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Caso Mariana: laudo confirma estupro, e suspeito vira réu por três crimes

Estudante de fisioterapia Mariana Forti Bazza, 19 - Arquivo pessoal
Estudante de fisioterapia Mariana Forti Bazza, 19 Imagem: Arquivo pessoal

Wagner Carvalho

Colaboração para Universa, em Bauru (SP)

10/10/2019 22h28

Um laudo do Instituto Médico Legal (IML) de Araraquara (SP) apontou que Mariana Forti Bazza, 19, foi estuprada antes de ser morta na manhã do dia 24 de setembro. O documento foi anexado hoje à denúncia oferecida pelo Ministério Público (MP) contra Rodrigo Alves Pereira, conhecido como Rodriguinho, 33. Agora, além do latrocínio, o MP incluiu na peça os crimes de estupro e ocultação de cadáver.

A denúncia oferecida pelo MP foi aceita pela Justiça no final da tarde de hoje, tornando Rodrigo réu pelas três acusações. No dia da morte, Mariana aceitou ajuda do suspeito para trocar um pneu furado do carro dela e seguiu com ele para uma chácara onde ele trabalhava, em frente à academia que ela frequentava. O corpo da estudante universitária foi encontrado no dia seguinte em um canavial.

Inicialmente, o suspeito admitiu o crime, mas depois alegou ter sido obrigado pela polícia a fazer a confissão e voltou atrás, negando ter matado Mariana.

No inquérito policial, entregue ao MP na quinta-feira passada (3), o delegado responsável pelas investigações, Durval Izar Neto, anexara apenas o laudo com a causa da morte - asfixia mecânica -, já que o exame sobre o possível estupro ainda não estava finalizado. O inquérito concluiu também que o suspeito havia roubado a bolsa, o celular, o som automotivo e o carro da vítima.

No momento em que o inquérito policial foi entregue ao MP, o delegado disse que os resultados dos demais exames realizados com o material colhido no corpo da vítima poderiam ser incluídos posteriormente, o que aconteceu hoje.

O advogado Evandro Demétrio, nomeado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para defender Rodrigo Pereira durante a audiência de custódia, não foi encontrado pela reportagem do UOL para comentar o caso.

Indignação da família

A família de Mariana Bazza manifestou sua indignação ao saber mais uma vez pela imprensa de um novo passo da investigação, desta vez a confirmação de estupro. No dia em que o corpo da jovem foi localizado pela Polícia Civil, a mãe da jovem, Marlene Bazza, afirmou nas redes sociais que ficou sabendo pela TV.

De acordo com um dos familiares, Marlene passou mal ao saber pelo noticiário que a filha foi estuprada. "Está complicado, nós não fomos comunicados, a família da Mariana que está passando por esse pesadelo sem fim nunca sabe de nada por meios oficiais, sempre tomamos conhecimento dos fatos pela imprensa", disse o parente, sob anonimato.

O crime

Mariana e a amiga Heloísa saíram da academia por volta das 8h do dia 24 de setembro. A colega disse à polícia que pegou sua motocicleta e saiu em direção ao trabalho. Já Mariana, segundo câmeras de segurança que estão de posse da Polícia Civil, dirigiu-se até seu veículo e notou que o pneu estava murcho.

Nesse instante, as câmeras flagraram um homem se aproximar dela e oferecer ajuda para a troca do pneu. O rapaz conversou com Mariana e logo em seguida se dirigiu para uma chácara em frente à academia. Ainda de acordo com as imagens do circuito interno de segurança, após conversar com o rapaz, Mariana entrou no carro e o guiou para dentro da chácara. Cerca de uma hora depois, o veículo de Mariana saiu da propriedade.

Ainda na noite do dia 24, a Polícia Civil prendeu o suspeito Rodrigo Pereira Alves, conhecido por Rodriguinho. Na quarta-feira (25), de acordo com a delegado Durval Izar Neto, o suspeito confessou o crime e apontou onde havia abandonado o corpo da jovem. Em audiência de custódia, ele voltou atrás, negou ser o autor do crime e disse que uma terceira pessoa estaria envolvida. A história foi classificada pela Polícia Civil de Bariri como fantasiosa. O suspeito teve sua prisão preventiva decretada pela Justiça.