Mãe de Darlan sai pela 1ª vez do Brasil e surpreende o filho em Santiago

O amor de uma mãe pelo filho ultrapassa qualquer tipo de medo ou barreiras. Aparecida Souza saiu pela primeira vez do Brasil para voar ao Chile e fazer uma surpresa ao filho Darlan em um treino da seleção de vôlei antes da semifinal dos Jogos Pan-Americanos de Santiago — o Brasil enfrenta amanhã (3) a Colômbia, às 20h30.

Ela colocou um chapéu na cabeça para fazer mistério e foi se aproximando do filho. Cida chegou pertinho, para surpresa do atleta. O grande destaque da seleção brasileira, então, arregalou o olho e encontrou a mãe. Os dois se abraçaram e foram às lágrimas.

"Estou muito feliz, de verdade. Meu irmão falou que não ia dar para ela vir, até dei uma murchada, mas ela está aqui. Olhar para a arquibancada e saber que lá está a pessoa que te criou, é surreal", disse o principal pontuador da seleção no Pan.

Cida estava radiante em ver seu filho antes do treino e promete empurrar a seleção rumo à final do torneio. Já sabe até o que vai dizer na arquibancada. "Eu vou gritar 'bora moleque' e ele vai contar com os gritinhos da mamãe", avisou.

Ela foi convidada pelo Clube de Férias Stella Barros e não pensou duas vezes e topou rapidamente a ideia de surpreender o filho. Cida deixou pra lá até mesmo o medo que tem de avião. A viagem mais longa que a matriarca fez foi de uma hora, de Nilópolis, onde vive, até o Rio Grande do Sul. O voo a Santiago tem duração de cerca de quatro horas.

"É um presente maravilhoso. Meus filhos sempre jogam longe e eu nunca estou presente nestes eventos. Estou muito feliz com esse presente. É a primeira vez fora do Brasil e está sendo incrível. O percurso foi longo, mas nem percebi. Dormi, acordei e passei a conversar com a minha amiga Val a respeito dos nossos filhos e não senti mais o medo", contou Cida ao UOL.

Para não correr o risco de estragar a surpresa, Cida desligou o celular e pediu ao marido para avisar Darlan que ela aproveitou o feriado para viajar com as amigas em um lugar que não tem sinal de celular.

"Meus filhos são maravilhosos. Eles estão sempre presentes, mesmo distantes fisicamente. Quando os meninos veem que esfriou no Rio, logo se preocupam com a nossa saúde, minha e do meu marido. Então ele deve estar querendo saber onde estou", disse.

Cida chegou ao Chile na quarta-feira, um dia antes da surpresa, e já aproveitou a cidade com a amiga: conheceu uma vinícola, um circo e outros lugares turísticos da rota planejada pelo Clube de Férias.

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Vôlei é caso de família

Alan foi o primeiro a iniciar no vôlei. Começou a se destacar nas aulas de educação física até que se tornou profissional aos 17 anos. Cida viu como o esporte fez bem ao filho do meio e pediu para que ele conversasse com Darlan, o caçula.

"O mais velho já trabalhava, o do meio já estava no esporte e o Darlan ficava sozinho em casa no computador. Não gostava muito disso. Aí falei com o Alan, ele levou o irmão para a mesma escolinha que o levou para um time e o mais novo também despontou. Olha aí onde os dois estão hoje. O orgulho é imenso, minha filha", falou Cida, que é sempre parada pela vizinhança para comentar dos filhos.

A mãe da dupla da seleção brasileira ficou emocionada ao falar de Alan e Darlan e contou que ela ainda está processando todo esse sucesso que os meninos alcançaram.

"Desde o Alan sendo convocado pela primeira vez à seleção estou meio sem entender as coisas. Foi tudo muito rápido. O mais velho saiu de casa e depois foi o Darlan. A gente, quando olha para os filhos, sempre vê eles pequenininhos. Ainda não acredito o quanto eles cresceram e evoluíram desta maneira", afirmou Cida.

"Eles cresceram muito no esporte. Se desenvolveram e cresceram muito mentalmente. Esse é o presente que o vôlei me deu e transmitiu aos meus filhos", destacou.

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Alan tem 29 anos e Darlan, 21. Apesar de ambos jogarem na mesma posição e disputarem a titularidade na seleção, Cida conta que a união sempre prevalece. Darlan sempre pede conselhos ao mais velho, que nunca hesita em ajudar o irmão e fazê-lo evoluir.

"O Darlan se espelha no Alan. Os dois conversam muito. Acho isso maravilhoso. Mesmo eles vivendo distantes, o mais velho aconselha o caçulinha, já que tem mais experiência no vôlei. E o Darlan enxerga o irmão como um ídolo", destacou Cida.

Jutsu e amizade de infância

Darlan começou a fazer o "jutsu" — aquele gesto do Naruto que o oposto faz antes de sacar — na infância, junto com o amigo Pedro. Ambos começaram a jogar vôlei juntos aos 13 anos, em 2016 e levaram a relação para fora das quadras.

Val, a amiga que viajou com Cida a Santiago, é mãe de Pedro. Ela contou que os dois montavam os computadores na mesa de casa, ficavam jogando juntos e também curtiam assistir Naruto, um anime japonês.

"Eles começaram a aprender a fazer o gesto e pegou a mania. Eu acho que é uma forma de se desligar do que está acontecendo ali para se concentrar no saque. Eu já até perguntei a ele, e Darlan me falou que consegue focar no saque", falou Cida.

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"Pedro e Darlan são muito amigos. É bonito quando o Darlan vai lá em casa. Eles são confidentes. Pedro, infelizmente, não pôde seguir no vôlei, porque descobriu uma doença autoimune, mas está sempre incentivando ele", comentou Val.

As mães celebram juntas a amizade dos filhos e são agradecidas pela conexão que a família criou. É o ambiente dos sonhos para elas.

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