'Mistura de raças que não deu certo': as falas execráveis de Odete Roitman


Clara Ribeiro
Colaboração para Splash, em São Paulo
29/04/2025 12h00
Odete Roitman está de volta 37 anos após a exibição original de "Vale Tudo". A icônica vilã, eternizada por Beatriz Segall (1926-2018), agora é revivida por Debora Bloch, 61, e promete repetir falas carregadas de preconceito, hostilidade e segregacionismo.
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Original x remake
SÃmbolo de arrogância e vaidade, Odete da versão original disparava opiniões afiadas e elitistas. E o remake deve manter o mesmo tom, já que a autora, Manuela Dias, tem feito poucas mudanças do texto de Gilberto Braga, Leonor Bassères e Aguinaldo Silva.
Muitas das frases preconceituosas disparadas pela vilã eram contra o Brasil e os costumes do paÃs. "Foi só botar o pé aqui que você começa a sentir esse calor horroroso, uma gente horrÃvel no caminho, gente feia esperando ônibus caquéticos no ponto", afirmou ela.
A versão de 1988 de "Vale Tudo" está disponÃvel no Globoplay, onde vem com alerta sobre seu conteúdo. A mensagem destaca que a trama pode conter estereótipos e representações negativas da época. A obra é mantida em sua versão integral como forma de estimular reflexões sobre diversidade e inclusão.
Outras frases da vilã
- "Chinelo, chinelo? Que palavra horrÃvel! Português é uma lÃngua tão chinfrim."
- "O lugar mais ao sul que uma pessoa civilizada pode ir é Milão."
- "Eu gosto do Brasil. Acho lindo, uma beleza. Mas de longe, no cartão postal. Essa terra aqui não tem jeito. Esse povo daqui não vai pra frente, é preguiçoso. Só se fala em crise e ninguém trabalha?"
- "Nunca sirva algo para uma visita em bandeja, você é a dona da casa, não o garçom."
- "Às vezes eu tenho a sensação que as pessoas não viajam, não aprendem, não vão a Paris. Aliás, não vão nem a Buenos Aires."
- "Se eu encontrasse minha mãe vendendo sanduÃche na praia, eu não viraria a cara para ela. Eu enterraria a cara inteira na areia. Minha mãe era uma jeca, mas não vendia sanduÃche na praia."
- "Roma é a cidade eterna, mas eu continuo preferindo Paris. Aliás, Paris é minha pátria, assim como é de todas as pessoas civilizadas."
- "O Brasil é um paÃs de jecas. Ninguém aqui sabe usar talher de peixe."
- "Nosso jantar é muito simplesinho. O primeiro prato é de uma simplicidade franciscana. Temos uma lagostazinha."
- "A única solução para a violência é a pena de morte. Para ladrão e assaltante, cortar a mão em praça pública. E se cortasse a mão dessa gente, diminuiria o Ãndice de violência nesse paÃs. Não tenha dúvida."
- "O Brasil é uma mistura de raças que não deu certo."
- "O que é que você tem para me oferecer? Contanto que não seja nenhuma dessas excentricidades brasÃlicas? Um licor de jenipapo, por exemplo."
- "A recepção vai ser hor-ro-ro-sa! Casamento, então, confundem com festa junina."
- "Falar de Nordeste antes da hora do jantar me faz perder o apetite."
- "E você pensa que alguém aprende alguma coisa em universidade brasileira? Você quer se apresentar ao mercado de trabalho com um diploma assinado em tupi-guarani?"
- "Sei que está cedo, mas quero ir logo para o aeroporto. Quando entro na sala vip, já me sinto em território neutro."