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Força das mulheres na sociedade tem a ver com momento astrológico?

Mulheres unidas contra o patriarcado e mais conscientes de seu poder: o que a astrologia tem a ver com isso? - Liubov Trapeznykova/Getty Images/iStockphoto
Mulheres unidas contra o patriarcado e mais conscientes de seu poder: o que a astrologia tem a ver com isso? Imagem: Liubov Trapeznykova/Getty Images/iStockphoto

Camila Eiroa

Colaboração para Universa

26/10/2020 04h00

"A conjunção de Marte e Lilith em Áries trouxe à tona restrições à liberdade da mulher fazer escolhas por si mesma, influenciando na redução dos deslocamentos, na ameaça à autonomia e trabalho e também na oposição às decisões sobre o próprio corpo". Assim começa a resposta às perguntas para essa matéria da astróloga Verbenna Yin, que se dedica, entre outras coisas, a estudar as influências sociais dos trânsitos astrológicos.

A força das mulheres e a influência da astrologia

Segundo Verbenna, temos vários exemplos em sociedade de como esse posicionamento se manifesta na vida real das pessoas, um período no qual os direitos das mulheres (Lilith) ficam ameaçados pelo pensamento machista dominante (Marte). Embora a conjunção tenha se desfeito no dia 20, ela foi o pontapé inicial, lá em agosto, para que a gente note esse tipo de evento e se questione mais profundamente, "percebendo as sutilezas de cada situação e ampliando a compreensão sobre a injustiça das visões limitadas que a cultura impõe."

Marte é o planeta guerreiro, aquele que representa a força de vontade e o impulso, que por vezes pode ser violento. Por outro lado, Lilith é um ponto da trajetória lunar e representa, na astrologia, um momento de maior conscientização da energia feminina no mundo, não só em homens e mulheres.

Nessa conjunção, Marte pode conferir dinamismo e articulação para que as ações necessárias à garantia da igualdade feminina fossem e sejam colocadas em prática. De uma maneira geral, vai ficando cada vez mais evidente os pontos que ainda precisam ser desenvolvidos e trabalhados na consciência coletiva para superar as amarras da cultura patriarcal", explica a astróloga.

Desigualdade e fúria

Por ser um contato que aconteceu no signo de Áries, esse aspecto lunar oculto - Lilith - pode continuar refletindo a fúria perante situações de injustiça e desigualdade. Para Verbena, essa força furiosa pode nos fazer sair de um estado de paralisia e traçar transformações importantes para que o feminino tenha sua voz ouvida e respeitada. Com essa influência astral, podemos buscar um modelo de feminino mais destemido e ousado para criar soluções inovadoras.

"Para as mulheres, entrar em contato com esse ponto do mapa traz mais clareza sobre quais comportamentos ela sustenta para agradar uma figura que tem autoridade moral sobre ela e que na prática exerce alguma dominação emocional, a tornando dependente. Quando a mulher se dá conta disso, ela recupera o seu poder e se autoriza a crescer, ainda que isso desagrade ou não seja compreendido por todos", diz Verbena.

Mas se engana quem pensa que Lilith não é um ponto de interesse para os homens. Dentro da astrologia, pode simbolizar consciência sobre as polaridades e energias como complementares. Isso traz benefícios não só em um contexto social, mas em relacionamentos, inclusive os afetivos.

Um feminino mais livre

O resultado dessa interação foi a predominância de Marte sobre Lilith, o que pode ter trazido à tona eventos que simbolizam a dificuldade de lidar com um feminino mais livre e atuante. Retrocessos nos direitos que dizem respeito às mulheres podem ter sido cogitados inclusive no governo, mas o grito agora será por libertação.

"Num primeiro momento, presenciamos fortes embates nas ideologias através de eventos reais que trouxeram essa temática à consciência coletiva. Porém, conforme Marte vai se deslocando, ele também se afasta da Lilith, o que faz com que as pessoas repensem essas questões e vão assimilando a importância desses avanços não só para as mulheres, porque a igualdade de oportunidades beneficia a todos", defende a astróloga.

Ela destaca que algumas reflexões podem ter acontecido no período como um impulso pelo que vem por aí. Perceber que em determinadas situações podemos não ter agido como queríamos, esperando a validação alheia ou as respostas positivas de uma figura de autoridade faz parte do caminho para repensar nossas relações pessoais e fazermos escolhas que respeitem verdadeiramente a nossa natureza.

Desafios e benefícios

"O maior desafio é não se perder na indignação das constatações, pessoais e coletivas, a respeito do quanto a opressão feminina traz dor e sofrimentos reais. A um primeiro momento, essa indignação é importante para gerar o movimento de mudança, mas permanecer nesse tom não ajuda a consolidar essas mudanças", enfatiza Verbena, que acredita que para mudar comportamentos culturais, é preciso ter uma postura mais aberta ao diálogo e à negociação, características que são do pólo oposto à conjunção: Libra.

Já o maior benefício e o aprendizado que deve ser colocado em prática agora é a capacidade de reconhecer, com pensamento crítico, em que situações a desigualdade pode ser combatida: desde pequenos gestos no dia a dia, até em circunstâncias de maior alcance social.

"Quando muitas pessoas compreendem a fundo uma mesma questão, a forma de pensar coletivamente também se transforma e esse movimento vai se amplificando como uma onda. É um fenômeno humano que garante a nossa evolução enquanto espécie, e tudo tem sua correspondência nos astros. Afinal, 'assim na terra como no céu'."