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Batalha contra os furinhos: novos tratamentos para amenizar a celulite

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Imagem: iStock

Paula Roschel

Colaboração para Universa

23/09/2019 04h00

A gente sabe que (quase) toda mulher tem. Leve, moderada ou severa, se há um corpo feminino, a celulite não se envergonha de dar as caras. Apesar de encarada cada vez com mais naturalidade -graças também a famosas como Anitta e Demi Lovato, que ajudam a desmistificar a incidência dos furinhos-, ela não deixa de ser uma das principais queixas estéticas nos consultórios dermatológicos do país.

Acompanhando o interesse das mulheres, novos tratamentos (ou velhos que renascem com outras roupagens) sugerem para tentar aplacar o incômodo dos furinhos para quem busca um consultório. Mirando casos mais severos, uma das novidades do mercado é o Goldincision, espécie de subcisão com injeção de bioestimulador de colágeno.

Outra manobra em destaque, com foco na redução da aparência de celulites brandas, é a plataforma Exilis Ultra 360, uma radiofrequência monopolar. Antes de falar das novidades, uma explicação sobre o problema.

(Quase) Todo mundo tem

A celulite é, basicamente, um depósito de gordura sob a pele que acomete 95% das mulheres. Sua causa não é totalmente conhecida, mas o que se sabe é que fatores hereditários têm peso significativo. Antigamente, ela era classificada por grau, com a de grau 1 sendo a mais branda e a de grau 4 a mais intensa.

Hoje, a escala usada é o método "Cellulite Severity Scale". Nele, são considerados o número e profundidade das depressões cutâneas, aspecto das áreas elevadas, presença de lesões elevadas, presença de flacidez e os graus da antiga medição.

Por meio da pontuação de cada um dos itens, ela pode ser considerada leve, moderada ou grave. "Nos casos mais avançados, a celulite pode até causar dor, já que promove a compressão de terminações nervosas locais, comprometendo a qualidade de vida", diz Simone Neri, dermatologista de São Paulo.

Para combater celulite grave

Para casos severos de pele com aspecto de casca de laranja, há no mercado um tratamento híbrido que promete bons resultados. Batizado como Goldincision, o protocolo é uma mistura de corte dos septos fibrosos com o uso de bioestimuladores de colágeno, como o ácido poli-L-láctico ou a hidroxiapatita de cálcio.

O passo a passo começa com a inserção de uma agulha de ouro na região afetada pelo relevo heterogêneo. Com isso, ocorre o descolamento dos furinhos existentes, através de movimentos paralelos com o instrumento. "Enquanto elimina os septos, estruturas repuxam a pele para baixo, a região tratada recebe doses de estimulador de colágeno", diz Roberto Chacur, cirurgião da Sociedade Brasileira de Laser em Medicina e Cirurgia (SBLMC), de São Paulo. O ativo vai melhorar a flacidez a médio prazo e, já no momento do procedimento, dará aspecto mais liso para a área. Por ser invasivo, é necessária a utilização de anestésico local.

Não existe preparo. Depois da intervenção, a paciente poderá realizar as atividades diárias normais, mas é preciso evitar sol e exercícios físicos por sete dias. Já na primeira sessão é possível notar redução de inchaço, melhora da circulação e estimulação de colágeno. Para celulite muito severa, são necessários até três encontros de uma hora.

Apesar de ser relativamente simples, a prática não é isenta de riscos, como formação de hematomas no local do procedimento, contaminação secundária e até mesmo pigmentação pós-inflamatória. Já os bioestimuladores de colágeno podem ter reações adversas imediatas ou tardias, como inflamação, inchaços, formação de nódulos, infecções, hipersensibilidade aguda e até complicações vasculares.

A paciente deve retornar ao consultório em 30 dias.

Para celulite leve

Para celulites brandas, especialistas indicam tratamentos menos invasivos. "Existem alguns aparelhos, como as radiofrequências monopolar, bipolar e multipolar e a carboxiterapia que conseguem resultados a médio prazo contra graus mais leves de celulite", diz Roberto Chacur.

Nas clínicas dermatológicas do país, o que vem ganhando destaque é o tratamento com radiofrequência monopolar Exilis Ultra 360. A máquina que esquenta a camada interna da pele até 43°C age especialmente quando existe alterações de relevo associadas à flacidez. "A radiofrequência monopolar faz com que a energia entre no corpo do paciente com intensidade, estimulando a formação de colágeno. Simultaneamente, também trata depósitos de gordura", diz a dermatologista Larissa Kirylko Matos Barion, de São Paulo.

A sessão dura, em média, 45 minutos e pode ser incômoda para que tem pouca tolerância ao calor.

Goldincision

O que é: Método que usa uma agulha de ouro para romper as fibroses da celulite e injeta na região um bioestimulador de colágeno para melhorar a firmeza da pele
Resultados esperados: Diminuição das ondulações características da celulite e melhora da flacidez
Duração: A sessão dura, em média, uma hora
Quantidade de sessões: Até três, mas boa parte dos casos já é resolvido com uma sessão
Contraindicação: Gestantes, pacientes com inflamação na área do tratamento ou problemas de saúde, com quelóide e indivíduos com sensibilidade ou alergia ao bioestimulador
Manutenção: Precisa de avaliação anual
Valor da sessão: A partir de R$ 6.000

Exilis Ultra 360

O que é: Radiofrequência monopolar que eleva a temperatura local até 43ºC para estímulo da produção de colágeno. Ele também diminui depósitos de gordura
Resultados esperados: Pele mais firme e homogênea em poucas sessões
Duração: Em média, 45 minutos
Quantidade de sessões: Seis sessões. Elas devem obedecer a uma pausa semanal
Contraindicação: Gestantes, pacientes com marca-passo e sensibilidade severa ao calor
Manutenção: Semestral
Valor da sessão: A partir de R$ 350