase porque deixa a região mais úmida e também mais abafada, pelo uso de absorventes e protetores".

É preciso romper tabu

Na sequência, Rafa Brites comentou que, quando revelou estar com candidíase, recebeu mensagens dizendo que ela estava se expondo demais, questionando por que ela estava falando sobre isso.

"Desculpa, gente, quem não toma antibiótico e fica com candidíase? É uma coisa muito normal. Só que ninguém fala, porque há todos os preconceitos em cima desse assunto. Se for para falar de candidíase, vamos falar. Se for para falar de hemorroida, vamos falar. Não estou nem aí. São tabus principalmente em cima da mulher", disse a apresentadora.

A médica vê a fala de Rafa com bons olhos — afinal, segundo ela, 75% das mulheres terão pelo menos um episódio de candidíase ao longo da vida.

"Quanto mais se expõe esse assunto, mais abertura outras pacientes terão para falar. É uma oportunidade para outras mulheres se sentirem representadas. Algumas sofrem com candidíase de repetição [quadros em que a candidíase aparece até três vezes por ano], está incomodada, precisa de um tratamento específico, mas nem sabe que tem esse quadro, porque não fala sobre o assunto"