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Na contramão do esporte, Thiago "Marreta" diz não ter plano de carreira

Ethan Miller/Getty Images
Imagem: Ethan Miller/Getty Images

Ag. Fight

26/10/2017 09h57

Embalado por duas vitórias seguidas no UFC, o peso-médio (84 kg) Thiago "Marreta" é o atual número 15 do mundo de sua divisão, o que o deixa apto automaticamente a colidir a qualquer momento com os principais nomes do esporte. E mesmo com tamanha visibilidade, o brasileiro parecer não se render ao atual momento do esporte.

Isso porquê, em tempos em que uma boa promoção e a escolha de lutas vantajosas parecem ser o caminho para o sucesso, o atleta de fala mansa garante que seu empresário não tem a liberdade de recusar luta, assim como ele próprio não se dá ao luxo de traçar metas dentro da maior organização do mundo. Venha quem vier!

"Eu já não penso assim. Acho que um cara tem que lutar, não tem que negar luta. Se quer ser campeão, ele quer ser o cara que vence qualquer um abaixo dele. Tem que pensar assim. Pelo menos para mim, não funciona de outra forma. tenho 33 anos e não nego luta e não faço plano de carreira. Nunca neguei luta e nem penso em negar. Mas respeito os caras mais novos, de uns 23 anos, que podem fazer plano de carreira. Mas eu não penso dessa forma", disse em conversa exclusiva com a reportagem da Ag. Fight.

Por sinal, a própria categoria do atleta se viu envolta em uma recente confusão. Atual dono do título, o inglês Michael Bisping não luta desde outubro de 2016 e retornará ao octógono para medir forças contra Georges St-Pierre, ex-campeão dos meio-médios (77 kg) que não compete desde o final de 2013.

"O esporte hoje em dia é marketing. O UFC é uma empresa e busca faturar mais e promover mais o evento. Por esse lado faz sentido, o cara vende bastante. Justo, justo, não é. Tem mais lutadores que merecem. Ele [GSP] nem é da categoria, nunca lutou nela", analisou, antes de eleger seu favorito para a disputa.

"Não vou muito com a cara do Bisping, então vou torcer para o GSP dar uma surra nele [risos]. Mas pensando na categoria, seria melhor que o St-Pierre perdesse para continuar com a frequência normal do ranking", disse.

Ao mesmo tempo em que ganha respeito dos fãs e promotores pela postura, Marreta se coloca em risco ao aceitar qualquer rival. Em julho do ano passado, por exemplo, quando vinha embalado por quatro triunfos seguidos, o brasileiro aceitou o duelo contra o experiente Gegard Mousasi e foi nocauteado no primeiro round.

"Com o Mousasi foi oportunidade. Não me arrependo. Sabia do grande atleta e da dificuldade da luta. Arrisquei e não deu certo. Logo depois, com a derrota, fiquei mal e quis reverter. Peguei luta em cima muito próxima. Aquela vontade de tirar a derrota, acabei me lesionando durante a luta, lesão séria na perna. Foi meu corpo dizendo para não fazer mais isso. Não emendar camps".

Neste sábado (28), no UFC São Paulo, Marreta encara Jack Hermansson, em duelo entre experimentados lutadores. E, apesar não fazer parte do seleto grupo dos top 15 da divisão, o atleta sueco, de acordo com o brasileiro, é um desafio de respeito.

"Ele gosta de trocar um pouco, mas não é o carro chefe dele. Vi nas lutas que ele bota para baixo, gosta de trabalhar o jiu-jitsu, o ground and pound e deve trocar um pouco. Em pé, ele tem movimentação boa, troca de base, mas acho que ele não vai ficar comigo. Se ele ficar em pé, eu vou gostar, vai facilitar a minha vida", prometeu.