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ANÁLISE

'A Mulher Rei' toca em ferida ainda aberta: a da opressão da cultura preta

Viola Davis como Nanisca em "A Mulher Rei - Divulgação/Sony Pictures
Viola Davis como Nanisca em 'A Mulher Rei Imagem: Divulgação/Sony Pictures

Renan Martins Frade

Colaboração para o UOL

22/09/2022 12h21

Esta é a versão online da edição desta quinta-feira (22) da newsletter Na Sua Tela. Nesta semana, destaques para "A Mulher Rei", "Não Se Preocupe, Querida", "Lou" e outros filmes que chegam aos cinemas e aos streamings, além de uma curadoria do que vale assistir. Quer receber a edição da semana que vem no seu email? Inscreva-se. Os assinantes UOL ainda têm 12 newsletters exclusivas.

É fato: vivemos uma visão eurocentrista do mundo. Por mais que a cultura africana e preta esteja presente entre nós nas mais diversas formas de arte, a verdade é que, quase sempre, somos levados a ignorá-la.

"A Mulher Rei", longa-metragem que estreia nos cinemas brasileiros nesta quinta (22), é uma tentativa de fazer esse resgate. Ainda que seja uma produção dos EUA (sendo estrelada e dirigida por mulheres americanas), o filme olha para essa herança e nos apresenta uma sociedade africana avançada para a sua época - com seus pontos positivos, negativos e dificuldades.

É a retomada de uma árvore genealógica que foi arrancada desses povos que foram subjugados, sequestrados e escravizados em outras partes do mundo. Restabelece o seu lugar de direito, de descendentes de reis, rainhas, guerreiros, fazendeiros e de pessoas que tinham a sua vida, a sua história, em solo africano.

Por uma coincidência do destino, esta semana também marca a estreia do documentário "O Legado de Sidney Poitier", que relata a trajetória deste que foi o maior ator negro da Era de Ouro de Hollywood, estrela de produções como "O Sol Tornará a Brilhar" e "Uma Vez nas Sombras".

Por isso, esta edição do Na Sua Tela destaca outras produções que honram o legado da cultura preta, que sempre lutou para não ser oprimida e sufocada por uma indústria cinematográfica que é, quase sempre, comandada por executivos, produtores e cineastas brancos. Pessoas que, de forma consciente ou não, escondem essa herança.

Agora, se você procura outro tipo de filme, esta semana ainda tem a estreia do polêmico "Não Se Preocupe, Querida" nos cinemas, enquanto "Lou" chega na Netflix. Está tudo a seguir.

O que tem de novo?

A MULHER REI

A Mulher Rei - imagem - Divulgação/Sony - Divulgação/Sony
Com 'A Mulher Rei', cinema resgata parte da história africana para uma grande audiência
Imagem: Divulgação/Sony

  • Assista ao trailer
  • Onde: Nos cinemas - clique para comprar ingressos
  • O que tem de bom: Dirigido por Gina Prince-Bythewood (de "The Old Guard") e estrelado por Viola Davis (ótima em cena), "A Mulher Rei" é uma história épica que se passa no Oeste da África durante a década de 1820. Davis é Nanisca, uma general responsável por um batalhão de mulheres guerreiras do povo Dahormey, que está em guerra contra o Império Oyo. Mesmo que com liberdades poéticas, conhecemos mais sobre a cultura e a história desses povos - seja por meio dos cantos, das roupas, da política e muito mais. Nem os temas delicados são deixados de lado: o roteiro não foge da polêmica relação daqueles povos com os colonizadores e exploradores portugueses, incluindo a conivência com a escravidão, nem do machismo estrutural que também existia por lá. Por tudo isso, não espere um filme de ação simplista: este é mais um drama que mergulha fundo nas raízes culturais da África e que, de lá, colhe uma história de empoderamento. No final, revela de uma vez por todas que, mais do que descendentes de escravizados, os negros de hoje são herdeiros de reis, rainhas e guerreiros que merecem o seu lugar na história e, porque não, no entretenimento ocidental.
  • O que te faz sentir: coragem, orgulho
  • Extra direto da Ingresso.com: Conteúdo especial com Viola Davis
  • Extra direto do Splash: Viola Davis: 'Valho tanto quanto as Julianne Moores e as Meryl Streeps'


