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Ela virou sugar baby e ele banca seus estudos: "Sexo foi de forma natural"

Carol Garcia vive Sabrina em A Dona do Pedaço - João Miguel Júnior/Globo
Carol Garcia vive Sabrina em A Dona do Pedaço Imagem: João Miguel Júnior/Globo

Christiane Ferreira

Colaboração para Universa

10/10/2019 04h00

Você já deve ter ouvido falar sobre o termo sugar baby. Ele é usado para caracterizar uma mulher jovem que desfruta de bons momentos ao lado do seu sugar daddy (SD), geralmente um homem mais velho, bem-sucedido, disposto a oferecer mimos (termo usado para os presentes), como roupas, viagens, sapatos; além de dinheiro para contas pessoais como cartão de crédito, despesas de casa, tratamentos estéticos e estudos.

O relacionamento, ou sugar dating — namoro doce —, é acordado no início e por isso nem sempre rola sexo, depende de cada casal. Um dos exemplos desse tipo de relação é o que acontece na novela A Dona do Pedaço, em que o sugar daddy Otávio, interpretado por José de Abreu, financia todos os desejos de sua sugar baby, a personagem Sabrina, interpretada por Carol Garcia.

Na vida real

Fora da TV, há sites que facilitam a união desses 'casais açucarados'. A seguir, veja o depoimento de Michele B., 22 anos, do Espírito Santo, que se tornou sugar baby há três anos.

"Há três anos uma amiga me apresentou um site sobre sugars. Tinha visto anúncio em uma rede social e me interessei, justamente pela discrição. Como a maioria paga para estar ali (pelo menos os homens), as condições financeiras dos participantes são melhores. As mulheres pagam se não quiserem esperar o tempo que o site dá até que sejam aprovadas, o que leva cerca de uma semana. Tem de tudo. Algumas sugars pretendem um relacionamento sério, outras não. Tudo vai depender da conversa.

Um dos primeiros daddies que conheci foi um empresário de São Paulo. Casado, dizia que queria se separar da mulher e pediu que eu me mudasse para lá. Não aceitei, mas continuamos conversando e nos conhecendo. Na época, eu tinha ido morar com a minha irmã. Então ele veio me conhecer e passar um fim de semana na minha cidade. Me ajudou a comprar os móveis, roupas e ainda deu R$ 2 mil para pagar o meu cartão. Mas eu não queria um relacionamento justamente por ser casado e morar longe; eu tinha minha vida e não estava disposta a abrir mão.

Depois, comecei a conversar com o dono de uma empresa, que me conseguiu um emprego de recepcionista de um dia pro outro. Também quitou a dívida do meu cartão. Na época, ele disse que nem precisaríamos nos conhecer pessoalmente. Mas nos encontramos e nos tornamos amigos.

Após um ano, mudei para outro site. Hoje estou com o mesmo daddy há dois anos. É um empresário, separado, solteiro, bem-sucedido; tem por volta de 40 anos. Não é um relacionamento sério, mas fixo, pois moramos próximos.

Com a ajuda dele, tirei a minha CNH (Carteira Nacional de Habilitação) nas categorias A, B e D. Ele está dando uma força para conseguir um bom emprego para mim. Inclusive, pensa em montar um novo negócio e me convidou para trabalhar com ele. Atualmente, eu curso Segurança do Trabalho, custeado 100% por ele. Assim que terminá-lo no ano que vem, pretendo estudar Logística ou Administração.

Nos vemos de duas a três vezes na semana. Ele está sempre pronto a me ajudar e me proporciona tudo o que preciso. Não há uma quantia mensal de dinheiro fixo na minha conta, mas sei que posso contar com ele. Temos muitas afinidades, nos damos bem e gostamos de conversar. Vamos a bares, lanchonetes, churrascos. Às vezes, o papo rola a tarde inteira. Quando dá, viajamos para o Rio de Janeiro. Já tive convite para uma viagem internacional e estou providenciando meu passaporte.

O meu daddy não é muito romântico, mas o sexo acabou acontecendo de forma natural. Não foi algo do tipo: vamos fazer uma troca. No entanto, quando temos alguém que nos ajuda, nos apoia, acaba acontecendo algum tipo de sentimento. Não sou apaixonada, pois sou difícil de me apaixonar. Tive apenas dois relacionamentos fixos.

Já tive propostas estranhas de alguns homens que acham que sou garota de programa. Logo bloqueio. Prefiro conversar antes e ver se tenho algum tipo de afinidade. Nem sempre rola um encontro. Converso com muitos daddies que não gostam de mulheres que já chegam com uma abordagem sexual, pedindo dinheiro em troca. Eles falam que sou diferente, pois gosto de conversar.

Não pretendo ficar na situação de sugar por muito tempo. Continuo no site para ver se rola algum tipo de afinidade ou talvez eu me apaixone. Quero concluir meus objetivos, que é acabar meu curso, fazer faculdade e ter meu próprio sustento."