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Mais acessível, Zenfone 6 quer incluir brasileiros no segmento top

Rodrigo Trindade

De Tilt, em São Paulo

22/10/2019 04h00Atualizada em 22/10/2019 15h38

Sem tempo, irmão

  • Top com preço de intermediário premium, novo celular da Asus é exceção no mercado
  • Custo-benefício desde o lançamento é aposta da marca para ganhar usuários
  • Zenfone 6 é o primeiro celular da Asus a desafiar os melhores de concorrentes

Não é para "roubar" um potencial comprador de um Galaxy S10. Lançado no Brasil na segunda-feira (21), o Zenfone 6 nos surpreendeu por trazer recursos de um celular do segmento top, com um preço —a partir de R$ 2.699— que no Brasil, hoje, é de um smartphone intermediário premium.

Depois do evento de apresentação da novidade da Asus, Tilt falou rapidamente com Marcel Campos, diretor global de marketing da marca. Na conversa, Campos explicou o que a empresa busca com o novo celular. "Penso em conquistar uma base de pessoas que querem algo que é diferente, tem qualidade", disse.

Quando o assunto é especificação técnica, o Zenfone 6 está próximo da família Galaxy S10, do Huawei P30 Pro, Mi 9 e do LG G8S ThinQ. Segundo Campos, a Asus não quer tirar mercado desses concorrentes, mas construir seu próprio espaço aqui no Brasil.

Uma mudança de posicionamento

A empresa aposta no custo-benefício do Zenfone 6 para crescer seu posicionamento no concorrido mercado de smartphones. Ela ocupa a 11ª posição no ranking global e, segundo o presidente Jonney Shih, se concentra nos pilares da câmera, tela, bateria e desempenho para subir algumas posições.

A estratégia parece acertada. O preço de R$ 2.699 do Zenfone 6 é muito menor do que o de seus principais concorrentes na época do lançamento.

O pequenino Galaxy S10e custava R$ 4.299 quando foi lançado por aqui, mesmo valor do G8S ThinQ. Na abertura da loja da Xiaomi, o Mi 9 ficou à venda por R$ 2.799 durante um período promocional. Depois, passou a ser vendido por R$ 3.999. A Huawei trouxe o P30 Pro por R$ 5.499.

A diferença na largada é significativa e posiciona o Zenfone 6 como um smartphone top acessível, enquanto a Samsung e Motorola têm intermediários mais caros perto dessa faixa de preço, caso dos Galaxies A70 e A80 e do Motorola One Zoom.

Esses já eram os adversários do Zenfone 5 e 5Z, principais celulares da Asus até o ano passado. A empresa não tinha, no Brasil, uma opção que fosse premium desde a concepção. O 5Z era, mas apenas por causa do processador. Isso mudou neste ano sem que o preço de entrada subisse muito.

Tudo planejado

De certa maneira, o Zenfone 6 tardou a chegar ao Brasil. Acompanhamos quando o celular foi apresentado ao mundo em maio, em Valencia (Espanha). Foram mais de cinco meses de espera até o lançamento nacional, uma demora necessária de acordo com Campos.

"Quem importou se arrependeu, acho que esse é o ponto", explicou o diretor de marketing. "Estávamos esperando para trazer do jeito mais competitivo possível. E a gente fez."

O smartphone vendido aqui também é fabricado no Brasil, mas este não é o único motivo para o preço do Zenfone 6 ser tão competitivo desde o lançamento. A Asus tornou sua logística de fabricação e varejo mais eficientes, melhorias que exigiram a modificação de processos antigos.

Para chegar ao mercado nacional neste preço, a empresa também credita as redes varejistas brasileiros. "São parceiros, toparam a briga. Todo mundo reduz e no final todo mundo ganha. Esse foi o ponto", concluiu Marcel Campos.

O outro anúncio

O Zenfone 6 não foi a única novidade da Asus para o Brasil, nem o celular mais avançado dela a chegar ao nosso território. Desta vez, a empresa taiwanesa trouxe a segunda edição de seu smartphone gamer —a primeira não desembarcou por aqui.

O ROG Phone II será vendido a partir de R$ 4.499 e tem especificações técnicas para competir com o Galaxy Note 10 pelo trono de melhor celular para os jogadores. É um celular enorme e todo estilizado, compatível com uma série de acessórios que quase o transformam em um Nintendo Switch.

Não é um aparelho para qualquer um, tanto pelo preço quanto pelo visual. Ainda assim, a Asus julgou que valia investir em um nicho crescente. A empresa destacou o sucesso meteórico da versão para celulares da franquia "Call of Duty", que quebrou recordes de downloads desde que foi lançada no início de outubro.

Sete milhões de brasileiros baixaram o game de tiro em seus smartphones, um número que indica o potencial para um aparelho feito só para rodar apps como este.

"Tive o [ROG Phone] 1, usei, gostava, mas não era um negócio que me chamava tanto a atenção. Aí veio o 'Call of Duty Mobile', comecei a jogar e entendi qual é a parada", destacou Campos.

Este será um desejo para poucos e que deve avançar nos próximos anos, conforme mais jogos grandes receberem versões para celulares. Se essa não é sua praia, o Zenfone 6 já o que você deseja: desempenho excelente, câmera ótima e versátil, bateria duradoura e telona para seus vídeos.

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