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Dicas que toda gestante deveria seguir para proteger sua saúde mental

Fazer algo relaxante e estar com os amigos são os trunfos para viver plenamente este período especial - Getty Images
Fazer algo relaxante e estar com os amigos são os trunfos para viver plenamente este período especial Imagem: Getty Images

Heloísa Noronha

Colaboração para Universa

29/07/2019 04h00

A gravidez é um período cheio de mudanças físicas e emocionais. Com os hormônios em ebulição e a ansiedade típica do período, em que as mulheres se conscientizam da responsabilidade do novo papel que terão de desempenhar em suas vidas, muitas acabam sofrendo com dúvidas, medos e anseios. Confira, mês a mês, o que toda grávida pode e deve fazer durante os nove meses para se sentir mais confiante, calma e otimista.

1º mês

O resultado do exame deu positivo? Parabéns! Pode se entusiasmar à vontade, mas saiba que é importante tentar manter a tranquilidade e evitar fazer planos em excesso. Curta a descoberta e lembre-se que a previsão é de nove meses para organizar tudo, então não precisa se desesperar! Com tranquilidade e planejamento, há tempo de sobra. Se você faz o tipo sugestionável, procure se afastar um pouco das redes sociais sobre maternidade para não alimentar angústias e pensamentos ruins. O obstetra é a pessoa indicada para orientá-la e sanar todas as suas dúvidas.

A decisão de esperar o terceiro mês de gestação para anunciar a gravidez é muito pessoal. Como os três primeiros meses são os que mais oferecem risco de aborto espontâneo, há quem opte por guardar segredo até o fim desse prazo. No entanto, se você não consegue conter a emoção e quer logo espalhar a novidade aos quatro ventos, organize um momento especial com a família e os amigos para fazê-lo.

2º mês

Para diversas mulheres, o segundo mês é marcado por enjoos, principalmente no período matinal. Muitas ainda acreditam numa antiga crença de que o mal-estar revela rejeição e incômodo com a gestação. Nada disso: os enjoos nada mais são do que uma reação fisiológica
devido à alta de certos hormônios no seu corpo, que têm como objetivo "acolher" e "reter" o bebê no seu útero, e não o contrário.

Para se sentir melhor, beba bastante água e, quando possível, permita-se dormir um pouco mais, pois isso ajuda a descansar o corpo e a mente. Outra medida positiva é ir a um parque ou fazer uma atividade prazerosa ao ar livre, o que gera bem-estar e motivação para curtir o resto do dia.
Mais uma ideia é ler um livro com um tema de interesse, o que ajuda a desligar das preocupações do dia a dia.

3º mês

Viagens curtas a dois, desde que autorizadas pelo obstetra, são uma excelente oportunidade para fortalecer a parceria, o vínculo e o afeto. É comum que o par fique tão animado com a gestação que ambos acabam esquecendo de namorar e investir na intimidade. Lembre-se: a libido e o desejo sexual não diminuem necessariamente com a gestação -- assim, se não houver recomendação médica de abstinência sexual, aproveitem o momento.

Atividades relaxantes como meditação costumam ter ótimo efeito sobre as emoções da futura mamãe. Aliás, exercícios físicos também ajudam a manter a ansiedade sob controle. Apenas tome cuidado de conversar com o médico antes, pois cada caso é um caso. Ioga, caminhada, natação e hidroginástica são as mais recomendadas.

Não descuide, também, de ocasiões de autocuidado, como combinar de almoçar com uma amiga ou tirar o sábado para fazer um spa caseiro.

4º mês

A fase dos enjoos e do sono excessivo, felizmente, passou. O segundo trimestre é marcado por mais energia e disposição. Que tal aproveitar esse ânimo turbinado para fazer alguns exercícios de autoconhecimento? Uma proposta é comemorar suas conquistas e refletir sobre as coisas boas que aconteceram em sua vida, de preferência montando uma lista.

O exercício mental aumenta a sensação de capacidade e de segurança e a torna mais confiante para começar, desde já, a exercer o papel da maternidade. Passe um tempo com você mesma e converse consigo para organizar seus sentimentos. Perdoe-se no que achar necessário, ressalte aspectos positivos e aprenda com os negativos.

