Hemingway teria batizado o Bloody Mary, diz dono de bar onde drinque nasceu

Conhecido entre a boêmia francesa do início do século 20, o Harry's New York Bar, em Paris, era um dos favoritos do escritor Ernest Hemingway. E, segundo Franz-Arthur MacElhone, bisneto do fundador Harry MacElhone, pode ter sido o próprio autor de "Paris é uma Festa" — e conhecido bebedor — a batizar um drinque famoso criado lá: o Bloody Mary.

Na época, o bartender do hoje centenário bar era Fernand Petiot, que teria criado a receita publicada em 1921 no livro "Harry's ABC of Cocktails", uma coletânea de drinques. Hemingway teria estado no balcão na ocasião da estreia.

Histórias de beber

Entre goles e golpes: rebeliões históricas que nasceram em mesas de bar

Livro de drinques sem álcool de 1930 explica o fracasso da Lei Seca nos EUA

História do Cuba Libre mistura exploração sexual com apropriação cultural

"Enquanto ele bebia, ele ficava dizendo 'bloody Mary'", contou Franz-Arthur à agência Associated Press. A expressão seria equivalente à "maldita Mary", embora não se conheça o contexto exato da história atribuída ao autor.

No entanto, Franz-Arthur diz que a tal Mary seria uma mulher que o escritor estava namorando na época e que ele pediu a Petiot uma bebida misturada com suco para que ela não sentisse o cheio do álcool em seu hálito.

Assim teria surgido a clássica receita com sal, pimenta, tabasco, limão, vodca, suco de tomate e molho inglês.

No entanto, o herdeiro do famoso bar admite que esta não é a única versão que ouviu de seus antepassados a respeito da origem do coquetel. Franz-Arthur contou que o bartender pode ter inventado o drinque para uma Mary que dançava em um bar de Chicago chamado "Bucket of Blood".

Embora não se tenha exata certeza das circunstâncias em que surgiu a bebida, o registro da receita de Bloody Mary nascida no Harry's New York Bar é o mais antigo que se conhece — e acaba de completar 100 anos.