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Time uruguaio com mesmos donos do Manchester City estreará na 1ª divisão

Mansour bin Zayed em partida amistosa do Manchester City - Francois Nel/Getty Images
Mansour bin Zayed em partida amistosa do Manchester City Imagem: Francois Nel/Getty Images

24/01/2018 10h01

Club Atlético Torque, fundado em 2007 por um grupo de empresários, estreará em 2018 na elite do Campeonato Uruguaio como uma das atrações do torneio, tudo por ser o primeiro braço sul-americano do Football City Group, que é dono, entre outros clubes, do Manchester City.

A equipe já começou a colher os frutos da mudança de proprietários ocorrida em 2017, primeiro ano com o grupo liderado pelo sheik Mansour  bin  Zayed  Al  Nahyan no comando, quando conquistou a segunda divisão de maneira avassaladora, com 56 pontos, nove a mais que o Atenas, que também ascendeu - o terceiro a subir foi o Progreso, vencedor dos playoffs da competição de acesso.

"O City Group é a maior corporação do mundo em matéria de futebol. Eles têm um projeto de expansão em diversas regiões e enxergavam a América do Sul como primeira opção, por ser um continente muito importante na formação e desenvolvimento de jogadores", disse Luis Bruno, diretor-geral do Torque, em entrevista à Agência Efe.

No acesso à primeira divisão, o time contou, por exemplo, com o zagueiro venezuelano Nahuel  Ferraresi, vice-campeão mundial sub-20, que chegou no decorrer da temporada. O jogador, de 19 anos, é apontado como tendo potencial para despontar na Europa em futuro próximo.

De acordo com Luis Bruno, a explicação para a chegada do City Group no Uruguai tem relação com a importância do esporte na sociedade, além do grande aproveitamento de jovens valores por clubes de ponta do futebol mundial.

"Chamou a atenção deles tudo o que o futebol gera ao país em nível social. Além, claro, de ser parte de um projeto esportivo, ter no horizonte um grande compromisso com a responsabilidade social", destacou o dirigente.

Bruno admite que o apoio econômico dos donos do City, que também comandam o New York City, dos Estados Unidos, o Melbourne City, da Austrália, o Girona, da Espanha, e o Yokohama F. Marinos, do Japão, foram importantes para o acesso, além da estabilidade e da solidez do projeto esportivo que está em vigência no clube.

"Nós sempre dizemos que não é melhor, nem pior que o modelo tradicional do futebol uruguaio. É um projeto diferente, aproveitando as coisas boas do futebol uruguaio e tratando de potencializá-las, além de um suporte, em várias áreas, que vem de um futebol muito mais desenvolvido", garantiu o diretor-geral.

"O que eles têm que buscar é um equilíbrio entre os resultados esportivos e, fundamentalmente, na formação de jogadores, tanto locais, como os talentos captados na região", completou Bruno, se referindo aos objetivos do City Group.

De acordo com o dirigente, o clube pode ser um dos propulsores em um processo de modernização do futebol do Uruguai, com adoção de modelo de profissionalismo que só é visto no país na seleção masculina principal.

"O Uruguai não precisa ir ao exterior para copiar um modelo, porque a seleção uruguaia é o exemplo mais importante do que é o futebol uruguaio hoje, com profissionalismo, coesão, e não improvisação", avaliou.

No país, um dos exemplos que o Torque pretende seguir não é dos tradicionais Peñarol e Nacional, mas sim do Boston River, que também pertence a investidores, em dois anos subiu à primeira divisão e já conseguiu classificação, inclusive, para a Copa Sul-Americana.