Você também pode procurar um grupo de apoio ao parto e/ou pós-parto para criar uma rede de parceria e fazer novas amizades. Nessa etapa, é possível que suas roupas já comecem a ficar apertadas. Invista em peças que possam acompanhar os próximos meses e o pós-parto com conforto, de forma que se sinta elegante e bonita.

5º mês

É um bom momento para planejar como e quem será sua rede de apoio para o pós-parto. Fatores que devem ser levados em consideração: apoio da família e amigos, quem vai cuidar do bebê após o término da licença-maternidade, se vai manter ou diminuir a jornada de trabalho, quais referências (babá, creche) precisa buscar etc.

Seja lá qual for a sua escolha -- dar um tempo na carreira, ficar em casa até o filho crescer um pouco ou seguir na ativa --, faça-a com consciência, bom senso e, principalmente, livre de culpa. Se você se sentir bem e feliz com sua opção, a criança também se sentirá. E nenhuma dessas escolhas precisa ser definitiva, certo? Respeite os seus limites. Reflita sobre outras áreas de sua vida e sobre o que é possível desacelerar e delegar. Você não tem que dar conta de tudo, viu?

6º mês

Comece a preparar o quartinho e o enxoval do bebê para ter tempo de fazer tudo com sossego e livre de ansiedade na reta final. Fazer as compras dos itens necessários pode ser ainda mais divertido se você puder conciliar a missão com suas amigas mais próximas.

Aproveite o final do segundo trimestre para organizar o que está desorganizado em sua casa. Preparar o "ninho" para receber o bebê promove uma sensação gostosa de bem-estar e ajuda a ocupar a mente e o corpo.

Com a proximidade do parto, é possível que logo mais você se sinta ansiosa e preocupada. Converse sobre seus anseios e dúvidas com as pessoas mais próximas: o par, sua mãe, a amiga mais chegada, o obstetra... Não guarde nem fique remoendo sentimentos.

7º mês

Entre no quartinho do bebê, fique lá alguns instantes e perceba como você se sente nele -- e se vivenciar ansiedade ou medo, não hesite em conversar com o obstetra e/ou um psicólogo. Nenhuma gestante deve ter vergonha ou receio das reações diante de uma mudança de vida tão significativa e importante. Sentir um certo pavor ou até duvidar das suas habilidades nem sempre têm relação com o fato de amar o bebê ou ser uma boa mãe para ele.

Cuide de seu corpo com carinho. A reta final vem acompanhada de pés e mãos inchados, baixa disposição, dificuldade de se movimentar e até de dormir. Não se aflija nem se compare com outras mulheres. Paciência e aceitação do seu ritmo são muito importantes, assim como pedir orientação ao obstetra sobre a melhor posição para descansar e ouvir dicas para atenuar o inchaço e as dores nas costas. Procure descansar o máximo que puder.

8º mês

Hora de registrar em fotos o barrigão! E, ainda, de procurar informações adequadas sobre o pós-parto. Reserve um momento tranquilo do dia para se conectar e conversar com o bebê, o que fortalece o vínculo entre vocês. Ouvir música suave ajuda a manter as emoções sob controle e acalma também a criança. É fundamental, também, conversar bastante com o parceiro desde já sobre os combinados e a divisão de tarefas com a chegada do bebê, a fim de evitar estresses.

9º mês

Assistir a séries e filmes com uma pegada mais romântica ou de comédia pode ser uma boa forma de se distrair enquanto o dia D não chega. Muitas grávidas se queixam que o último mês dura uma eternidade para passar, mas na verdade a ansiedade e o cansaço afetam nossa percepção de tempo.

Procure passar o tempo com pessoas agradáveis e que a distraiam. Evite gente que só critica, que faz perguntas inconvenientes ou que dá palpites ruins e não solicitados. Tudo de que você NÃO precisa nesse momento é se ser afetada com a negatividade alheia.

Vá ao salão de beleza para cuidar dos cabelos e das unhas e aproveite para fazer um escalda-pés ou uma massagem relaxante. Não se esqueça de meditar ou de apenas ficar em silêncio para entrar em contato com seu corpo e seus pensamentos. Pense somente em coisas boas.

FONTES:
Julia Bittencourt, psicóloga especialista em psicologia perinatal e parentalidade, do Rio de Janeiro (RJ); Mariana Bonsaver, psicóloga da Maternidade Pró-Matre Paulista, em São Paulo (SP); Rita Calegari, psicóloga da Rede de Hospitais São Camilo, em São Paulo (SP)