NÃO SE PREOCUPE, QUERIDA

Não Se Preocupe, Querida - imagem - Divulgação/Warner Bros. - Divulgação/Warner Bros.
Harry Styles e Florence Pugh são os protagonistas de 'Não Se Preocupe, Querida'
Imagem: Divulgação/Warner Bros.

  • Assista ao trailer
  • Onde: Nos cinemas
  • O que tem de bom: Um dos filmes mais polêmicos de 2022, muito por causa dos desentendimentos nos bastidores - que culminaram em situações no mínimo estranhas no último Festival de Cinema de Veneza. Para além das fofocas, "Não Se Preocupe, Querida" é um suspense psicológico sobre um jovem e feliz casal nos anos 1950, interpretados por Florence Pugh e Harry Styles. A esposa começa a suspeitar da natureza do trabalho do marido, levando a descobertas perturbadoras sobre a cidade pacata onde vivem. Dirigida por Olivia Wilde (em seu segundo filme no posto, após "Fora de Série"), a produção aposta em um subtexto feminista, com um mistério e uma grande revelação - tendo na atuação de Pugh o seu maior trunfo. O elenco ainda conta com Chris Pine ("Mulher-Maravilha") e a própria Wilde. Um filme para deixar o espectador tenso.
  • O que te faz sentir: surpresa, ansiedade
  • Extra direto do Splash: Cuspe, traição, briga: o drama nos bastidores de 'Não Se Preocupe, Querida'

LOU

Lou - imagem - Divulgação/Netflix - Divulgação/Netflix
Allison Janney e Jurnee Smollett são as estrelas de 'Lou', na Netflix
Imagem: Divulgação/Netflix

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  • Onde: Nesta sexta (23) na Netflix
  • O que tem de bom: Allison Janney (vencedora do Oscar por "Eu, Tonya") é uma mulher que tenta viver uma vida pacata, mesmo tendo deixado um passado sombrio para trás. Porém, essa tranquilidade é interrompida quando pedem a sua ajuda para salvar uma menina sequestrada. Assim começa um violento thriller de ação que tem produção da Bad Robot, produtora de J.J Abrams e responsável por longas como "Missão: Impossível - Efeito Fallout" e o reboot de "Star Trek".
  • O que te faz sentir: amargura, hostilidade

O LEGADO DE SIDNEY POITIER

O Legado de Sidney Poitier - imagem - Divulgação/Apple - Divulgação/Apple
Sidney Poitier foi o primeiro negro a vencer o Oscar de Melhor Ator
Imagem: Divulgação/Apple

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  • Onde: Nesta sexta (23) na Apple TV+
  • O que tem de bom: Sidney Poitier foi o primeiro grande ator negro do cinema americano, fugindo dos clichês racistas de Hollywood. Neste documentário produzido por Oprah Winfrey, conhecemos essa trajetória - que começou nas Bahamas e mudou para uma sociedade segregada nos EUA, onde ele superou as dificuldades para conquistar o sucesso. Por meio de depoimentos emocionantes do próprio Poitier (morto em janeiro deste ano) e de famosos como Spike Lee e Morgan Freeman, conhecemos o impacto desse legado na cultura como um todo, influenciando direta ou indiretamente muito do que vemos hoje. Tudo isso temperado por uma edição ágil, imagens de arquivo riquíssimas e trechos de filmes com Poitier em cena. Uma homenagem bonita, que recoloca o nome de Sidney Poitier onde sempre deveria estar: no panteão da sétima arte, no mesmo nível de Henry Fonda, Paul Newman e Tony Curtis, por exemplo.
  • O que te faz sentir: orgulho, inspiração

A herança africana e preta no cinema

Ao serem escravizados, os povos africanos que foram levados para outras partes do mundo - principalmente para as Américas - foram ceifados de suas raízes culturais e históricas. Enquanto isso, a África em si foi subjugada.

