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Beleza na Gravidez: 10 dicas para se cuidar durante os 9 meses de gestação

Cuidados para o corpo durante a gravidez - Getty Images
Cuidados para o corpo durante a gravidez Imagem: Getty Images

Geiza Martins

Colaboração para Universa

09/04/2018 04h00

Quando o assunto é gravidez e beleza, há prós e contras. Por exemplo, seus cabelos nunca estarão mais saudáveis do que durante a gestação. Eles ficam fortes, brilhantes, o frizz diminui... é uma maravilha. Porém, temos que manter os fios brancos (será mesmo?), lidar com o inchaço e a possibilidade de estrias e melasma (aquelas manchas escuras recorrentes em grávidas).

O melhor a fazer é entender o que acontece com o seu corpo quando está carregando uma pessoinha em seu ventre. É com muita informação que você vai aprender os cuidados indispensáveis.

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1. Inchaço e varizes

O inchaço (edema) é uma consequência da retenção de líquidos. Segundo o ginecologista e obstetra Claudio Basbaum, as áreas mais atingidas são os membros inferiores (pés e pernas) e até mesmo as vísceras, como os intestinos.

"É um processo fisiológico e consequente ao grande aumento dos hormônios na gestação, bem como à dilatação de veias e vasos linfáticos que ocorrem sobretudo nas pernas, dificultando o retorno venoso e inclusive propiciando o surgimento de varizes".

Para amenizar, recomenda-se não ficar muito tempo em pé ou sentada. A ideia é movimentar-se sempre. "Use uma banqueta para elevar os membros inferiores e até mesmo utilize uma almofada nas panturrilhas quando for dormir, para facilitar a circulação de retorno e diminuir o edema". Também aconselha-se praticar exercícios como caminhada, hidroginástica, pilates e ioga. Outra opção é recorrer à acupuntura.

Se o inchaço for muito, a gestante pode buscar uma drenagem linfática. Agora, se pintarem edemas, recomenda-se buscar a orientação de um cirurgião vascular, segundo Claudio. "Pode ser sinal de algum problema mais complexo como hipertensão, insuficiência renal, doenças vasculares, etc..".

2. Cabelos e coloração

Será que precisamos mesmo exibir os brancos durante a gestação? A questão é polêmica. Segundo Claudio Basbaum, embora existam muitas divergências de opiniões entre os profissionais, ainda não foi comprovado que colorir cabelos durante a gravidez possa causar malefícios ao bebê, uma vez que a quantidade de componentes químicos existentes nesses produtos, bem como sua absorção sejam muito reduzidos para causar maiores complicações.

"É consenso entre os médicos aconselhar que os tingimentos sejam realizados após os primeiros 3 a 4 meses da gestação e, de preferência, com produtos para fazer apenas luzes ou reflexos, que não requerem contato com o couro cabeludo." Agora, se você nunca coloriu, vale a máxima de testar em uma mecha antes de encher o cabelo com o produto, pois pode pintar alguma alergia.

3. A clínica estética está liberada?

Tenha muito cuidado, pois a pele muda durante a gestação. Ela reage de forma mais intensa à ação de variados fatores, como luz ou mesmo a aplicação de substâncias ou técnicas direcionadas estéticas. Para você ter uma ideia, mesmo uma incisão cirúrgica que seja necessária durante a gravidez poderá cicatrizar de forma diferente, com uma hiperpigmentação na cicatriz ou um queloide.

"Não é muito recomendável procedimentos ou tratamentos estéticos sem a devida orientação de um dermatologista, pois a simples infiltração de um produto ou aplicação de um recurso físico, por meio de equipamentos especializados, pode gerar reações inesperadas e indesejadas", avisa.

4. O que pode, então?

De acordo com o dermatologista Cristiano Kakihara, os tratamentos que podem ser realizados em gestantes são peelings físicos e alguns peelings químicos para estrias. Outros, por serem dolorosos, geralmente são evitados, como microagulhamento, radiofrequência com microagulhamento e microdifusão de medicamentos na pele. "Devem ser obrigatoriamente evitados: radiofrequência monopolar, transcisão, carboxiterapia e laserterapia", avisa.

5. Cuidados com a pele

A atenção deve ser redobrada na gravidez, pois a tendência ao desenvolvimento de melasma e de estrias é bem elevada. Esse ponto é tão importante que se desdobra em interno (alimentação adequada) e externo (proteção contra a luz). Veja a seguir.

6. Que melasma é esse?

Sabe aquelas manchas escuras que aparecem na pele, geralmente no rosto? É o chamado melasma, um distúrbio pigmentar que pode ocorrer devido às alterações hormonais. Ainda que seja mais comum na face, ele também pode pintar no tórax, braços, abdômen, entre outros. "Muito frequentemente o melasma ocorre na gestação e recebe o nome de 'cloasma gravídico' ou "máscara da gravidez". Cerca de 70% das pacientes grávidas apresentam", afirma o ginecologista. 

