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Denúncias de estupro em SP diminuíram 15% em 2020, diz Polícia

A principal hipótese para explicar a redução é de que abusadores têm mais controle sobre as vítimas no isolamento  - iStock
A principal hipótese para explicar a redução é de que abusadores têm mais controle sobre as vítimas no isolamento Imagem: iStock

De Universa, em São Paulo

19/08/2020 19h33

A Polícia Civil do Estado de São Paulo divulgou hoje que foram feitas 1.291 denúncias de estupro no primeiro semestre de 2020 — o número é 15,46% menor do que o registrado no mesmo período do ano passado.

Mariana da Silva Ferreira, médica legista do Hospital Pérola Byington, afirma que ainda não é possível saber o motivo dessa redução, mas a principal hipótese é que o período de isolamento social facilita que abusadores controlem suas vítimas e impossibilitem as denúncias.

"As teorias que existem seriam de que existiria uma maior dificuldade de registro, essas pessoas estariam sob maior controle desse agressor dentro de casa, controle total por conta do isolamento", afirmou em transmissão ao vivo promovida pela Polícia Civil.

Mariana ressaltou que essa hipótese não é uma certeza, já que o isolamento em São Paulo nunca foi total, e o número de denúncias já havia diminuído 11,48% entre o primeiro semestre de 2018 e o de 2019 — de 1.725 casos para 1.527.

Também foram divulgados os dados de estupros de vulnerável no estado: houve uma diminuição de 14,73% entre o primeiro semestre de 2019 e o de 2020, de 4.433 denúncias para 3.780. A principal hipótese para explicar essa redução também está relacionada ao isolamento, com o agravante da suspensão das aulas presenciais, que permitiam que professores acompanhassem o bem-estar das crianças.

Nesse caso, as denúncias vinham aumentando ano a ano: foram 3.562 em 2017, 4.383 em 2018 e 4.433 em 2019. De acordo com a legista, isso se deve ao aumento da conscientização da população.

Questionada sobre os possíveis sinais de alerta para violência sexual infantil, Mariana afirmou que não há uma "receita de bolo", mas qualquer mudança repentina no comportamento deve ser motivo para alerta.