'Som da Liberdade': Diretor ignora polêmica e diz não saber de críticas

"Som da Liberdade" já está em exibição nos cinemas brasileiros e, mesmo cheio de polêmicas, o filme tem sido um sucesso de bilheterias. A produção ficou em primeiro lugar durante o seu final de semana de estreia no Brasil.

Eu não ouvi uma crítica negativa. Talvez você possa me contar, se ela existir. Todas as pessoas que foram assistir, como audiência, me deram feedbacks muito amorosos e positivos.
Alejandro Monteverde, diretor de 'Som da Liberdade', em entrevista a Splash.

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O longa conta a história real de Tim Ballard, um ex-agente especial do Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos. Após prender um pedófilo responsável por uma rede de tráfico de crianças, o policial resolve renunciar a seu trabalho oficial e se envolve em uma longa caçada para salvar a vida de crianças.

"Ficamos duas semanas seguidas com 100% de aprovação no Rotten Tomatos [agregador online de críticas]. O público gostou e está gostando. Eu faço e vou fazer sempre meu trabalho por ele", disse o diretor.

No entanto, a produção não tem agradado tanto à crítica, que classifica o longa com 58% de aprovação no mesmo site. Há também as diversas polêmicas nas quais "Som da Liberdade" está envolvido: o filme caiu nas graças da extrema-direita dos EUA e foi acusado de inflar fatos, além de ser conectado às teorias conspiracionistas do QAnon.

A teoria apoiada pela extrema-direita nasceu de alguém que disse ter acesso a documentos confidenciais do governo norte-americano. Criada em 2017, ela alega que pedófilos adoradores do diabo trabalham para o governo dos Estados Unidos. Os apoiadores foram responsáveis pelo Ataque ao Capitólio em 2021, e acreditam existir uma rede de tráfico sexual de crianças que conspirou contra Donald Trump.

Quanto às polêmicas, houve ataques e também houve quem nos defendeu. O que posso dizer é que os números de pessoas em situação em escravidão não mentem e, em 2015, quando comecei a escrever o filme, essa teoria da conspiração nem existia.

Como surgiu a ideia do filme?

"Muitos anos atrás, acho que em 2015, vi um relatório sobre o tráfico de crianças, mas especialmente centrado na produção de conteúdo sexual de menores, e eu não estava ciente que isso acontecia", contou Monteverde a Splash.

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Então, no dia seguinte, senti uma espécie de chamado para começar a explorar aquele horror, aquela escuridão e eu senti essa necessidade de escrever um filme sobre isso.

Tim Ballard. "Comecei a escrever uma ficção, ainda não conhecia o Tim Ballard. Semanas depois, recebo um telefonema do produtor perguntando se eu gostaria de conhecê-lo. Quando eu pesquisei ele no Google, não havia nenhuma das polêmicas que existem hoje, era apenas sua biografia, e ele era um agente da Segurança Interna trabalhando em crimes contra crianças."

Hoje, Tim Ballard está sendo investigado por denúncias de importunação sexual.

"Então, eu o conheci. Em 20 minutos de conversa, percebi que suas histórias superavam a minha ficção. E a conversa simplesmente mudou. Foquei então em escrever um filme sobre a história dele", explicou.

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