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Lucas Pasin

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Sucesso comercial e de público: 'Pantanal' deixa desafio para Glória e Jade

Alanis Guillen e Jesuita Barbosa no papel de Juma e Jove de "Pantanal" - Globo
Alanis Guillen e Jesuita Barbosa no papel de Juma e Jove de 'Pantanal' Imagem: Globo

Colunista do UOL

07/10/2022 04h00

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Com 167 capítulos - 49 a menos que a versão original, de 1990, escrita por Benedito Ruy Barbosa -, "Pantanal" chega ao fim hoje marcando a retomada dos grandes números de audiência dos folhetins da Globo no horário nobre.

Com números de audiência que apagaram o fracasso de "Um Lugar ao Sol", o sucesso de "Pantanal" não ficou apenas na televisão. A novela carrega o mérito de ter tido um alto engajamento nas redes sociais, tendo papel decisivo no objetivo da Globo de formar novos públicos para um dos seus produtos mais lucrativos: as novelas.

O autor Bruno Luperi conseguiu abraçar não somente quem sentia saudades da Juma de Cristiana Oliveira, mas também um novo público que, na linguagem das redes sociais, criaram até um "ship" para a Juma de Alanis Guillen e o Jove de Jesuíta Barbosa.

Isso de forma até conservadora, mantendo a estrutura da história, mas com detalhes importantes que deram um tom atual para a trama,

As redes sociais se entregaram ao mundo de "Pantanal", e o sucesso da trama não ficou somente entre os principais.

Quem não fazia parte da família Leôncio também ganhou o coração dos noveleiros, na primeira ou segunda fase da trama.

Entre eles, esta coluna escolheu destacar um nome: Maria Bruaca - ou Mary Bru, apelido que ganhou nas redes. A atriz Isabel Teixeira se despede da personagem com status de "estrela", elogiadíssima, e com destino já certo na Globo na próxima novela de Walcyr Carrasco.

Maria Bruaca foi o destaque desta versão de "Pantanal"; a intérprete Isabel Teixeira comenda trajetória da personagem - Globo/Divulgação - Globo/Divulgação
Maria Bruaca foi o destaque desta versão de "Pantanal"; a intérprete Isabel Teixeira comenda trajetória da personagem
Imagem: Globo/Divulgação

Colocar na tela um Brasil que boa parte dos brasileiros desconhece poderia ser um risco, mas este foi também mais um ponto a favor de "Pantanal".

Depois de pandemia, e em ano de eleições, a regionalidade de uma trama repleta de lendas, onças, cobras e uma "vida mais simples" nos fez esquecer um pouco dos problemas reais.

Mesmo com tantas lendas, "Pantanal" não fugiu também de discutir temas importantes do nosso dia a dia. Machismo, homofobia e racismo foram tratados na novela. Sempre com o toque especial de um elenco que parece ter sido escolhido a dedo para cada personagem.

Escrever sobre as razões do sucesso de "Pantanal" renderia um livro. É uma novela feita de detalhes.

E, não só o público soube valorizar, mas também o mercado publicitário. Foram 11 anunciantes presentes na trama e muitas cenas combinadas com marcas. Com as palavras da própria Globo, a novela foi o maior lançamento do ano e a maior campanha de novela das 21h já feita na emissora.

A novela foi também a mais vista da faixa das nove pelos homens nos últimos dez anos, segundo a Globo.

"Pantanal" cumpriu sua missão e provou que novela sempre foi a paixão nacional. O desafio está agora todo nas mãos de "Travessia", que assumirá os órfãos da família Leôncio apostando na influência e nos 21 milhões de seguidores de Jade Picon.

Glória Perez já disse em entrevista que vai tirar o desafio de letra.

Além da ex-BBB, ela tem ao seu lado o retorno de Helô (Giovanna Antonelli) e Stênio (Alexandre Nero), após sucesso em "Salve Jorge", os galãs Rômulo Estrela e Chay Suede, o talento de Lucy Alves, e uma trama que abordará fake news, metaverso e crimes virtuais. Que venha "Travessia".

Jade Picon e Humberto Martins no lançamento de 'Travessia' - Globo - Globo
Jade Picon e Humberto Martins no lançamento de 'Travessia'
Imagem: Globo