Com o passar dos séculos essa situação não melhorou, já que são os centros dominados por povos brancos que lideram a produção cultural, com pouco espaço para uma maior diversidade.

Porém, há aquelas vozes que lutam para serem ouvidas, buscando levar a cultura negra aos holofotes, ressaltando desde esse histórico cultural às influências dessa arte no mundo de hoje. Enquanto isso, faz-se cinema na África negra - um continente enorme e amplamente diverso, que tem na Nigéria como o seu maior expoente na sétima arte.

Por tudo isso, a seguir você encontra longas-metragens que ressaltam essa rica herança, com histórias que vão desde o século 16 à esperança de um mundo mais igualitário e diverso no presente.


PANTERA NEGRA

Pantera Negra - imagem - Divulgação/Disney - Divulgação/Disney
'Pantera Negra' foi um marco no cinema é a 14ª maior bilheteria da história
Imagem: Divulgação/Disney

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  • Onde: Disney+
  • O que tem de bom: Assim como "A Mulher Rei", "Pantera Negra" é um filme americano produzido quase que majoritariamente por pessoas negras e que mergulha nas raízes africanas para buscar inspiração - seja com elementos de roteiro ou nos figurinos (que, aliás, levaram o Oscar). A diferença aqui é que esta é uma história moderna, baseada nos gibis da Marvel e que traz uma civilização africana atual e extremamente tecnológica, que prosperou ao se esconder das potências coloniais europeias. Ainda assim, "Pantera Negra" toca em assuntos sensíveis, como a luta por direitos sociais nos EUA e um vilão (Killmonger, interpretado por Michael B. Jordan, de "Creed") que está entre os melhores da Marvel Studios. Como cereja do bolo, temos um filme de ação eletrizante extremamente competente, com um personagem-título interpretado de forma perfeita pelo saudoso Chadwick Boseman. Curiosidade: as Dora Milaje, as mulheres-guerreiras do país ficcional da história, Wakanda, são parcialmente baseada nas Agojie, exatamente as mesmas combatentes que vemos em cena em "A Mulher Rei".
  • O que te faz sentir: poder, inspiração

AMINA

Amina - imagem - Divulgação/Netflix - Divulgação/Netflix
'Amina' é a história de uma grande guerreira africana produzida pelos próprios africanos
Imagem: Divulgação/Netflix

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  • Onde: Netflix
  • O que tem de bom: "Amina" é mais um filme que ressalta as bases da cultura africana, contando a trajetória de uma rainha do século 16 (interpretada Lucy Ameh) que buscou se transformar em uma grande guerreira, escrevendo o seu nome na história do que hoje é a Nigéria. Único filme 100% africano nesta seleção (infelizmente), "Amina" tem ares épicos e um figurino excepcional - o que compensa certas limitações técnicas que ficam visíveis para quem está acostumado com o cinema de Hollywood. Precisamos de mais exaltações dos heróis africanos como esta.
  • O que te faz sentir: coragem, respeito


MALCOLM X

Malcolm X - imagem - Divulgação/Warner Bros.  - Divulgação/Warner Bros.
Em 'Malcolm X', Denzel Washington entrega uma das melhores atuações da carreira
Imagem: Divulgação/Warner Bros.

