Lina explica diferença entre pessoas trans e travestis para Pedro Scooby
Linn da Quebrada e Pedro Scooby curtiram a piscina do "BBB 22" (TV Globo) juntos no começo da tarde de hoje. Entre conversas diversas, o surfista começou a perguntar sobre identidades de gênero e sexualidade para a cantora.
"'Trans' é o mesmo nome do que o 'travesti'?", perguntou ele.
"'A' travesti", corrigiu ela, que depois começou a explicar: "A transgeneridade é um grande guarda-chuva, que fala sobre as identidades trans. Têm muitas identidades trans."
"Sendo operado ou não?", interrompeu Scooby, referindo-se às pessoas que optam por passar por uma cirurgia de readequação dos órgãos sexuais.
"É, porque é isso, não é a genital que vai definir a identidade, assim. Esse é um princípio básico, não é minha genital que define minha identidade. Não é se eu tenho um pinto ou se tenho uma bucet* que vai definir se eu sou homem ou se eu sou mulher", explicou Lina.
"E, ao mesmo tempo não é, necessariamente, a cirurgia...", seguiu Lina, enquanto Scooby dizia que "não queria errar". "Para não errar, acho que o mais interessante é você perguntar para a pessoa", indicou a sister.
"Por isso quis perguntar para você", explicou o surfista.
"Mas daí eu posso falar da minha experiência, porque tem outras pessoas...", começou a cantora, que pareceu refletir no meio da frase. "Ao mesmo tempo que é isso, né, a gente não chega pra pessoa e pergunta que cirurgias ela fez".
Pedro, então, contou: "Teve uma coisa que eu tive uma conversa com a Carol uma vez sobre, tipo... Por que tem um preconceito e, assim, ela é gatona, pega geral, e tem homem que fala que tem que avisar [sobre ser trans]. E cara, não tem que avisar".
"Exato, cê não avisa, eu acho isso muito escroto", concordou Lina.
O papo seguiu, e Lina relembrou a história de uma amiga.
É isso, você se interessou por mim, quer ficar comigo ou ficou? Pronto. Mas já aconteceu com uma pessoa que eu conheço, ela ficou com um cara numa festa, num samba, num pagode, alguma coisa assim, e daí depois houve uma pressão por parte dos outros amigos, e ele voltou, pegou uma garrafa e quebrou na cabeça dela. E ninguém do bar se mobilizou, porque daí parece que ela era errada porque ela tinha que ter avisado ele que ela era uma pessoa trans. Ridículo, ridículo. Linn da Quebrada
"E ninguém pergunta pra uma pessoa cis: ah, você tem prótese, seu peito é natural? Você fez cirurgia do apêndice ou sei lá, qualquer outra coisa", exemplificou a artista. "Até porque não são essas cirurgias que nós fazemos que nos definem", completou.
O que eu tô tentando falar é que não tem uma divisão assim: "Fez isso, é trans, fez isso é travesti". Existem diferenças, mas pra mim existem muito mais aproximações. Linn da Quebrada
"Pra mim, a grande diferença entre a travesti, é que ela se constrói... Como eu vejo, porque posso estar equivocada também, não posso falar por muitas outras pessoas e nem quero fazer isso. Mas as travestis surgem numa determinada época, num determinado contexto político, como uma categoria que vem das ruas, marginalizada. É uma classe social. Elas pertencem a um grupo social, um contexto social", defende Lina.
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