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Fifa abre investigação sobre escândalo sexual no futebol feminino dos EUA

Fachada da sede da Fifa, em Zurique - Sebastian Derung/AFP
Fachada da sede da Fifa, em Zurique Imagem: Sebastian Derung/AFP

02/10/2021 05h19

A Liga Nacional de Futebol Feminino dos Estados Unidos (NWSL) confirmou nesta sexta-feira que os órgãos judiciais da Fifa abriram uma investigação sobre um escândalo sexual envolvendo um treinador, o que levou à suspensão dos jogos programados para este fim de semana. Denúncias de duas ex-jogadoras de coação sexual contra Paul Riley levaram à sua demissão como técnico do North Carolina Courage nesta quinta-feira (30).

Embora seja um assunto relacionado a uma associação membro da Fifa, o que normalmente leva a entidade a não se envolver, a NWSL acredita que sua intervenção será de grande valor para esclarecer o que aconteceu. A federação de futebol dos EUA (USSF) e a liga serão as encarregadas de entregarem toda a documentação solicitada pela Fifa a cada uma das partes envolvidas no escândalo.

Técnico suspenso

A USSF suspendeu a licença de treinador de Riley após uma notícia divulgada na quinta-feira pelo site "The Athletic" na qual as ex-jogadoras da NWSL Sinead Farrelly e Mana Shim relataram supostos abusos cometidos por ele.

O suposto assédio a Farrelly começou em 2011, quando ela era jogadora do Philadelphia Independence, da agora extinta Liga de Futebol Feminino Profissional. Ela relatou que o abuso continuou quando ela estava com os Portland Thorns.

Shim, ex-jogadora dos Thorns, também teria sido assediada. A franquia afirmou nesta quinta-feira que investigou as acusações contra Riley e as passou para a liga quando ele foi demitido.

A Fifa reiterou em cada uma das polêmicas relativas ao comportamento questionável ou má conduta de profissionais e dirigentes do mundo do futebol que eles serão investigados em toda a sua extensão, sem fazer concessões.

A comissária da NWSL, Lisa Baird, argumentou que a decisão de suspender os jogos deste fim de semana foi tomada de comum acordo com as jogadoras e destacou estava confiante de que os torcedores também apoiariam a decisão.

"Acho que será bom para todos nós refletir sobre coisas que aconteceram dentro de nosso esporte e ter a capacidade de seguir em frente de forma positiva", frisou Baird, que assumiu o cargo no início de 2020. "Admito minha responsabilidade no assunto e lamento profundamente qualquer dor que possa ter sido causada às pessoas afetadas", acrescentou.

Como resultado do tratamento do assunto, a diretoria da NWSL votou nesta sexta-feira para retirar Baird e a conselheira-geral da liga, Lis Levine, de suas posições, de acordo com o "The Athletic".

Riley, de 58 anos, é um dos treinadores mais destacados da liga americana. Ele negou todas as acusações: "São completamente falsas", garantiu.