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  • Onde: Prime Video
  • O que tem de bom: Cinebiografia do famoso líder na luta por direitos civis dos negros nos EUA dos anos 1960, "Malcolm X" é um daqueles filmes que merece sempre ser visto e revisto. Afinal, a direção de Spike Lee é impecável, Denzel Washington está incrível em cena e a história do protagonista nos faz refletir. Há, além disso tudo, uma passagem que conecta o longa a esta seleção. É que, ainda nos anos 1940, o jovem Malcolm Little conheceu Elijah Muhammad, o líder da Nação do Islã, que abriu os olhos do protagonista ao fato de que os escravizadores brancos tiraram dele o seu sobrenome africano, junto com a sua ascendência. É por isso que ele assume o título pelo qual ficou conhecido pelo mundo, com o X representando o nome que lhe foi retirado.
  • O que te faz sentir: amargura, admiração


UMA NOITE EM MIAMI...

Uma Noite em Miami - imagem - Divulgação/Prime Video - Divulgação/Prime Video
Leslie Odom Jr. foi indicado ao Oscar pelo papel de Sam Cooke em 'Uma Noite em Miami...'
Imagem: Divulgação/Prime Video

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  • Onde: Prime Video
  • O que tem de bom: Malcolm X (aqui interpretado por Kingsley Ben-Adir) também é um dos protagonistas de "Uma Noite em Miami...". O filme dirigido por Regina King traz o encontro do líder religioso com o jogador de futebol americano Jim Brown (Aldis Hodge), o músico Sam Cooke (Leslie Odom Jr.) e Cassius Clay (o futuro Muhammad Ali, interpretado por Eli Goree), após este último se tornar campeão mundial de boxe. A partir disso, conhecemos mais sobre a relação entre essas figuras históricas e como elas se comportavam em uma época de efervescência política. Destaque, aqui, para Cooke, que vive uma crise existencial no decorrer da história - incluindo o seu papel na luta contra a segregação. Um retrato da luta dos negros para ter o seu espaço em uma sociedade dominada pelos brancos, procurando uma forma para a sua cultura e as suas causas serem ouvidas.
  • O que te faz sentir: respeito, inspiração


A PRINCESA E O SAPO

A Princesa e o Sapo - imagem - Divulgação/Disney - Divulgação/Disney
Apesar de importante, Tiana é uma das princesas da Disney menos lembradas pelo estúdio e pelo público
Imagem: Divulgação/Disney

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  • Onde: Disney+
  • O que tem de bom: Nova Orleans, à beira do Rio Mississipi, é uma grande amálgama das culturas africanas que foram (à força) levadas aos Estados Unidos com a cultura francófona, reunindo a música, os dialetos e a culinária. Nesse contexto, Tiana é uma jovem que busca abrir um restaurante, cumprindo com o sonho do falecido pai. É quando ela encontra um príncipe arrogante, transformado em sapo por um feitiço vodu. A história fica ainda mais curiosa quando Tina, convencida a beijar o príncipe para transformá-lo novamente em um humano, acaba ela mesma virando um sapo. Assim começa uma divertida confusão, que exalta a cultura preta do sul dos EUA e é protagonizada pela única princesa negra da Disney - mesmo que seja uma das menos lembradas. Uma história bonita, perfeita para se assistir em família.
  • O que te faz sentir: aceitação, amor

MEU NOME É DOLEMITE

Meu Nome é Dolemite - imagem - Divulgação/Netflix - Divulgação/Netflix
Eddie Murphy é um dos destaques de 'Meu Nome é Dolemite'
Imagem: Divulgação/Netflix

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  • Onde: Netflix
  • O que tem de bom: Rudy Ray Moore é uma das figuras mais fascinantes e geniais dos EUA nos anos 1970. Comediante, ator, produtor, cantor e cineasta, ele fez de tudo para fazer a sua arte ser conhecida - o que o levou ao cinema e aos filmes de blaxploitation, subgênero de produções de baixo orçamento feitas (em sua maioria) por negros para negros. "Meu Nome é Dolemite" traz essa curiosa trajetória, com Eddie Murphy vivendo o icônico Moore. Dessa forma, vemos como o cineasta lutou contra o jogo de cartas marcadas da indústria cultural e criou um produto que inspirou diversas gerações, sendo considerado hoje o "avô do rap".
  • O que te faz sentir: galhofa, inspiração

STRAIGHT OUTTA COMPTON: A HISTÓRIA DO N.W.A.

