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UFC: Vice projeta mais eventos no Brasil e valoriza modelo de transmissão

Cinturão do UFC - Renato Pizzutto/Band
Cinturão do UFC Imagem: Renato Pizzutto/Band

Luiza Sá

Do UOL, no Rio de Janeiro

11/11/2022 04h00

O UFC tem grandes ambições para o Brasil em 2023, mas o primeiro passo não será o UFC 283 no dia 21 de janeiro, no Rio de Janeiro. O projeto para abrir o ano é o lançamento do UFC Fight Pass, serviço de streaming que dará acesso a todas as lutas ao vivo e conteúdos exclusivos para os assinantes. Em entrevista ao UOL Esporte, David Shaw, vice-presidente sênior do UFC para conteúdo e operação internacional, falou sobre o planejamento.

"Será um grande ano. Estamos lançando esse streaming no Brasil, é a coisa mais importante que fizemos, porque é focado nos fãs. Queremos voltar aqui com mais eventos, se são dois ou três não sabemos ainda. Mas sabemos que estaremos aqui no Rio em janeiro. Sempre estamos vendo eventos em São Paulo, veja nosso histórico antes da covid. Tivemos eventos em Curitiba, Belém, Brasília, Fortaleza, Porto Alegre, em todo o país. É o nosso objetivo", explicou.

O streaming custará R$ 24,90 no plano anual e R$ 29,90 no mensal, com desconto de 50% para quem optar pelo de 12 meses nas duas primeiras semanas de janeiro. O público também poderá assistir às lutas na Band. A emissora vai transmitir até 12 eventos ao vivo durante o ano, entre cards principais e lutas preliminares. Essa parceria marca o retorno do UFC à TV aberta no Brasil pela primeira vez desde 2018.

"O UFC está sempre comprometido a apostar em nós mesmos. Acreditamos que é uma decisão e iniciativa que podemos fazer. Estamos confiantes que podemos dar certo. Também sabemos que temos que ter parceiros importantes envolvidos e é aí que entra a Band. Sabemos também que fazer as pessoas mudarem para um serviço de streaming é algo grande, mas acreditamos que quando você tem coisas chamativas — como um preço acessível, tecnologia melhor, programas em português, da história do Brasil no MMA — você tem as melhores formas de ter um produto bem-sucedido", disse.

"Para a Band, eles terão 12 eventos por ano, um por mês, e vão poder se conectar com os fãs por todo país. É importante para nós a acessibilidade. Temos que dizer às pessoas onde elas encontram o conteúdo do UFC. A Band também é especialista em transmissões, vimos o que fizeram com a Fórmula 1 e outros esportes. Demonstraram que sendo parceiros do UFC, vão fazer a gente crescer o esporte", completou.

David Shaw - Bruno Braz / UOL Esporte - Bruno Braz / UOL Esporte
Vice-presidente sênior do UFC, David Shaw revelou que organização elabora um "conteúdo local" para o Brasil
Imagem: Bruno Braz / UOL Esporte

Nos últimos anos, a Globo, detentora dos direitos, não vinha fazendo transmissões em TV aberta, apenas no Combate. Shaw valorizou a parceria com a antiga emissora, que ajudou a valorizar e popularizar o UFC no país.

"Em primeiro lugar, o esporte cresceu quase exponencialmente nesse país. Isso é também pelo investimento, dedicação e cuidado que a Globo colocou nisso. Eles ajudaram a fazer o MMA crescer no Brasil, não há dúvidas disso. Uma parte importante do nosso plano era colocar em TV aberta. O tema da acessibilidade é importante. Continuamos expandindo o conteúdo e é tudo sobre nos conectar. O conceito de estar em TV aberta uma vez por mês é importante porque podemos expor mais pessoas no país ao esporte e aumentar a base de fãs."

Força dos lutadores brasileiros

O UFC se popularizou ainda mais no Brasil com campeões como Anderson Silva, José Aldo, Júnior Cigano, entre outros. Atualmente, porém, Charles do Bronx perdeu o cinturão. Os únicos brasileiros detentores de títulos são Deiveson Figueiredo, que defende o posto no Rio de Janeiro, e Amanda Nunes. Shaw acredita que as possíveis derrotas não influenciam nos planos de aumento de audiência.

"Acho que é ao contrário. Não acredito que fazemos decisões comerciais que criam os ídolos, são os atletas que se criam. O MMA do Brasil tem 25 atletas bem colocados, dois campeões, com a Amanda e o Deiveson. Olhando para as lutas, tivemos brasileiros em lutas importantes. Tem o Glover depois do Deiveson em janeiro. Vários em quase todos os eventos. É uma demonstração do quão longe o esporte foi. O Brasil representa uma porcentagem grande da base de atletas. Isso vai ditar as decisões que tomamos de uma maneira comercial. É importante reconhecer isso porque é sobre o que eles trazem ao UFC e não o que o UFC dá a eles", disse.

"O sucesso com certeza gera interesse, mas o Charles está na disputa por alguns anos. Ele é alguém que continua dentro e com certeza estará de volta. Se tivermos ele como campeão, a atenção vai seguir aumentando, mas tem muitos brasileiros que podem ter sucesso no futuro", completou.