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Naomi Campbell abre Semana de Paris com discurso sobre racismo na moda

Naomi Campbell no Met Gala 2019 - Theo Wargo/WireImage
Naomi Campbell no Met Gala 2019 Imagem: Theo Wargo/WireImage

De Universa, em São Paulo

06/07/2020 09h55

A Semana de Moda de Alta Costura de Paris começou hoje e quem deu o discurso de abertura da primeira edição virtual do evento foi a lendária top model Naomi Campbell. Para declarar oficialmente o início da Semana, ela fez um fala contra o racismo e cobrou equidade nos pagamentos na indústria da moda.

Usando uma regata estampada com a expressão "Fenomenalmente preta", Naomi fez um chamado coletivo para que o seguimento combata a desigualdade racial.

"A luta por equidade e diversidade tem sido uma longa jornada na sociedade e na indústria da moda. Hoje, em 2020, nós temos um longo caminho a percorrer e chegou o momento de cobrar o mundo da moda coletivamente sobre desigualdade nos nossos espaços de trabalho e na nossa indústria", declarou.

Incentivada pelos protestos recentes do Black Lives Matter, a top model citou Nelson Mandela e disse que há um "sentimento de urgência" para endossar o movimento. "Nelson Mandela disse 'ação sem visão é apenas passatempo, visão sem ação é meramente sonhar acordado, mas visão com ação pode mudar o mundo'", lembrou Naomi.

Naomi seguiu o discurso convocando Paris para a mudança. "Paris é a casa da revolução, além de ser palco central e líder da moda. Esse é um chamado para a ação que nós estamos fazendo e esperamos que essa conversa que está começando agora perdure o quanto necessário", afirmou.

"Cabe a nós. Cabe a vocês começar a forçar a inclusão das múltiplas identidades que compõem os nossos países", disse.

"Chegou a hora de construir uma indústria com mais equidade. Agora é, mais do que nunca, compulsório que sejam incluídas de forma permanente, não de forma transitório, é o momento de ter conversas frequentes com minorias nos países e culturas que são atores invisíveis nessa mega indústria", continuou. "Isso começa agora na França", concluiu.

As manifestações contra o racismo e a brutalidade policial tomaram o mundo depois da morte do segurança George Floyd, na cidade de Mineápolis, no estado americano de Minnesota. Ele morreu asfixiado após o policial Derek Chauvin pressionar o joelho contra seu pescoço por mais de 8 minutos.