Straight Outta Compton - imagem - Divulgação/Universal Pictures - Divulgação/Universal Pictures
'Straight Outta Compton' apresenta um dos legados mais recentes da cultura negra nos EUA
Imagem: Divulgação/Universal Pictures

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  • Onde: Netflix
  • O que tem de bom: Se Rudy Ray Moore foi o avô do rap, o N.W.A. foi formado por seus netos. O filme "Straight Outta Compton" conta a trajetória do grupo, formado por Eazy-E, Ice Cube, Dr. Dre, MC Ren e DJ Yella - e de como eles saíram da periferia da Grande Los Angeles, na cidade de Compton, para conquistar o país com letras que exaltavam a cultura e os valores das ruas. Tudo isso em uma realidade bastante conturbada, que levaria a uma série de protestos nas ruas de LA em 1992, após a absolvição de policiais que espancaram o jovem negro Rodney King. É, além de uma denúncia do preconceito e da opressão das forças policiais, uma forma de perceber que a cultura negra e da periferia tem o mesmo peso que a cultura das elites, merecendo o mesmo respeito.
  • O que te faz sentir: amargura, raiva


INFILTRADO NA KLAN

Infiltrado na Klan - imagem - Divulgação/Universal Pictures - Divulgação/Universal Pictures
'Infiltrado na Klan' traz a inusitada história de um homem negro infiltrado na KKK
Imagem: Divulgação/Universal Pictures

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  • Onde: Para aluguel ou compra em Loja Prime Video, Apple TV, Google Play, YouTube e Claro tv+
  • O que tem de bom: Mais um filme de Spike Lee. Desta vez, o cineasta reimagina (livremente inspirado em fatos) a trajetória do detetive Ron Stallworth (John David Washington), um policial negro que se infiltra na Ku Klux Klan com a ajuda de um oficial branco, Flip (Adam Driver). Por meio desses acontecimentos, Lee nos apresenta as entranhas da organização, o seu impacto na vida dos negros americanos e a sua origem na cultura - mais exatamente no filme "O Nascimento de Uma Nação". O longa também visita a polêmica envolvendo "E o Vento Levou...", primeiro filme a dar o Oscar para uma negra, Hattie McDaniel), além de fazer uma bonita (mesmo que rápida) homenagem aos filmes de blaxploitation, citados anteriormente.
  • O que te faz sentir: amargura, deboche

FAÇA A COISA CERTA

Faça a Coisa Certa - imagem - Divulgação/Universal Pictures - Divulgação/Universal Pictures
'Faça a Coisa Certa' é a grande obra-prima de Spike Lee
Imagem: Divulgação/Universal Pictures

  • Assista ao trailer
  • Onde: Prime Video, Telecine
  • O que tem de bom: Fechando a trinca de Spike Lee desta newsletter. "Faça a Coisa Certa" se passa no Brooklyn, em Nova York, e usa a cultura para exemplificar a tensão étnica no bairro, ocupado por descendentes de africanos e de italianos. O estopim é quando Sal (Danny Aiello), um racista, se irrita com a maior presença de afro-americanos na região e resolve fazer um mural para homenagear ítalo-americanos famosos em sua pizzaria. Os vizinhos, no entanto, exigem que negros também sejam homenageados, criando a confusão. Um filme que nos faz refletir sobre o espaço dado para as nossas raízes culturais, enquanto povo, e como atitudes do dia a dia escondem o racismo estrutural. O elenco conta ainda com Giancarlo Esposito, John Turturro, Martin Lawrence, Samuel L. Jackson e o próprio Spike Lee - tudo isso embalado com uma linguagem cinematográfica que foge dos clichês e brinca com as referências culturais e com a própria forma de se fazer cinema. Um dos melhores filmes da história.
  • O que te faz sentir: repulsa, provocação

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