A dica para fugir dele é evitar exposição ao sol entre 10 e 16 horas e usar protetor solar e/ou roupas com fator de proteção U.V. entre 30 e 50. "São cuidados necessários sempre e sobretudo nessa fase da vida", aconselha.

O dermatologista Cristiano Kakihara chama a atenção para as áreas: face, orelhas, pescoço, colo, mãos e braços."Aplique de 2 em 2 horas, caso fique exposta a estas fontes luminosas em tempo maior ou igual a 2 horas". Caso a pessoa fique em ambiente fechado, de forma geral, ele indica a fotoproteção cerca de 2 a 3 vezes por dia apenas. "Com este cuidado, a grande maioria dos casos de melasma pode ser evitado".

7. Como fugir das estrias? 

Elas podem aparecer sim, e mesmo com muito cuidado, algumas mulheres não conseguem evitá-las. Ainda assim, é preciso fazer uso de bons hidratantes e de estimuladores de produção de fibras colágenas. "Uma pele bem tratada, hidratada, tem menor chance de desorganização e de ruptura", afirma o dermatologista. Tais produtos devem conter lactato de amônio, alantoína, manteiga de karité, óleo de semente de uva, ceramidas, entre outras substâncias.

"Também são bem-vindas a utilização de itens à base de vitamina C, ácido hialurônico, ácido glicólico e óleo de rosa mosqueta, pois estas substâncias propiciam uma derme mais resistente", comenta. Caso elas surjam mesmo assim, os tratamentos médicos cosmiátricos podem ser introduzidos.

8. Flacidez e seios

De acordo com o obstetra, vários fatores atuam isoladamente ou em conjunto para causar a flacidez nas mamas e de provocar o aparecimento de estrias. A grande elevação hormonal é uma delas, mas também exista a flacidez muscular e ligamentar.

Mas há algumas indicações para evitar a "queda" dos seios. "Devemos prevenir o ganho e perda de peso acima do recomendável (efeito sanfona), que também predispõe a esse quadro". Hidratar e exercícios direcionados de fortalecimento da musculatura peitoral também são boas opções para prevenir.

Agora, o sutiã adequado é imprescindível. "Ele deve ter ajuste adequado nos ombros, com alças firmes e de forma que exista boa contenção na faixa torácica inferior, para melhor sustentação", explica Claudio. O uso deve ser adotado desde o início da gestação, e a recomendação é de mantê-lo inclusive para dormir. "Retire-o apenas para o banho, seguido de banho de sol. A exposição ao sol deverá ser por 10 a 15 minutos, antes das 10h ou após às 16h, e hidratação usando creme com filtro solar sobre a pele, mas não sobre as aréolas e mamilos", ensina.

9. Alimentação benéfica

Há alguns alimentos que ajudam a manter a pele mais saudável. O obstetra indica consumir aqueles que são ricos em betacaroteno, como cenoura, mamão, manga, abóbora. Além disso, a recomendação é:

  • Hidratação abundante, ingerindo pelo menos 2 litros de liquido/dia;
  • Ingestão de alimentos ricos em proteínas (carnes branca ou vermelha, ovos) e colágeno hidrolizado e gelatina animal;
  • Ingestão de frutas cítricas, ricas em vitamina C, que potencializa a absorção do colágeno;
  • Ingestão variada de vegetais frescos, com maior concentração de fibras, vitaminas e minerais, in natura, evitando os industrializados;
  • Reduzir o consumo de hidratos de carbono;
  • Brócolis e castanhas, que também auxiliam nos cuidados da cútis. 

10. Exercício sim, mas quais?

Praticar exercício físico ajuda a gestante a ter bem-estar e ajuda na prevenção e alívio dos desconfortos e dores que pintam durante a gravidez. Detalhe: também facilita e adequa a musculatura perineal (o conjunto de músculos do assoalho pélvico que ficam ao redor da uretra, vagina e ânus), facilitando o parto.

Mas, a prática deve ser sempre aprovada pela sua obstetra. Motivo? O obstetra responde: "Várias condições clínicas podem ser um fator restritivo ou impeditivo, tais como: placenta baixa, ameaça de abortamento ou de parto prematuro, hipertensão, distúrbios circulatórios, respiratórios ou metabólicos, e outras condições ligadas às várias especialidades".

Vale salientar que o tipo de exercício, o tempo e a frequência de cada atividade deve adequar-se à cada gestante de forma individualizada e com supervisão. Mas devem ser evitados aqueles de alto impacto e com maior risco de quedas.

"São mais recomendadas caminhadas, corridas leves, natação, hidroginástica, pilates, ioga, bicicleta ergométrica entre outras atividades", ressalta. E completa: "algumas dessas devem ser realizadas apenas durante os primeiros meses, uma vez que o crescimento do ventre altera a postura e o equilíbrio da gestante, fazendo-se necessária a adaptação a outras modalidades mais compatíveis".