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Erica Malunguinho é 1ª trans em lista de influenciadores da ONU: "Honrada"

A deputada estadual Erica Malunguinho (PSOL-SP) - Divulgação
A deputada estadual Erica Malunguinho (PSOL-SP) Imagem: Divulgação

Ana Bardella

De Universa

10/10/2020 14h32

Erica Malunguinho, deputada estadual de São Paulo (PSOL-SP), foi listada pela ONU (Organização das Nações Unidas) na segunda-feira (5) como uma das cem pessoas negras mais influentes do mundo em 2020. O Mipad, sigla em inglês para "Os Maiores Influenciadores Afrodescendentes" indica personalidades que se destacam em quatro diferentes categorias ao redor do mundo. Erica foi reconhecida no segmento "Política & Governança" e foi a primeira mulher transexual da história a constar na lista.

Outros nove brasileiros também foram nomeados, entre eles Iza e Léo Santana na categoria Mídia & Cultura; o senador Paulo Paim (PT-RS), no mesmo segmento de Erica; e a bailarina e ativista Ingrid Silva, na categoria Humanitarismo & Ativismo.

À Universa, a deputada que recebeu mais de 55 mil votos e foi a primeira mulher transexual a ocupar uma cadeira na Assembleia Legislativa do estado, falou sobre o reconhecimento.

"Ser reconhecida por um prêmio importante como esse é equivalente ao reconhecimento das pessoas que acreditaram neste projeto nas urnas e principalmente do que faz sentido na vida delas, que é o mesmo que faz sentido na minha: o fortalecimento do essencial que é uma mudança estrutural de paradigmas, o rompimento dos ciclos de violências tendo as humanidades garantidas", afirma Erica.

Ela disse ainda que considera "um alerta" o fato de ser a primeira pessoa trans a aparecer na lista. "Precisamos caminhar mais em relação à visibilidade das pessoas trans. Me sinto honrada, mas com os olhos voltados para a expansão dessa presença em premiações e, antes de tudo, na garantia de uma sociabilidade saudável", afirma.

"Digo isso pois o fato de não estarmos presentes [em premiações anteriores] não significa que não existimos, mas sim que fomos apagadas historicamente. O mundo ainda tem muito o que fazer para garantir a presença de pessoas trans longe dos estigmas e vulnerabilidades compulsórias."