O Palmeiras inicia amanhã a disputa do Mundial de Clubes, em jogo com o Tigres, do México, mas com o objetivo principal na conquista do título diante do Bayern de Munique na próxima quinta-feira, caso o clube brasileiro e o alemão vençam seus jogos nas semifinais. Com o Bayern tendo jogado ontem (5) pelo Campeonato Alemão, mais uma vez não há a mesma empolgação pela competição no Qatar como a dos sul-americanos, mesmo que desde 2013 apenas europeus se sagraram campeões.
No podcast Posse de Bola #97, Mauro Cezar Pereira afirma que, assim como para os clubes europeus a Liga dos Campeões tem maior importância que o Mundial de Clubes, o mesmo serve para a Copa Libertadores, que ele considera mais relevante para os times que a conquistam do que o evento da Fifa.
"Eu penso assim sempre, falei isso desde sempre, falei isso ano passado, ano retrasado, no outro ano e falo todo ano. Para mim, esse torneio não é mais importante que a Libertadores, é o meu pensamento, para mim a Libertadores é mais importante e isso não é eurocentrismo, ao contrário, se os europeus valorizam mais a Liga dos Campeões, eu acho que nós tínhamos que valorizar a nossa competição, na nossa realidade econômica inclusive", afirma o jornalista.
"Se jogar e ganhar, como o Corinthians venceu em 2012, legal, tira onda, incomoda, sacaneia o rival, o torcedor, tudo bem, isso aqui é uma análise de um jornalista, não de um torcedor. Agora, se você perguntar, quando o Flamengo foi campeão em 1981, você gostou? Claro que eu gostei, mas eu gostei mais da Libertadores já naquela ocasião, eu achei muito mais emocionante e fiquei muito mais eufórico do que no jogo contra o Liverpool lá em 1981", completa.
Mauro afirma que a própria divisão de vagas dos clubes que disputam acaba sendo mais semelhante à da extinta Copa das Confederações do que da Copa do Mundo, com a Oceania tendo um time classificado, mesmo número que Europa e América do Sul, em uma definição que é apenas política e não tem a valorização dos clubes europeus devido à falta de desafio técnico, enquanto para os sul-americanos o atrativo é encarar o vencedor da Liga dos Campeões.
"Esse aí é um problema que a gente tem que entender, que falta de desafio técnico. Eventualmente, o time não europeu pode até ganhar, mas é muito eventual. O desafio técnico praticamente não existe para eles, então eles não se sentem motivados, é isso. Imaginem o Mundial de Clubes sem o clube europeu, que graça teria para o time brasileiro?", diz o jornalista.
"Esse jogo político não favorece, porque ela criou um torneio em que você dá uma vaga para a Oceania, mas a Oceania não tem vaga na Copa do Mundo, tem que jogar repescagem não sei com quem, e são 32 seleções, mas no torneio de meia dúzia de times a Oceania tem vaga, isso evidencia que é uma Copa das Confederações de clubes, na verdade, não é a Copa do Mundo", completa.
Bayern foi melhor europeu de 2020 e se mantém forte
Mauro diz que para o Palmeiras a tanto a semifinal com o Tigres quanto a final com o Bayern de Munique no caso de vitória contra os mexicanos, são confrontos interessantes para os torcedores. Em relação às chances do clube brasileiro, ele vê certo azar por encarar o Bayern de Munique atuando em forma semelhante à que o levou ao título europeu.
"É legal jogar com o Tigres, é um time do México, time que tem grana, tem um trabalho que está com um mecenas há um tempão lá, montando um time forte, vai ser interessante, é uma boa oportunidade de jogar contra uma equipe mexicana, é legal, é um torneio, não é um amistoso. Depois, passando pela equipe do Tigres, jogando contra o Bayern, que deve também passar por seu adversário. É legal poder jogar contra o Bayern, claro que é legal, é muito bacana", afirma o jornalista.
"Tomara que tenha o jogo do Palmeiras, vai ser legal ver, é sempre legal ver. Ano passado foi legal, ano retrasado também foi, é sempre legal ver o sul-americano enfrentando o time campeão da Europa. O azar do Palmeiras é que o campeão da Europa é de fato o melhor time da última temporada, um dos dois melhores, acho que o Liverpool também foi muito bem na temporada passada, agora não está bem. Se o Liverpool fosse campeão europeu, o Liverpool de hoje, não seria o Liverpool campeão europeu, o time está mal, olha como as coisas mudam também, mas o Bayern continua forte", conclui.
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