Autora de 'Juntos a Magia Acontece' escreve terceira temporada de 'As Five'

Cleissa Regina Martins já começa com pé direito o ano de 2022. Autora das duas edições de "Juntos a Magia Acontece", especiais de Natal exibidos em dezembro de 2021 e 2019 - o primeiro, aliás, ganhou o Leão de Ouro, em Cannes - ela já foi cooptada para a sala de roteiros da terceira temporada de "As Five". Além dessa missão, Cleissa desenvolveu a série "Preto tá na Moda" - em negociação para ser exibida em um canal de TV a cabo - que traz a inserção dos jovens negros neste mercado tão elitizado e competitivo. O novo ano parece sorrir ainda mais para a escritora, não é mesmo?

É minha primeira vez, estou na equipe da terceira temporada. Não posso dar detalhes sobre a história, mas posso dizer que a série se mantém muito boa e relevante nessa edição", diz Cleissa, fazendo mistério sobre a nova história das cinco amigas Benê (Daphne Bozaski), Keyla (Gabriela Medvedovski), Tina (Ana Hikari), Lica (Manoela Aliperti) e Ellen (Heslaine Vieira).

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Já série documental "Preto tá na Moda" chama a atenção, de cara, o duplo sentido do título. Uma escolha proposital admite a autora, que quer "fazer pensar toda essa questão da representatividade e a indústria da moda".

Sei que é um mercado bem difícil para pessoas negras entrarem e se manterem. Então, me interessa saber quem está conseguindo furar essa bolha e como estão fazendo isso. É uma série documental de oito episódios com nomes que são sucesso na moda hoje, que estão nas principais semanas de moda do país. Ela foi gravada no Rio e em São Paulo, está sendo finalizada e deve ir ao ar num canal de TV a cabo este ano", conta Cleissa.

A gente sabe o quanto a escritora é capaz de emocionar com suas histórias. As duas edições de "Juntos a Magia Acontece" estão aí para provar. A autora já provou que é boa no drama. Agora, deseja se aventurar em outros gêneros.

Acho que no audiovisual faltam coisas leves com personagens negros em posições dignas. Quero muito fazer uma comédia romântica, filmes de comédia para a família toda, indo além dos dramas de temas mais pesados. Quero emocionar e contar boas histórias, com protagonistas negros e de um ponto de vista negro. Mas espero realmente ter a liberdade de colocar a arte em primeiro lugar, porque acho que isso é negado para a gente também", explica Cleissa.

Ao se ver ganhando mais espaço em um mercado que sempre foi muito restrito a mulheres, sobretudo às pretas, a roteirista lembra o tanto de descrença que teve que enfrentar para chegar até aqui.

Muita gente duvida da capacidade de pessoas negras, especialmente de mulheres negras. Mas por outro lado, sei que tem muita gente que torce por mim e acredita no que eu estou fazendo, então, prefiro ouvir essas pessoas e deixar o trabalho falar por si", avalia.