Shinobi: ninja dos games foi esquecido pela Sega, mas não pelos fãs
Já faz tempo que não resgatamos reféns, confrontamos demônios e acabamos com planos de terroristas em Shinobi, série bem popular da Sega nos anos 1980 e 90. Foi com Shinobi 3D, para Nintendo 3DS, em 2011, que recebemos o último título original da franquia.
Por isso estamos aqui para relembrar a jornada de Joe Musashi através das gerações, a confusão com nomes dos jogos em diferentes regiões do planeta e exaltar o legado do ninja mais famoso dos videogames.
Na década de 1980, os ninjas dominavam a cultura pop, com filmes como Guerreiro Americano, A Vingança do Ninja ou, claro, pelo fenômeno As Tartarugas Ninja. Por isso, não é surpresa que um jogo como Shinobi fizesse sucesso na época. O game de arcade foi extremamente popular não só no final dos anos 1980, como também no início dos 1990, e o jogo de Master System, um dos grandes títulos para o console, ganhou fama no Brasil.
Shinobi
Shinobi, o clássico de 1987, pegou emprestado várias ideias de um sucesso dos arcades de 1986: Rolling Thunder, da Namco. O jogo do ninja alterava a roupagem de espionagem para cenários característicos de várias produções hollywoodianas da época que, por sua vez, buscavam inspiração nos ninjas japoneses, em especial num filme japonês chamado Shogun's Ninja.
O idealizador Yutaka Sugano atestou em sua obra toda admiração por Rolling Thunder, mas são várias também as características próprias: IA bem acima da média para os inimigos (especialmente os ninjas); aparição dos chefões no meio das fases, instilando um pouco de terror; estágios bônus em primeira pessoa, ideal para conseguir vidas extras; a forma como se troca de profundidade nos estágios; e a colisão entre Joe Musashi, o ninja sem máscara e herói da franquia, e seus inimigos, fazendo uso de sua espada em combate próximo e shurikens ilimitadas (e com direito a power up) quando à distância.
Aliás, Joe Musashi é a mistura perfeita (e um tanto brega) dos conceitos orientais e ocidentais presentes em Shinobi.
Shadow Dancer
Na transição entre gerações, a aguardada sequência deu as caras nos fliperamas e foi rebatizada. Shadow Dancer chegou em 1989 e foi também uma despedida, já que, a partir de então, a franquia passou a ser associada aos lançamentos domésticos da Sega, como o Mega Drive e o Game Gear.
O grande diferencial entre Shinobi e Shadow Dancer é, sem dúvida, a companhia canina desse último. Yamato late e ataca os inimigos, cooperando com o ninja a todo instante, sempre ao seu lado.
Uma curiosidade é que na versão de Mega Drive de Shadow Dancer (e que chegando alguns meses depois, em 1990 e subtitulado The Secret of Shinobi), a identidade do protagonista pode ser diferente, dependendo da região.
Nos EUA, o jogo tem como protagonista o próprio Joe Musashi, já na original japonês, estamos controlando o seu filho, Hayate. Eis aí o verdadeiro telefone sem fio de histórias contadas via manual, sem qualquer relevância para o gameplay em si.
The Revenge of Shinobi (The Super Shinobi no Japão)
The Revenge of Shinobi foi lançado em 1989, deixando, de forma tímida, o aspecto mais arcade de lado - Musashi agora tem barra de vida e suas shurikens (ou melhor, kunais) são limitadas.
A chegada da série ao recém-lançado Mega Drive foi bastante antecipada e houve, inclusive, mudança de time de desenvolvimento: quem assumiu foi Noriyoshi Ohba, já em parceria com aquele que viria a ser considerado um dos maiores compositores de videogames de todos os tempos, Yuzo Koshiro. Algum tempo depois, a dupla entraria de cabeça em Streets of Rage.
Shinobi II
Shinobi II coleciona curiosidades bizarras, problemas com direitos autorais e modificações em relançamentos, como a troca do rosto do ator Sonny Chiba da tela de press start do jogo e os sprites de chefões de fase simulando Batman, Homem-Aranha e até Godzilla.
Shinobi III: Return of the Ninja Master (The Super Shinobi II no Japão)
Considerado por muitos como o Shinobi definitivo, o game chegou em 1993 e é um dos títulos mais bonitos do Mega Drive, com incrível variedade de cenários e monstros ainda mais demoníacos.
A franquia Contra estava em alta e Shinobi III pegou muita coisa emprestada. Musashi nunca esteve tão ágil, com direito a corrida, dive kick e pulo pelas paredes.
Shinobi Legions
O derradeiro jogo de Sega Saturn tem Gameplay básico, bem feito para um sidescroller, mas ainda básico se comparado ao jogo anterior, com mudanças no sistema de ninjutsu, fases mais verticalizadas e tudo bizarramente fotodigitalizado.
O que ficou na memória mesmo, foram as sequências em FMV - o jogo chegou em 1995 e live actions dentro dos videogames seguiam impressionando.
Shinobi (2002)
A Sega já tinha feito a decisão de não ser mais fabricantes de consoles para se dedicar só a produzir jogos e Muito se especulava sobre o triunfal retorno de Joe Musashi, o que aconteceu com um jogo exclusivo para PlayStation 2 e que servia como um recomeço para a série, que agora estava em um mundo já dominado por Devil May Cry e seu stylish action, ou seja, a concorrência era pesada.
Com isso, Shinobi acabou se tornando de nicho. O aspecto mais interessante no gameplay do novo jogo está associado a espada. Amaldiçoada, a arma absorve almas de inimigos derrotados e constantemente suga a essência vital de Hotsuma, ou seja, trata-se de uma constante corrida contra o tempo, contra a morte. Ficar parado significa estar morto.
Nightshade
Mesmo sem alcançar o sucesso de títulos passados, Shinobi de 2002 ganhou uma continuação direta, Nightshade, de 2003 e também exclusivo para PlayStation 2, reforçando ainda mais a alta dificuldade de seu antecessor e a necessidade desmedida em querer contar uma história, agora protagonizada por Hibana, também da linhagem Oboro.
Shinobi 3D
Trata-se de um jogo com dificuldade bem acima da média, não tão ágil quanto os últimos jogos da franquia caminhavam para ser, e no formato 2,5D, numa mistura estética dos clássicos ao mais recentes. Não deu muito certo.
Shinobi fez parte de incontáveis coleções de títulos da Sega lançados no decorrer dos anos e em diversas gerações de consoles.
O formato Sega Ages (aliás, já experimentou ler "ages" ao contrário? É tão mágico quanto Alucard) mantém o espírito do ninjutsu vivo, agora no Nintendo Switch, num port fiél ao clássico dos fliperamas, e com recursos atuais para tornar a experiência mais acessível, como salvamento de progresso e rebobinada de falhas em tempo real.
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