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Galhardo relembra negócio malsucedido com futebol árabe: 'Bateu tristeza'

Thiago Galhardo, atacante do Internacional, em entrevista ao "Seleção SporTV" - Reprodução / SporTV
Thiago Galhardo, atacante do Internacional, em entrevista ao 'Seleção SporTV' Imagem: Reprodução / SporTV

Do UOL, em São Paulo

28/04/2021 15h43

O Internacional venceu o Deportivo Táchira (VEN) por 4 a 0 na noite de ontem e somou os primeiros pontos na Copa Libertadores. Após tropeçar contra o Always Ready (BOL), o Colorado se recuperou na competição e assumiu a liderança momentânea do Grupo B do torneio.

Destaque da partida e autor de um dos gols, Thiago Galhardo foi o convidado da edição de hoje do 'Seleção SporTV' e falou sobre o início de trabalho do treinador Miguel Angel Ramírez.

"Todo treinador que chega precisa de um tempo, uma pré-temporada, para conhecer os jogadores e desenvolver a forma de jogo. Acho que o que aconteceu com o Abel Braga e o Miguel Angel Ramírez é que não tiveram um tempo hábil para treinamentos, são jogos atrás de jogos, mas com o passar do tempo nós vamos entendendo com muitos vídeos, muitas conversas, e dentro dos próprios jogos o conceito de jogo. A ideia do Ramírez é fazer com que a bola se inicie no Lomba até chegar no centroavante, da forma mais limpa possível. Aos poucos vamos nos adaptando. De fato, não fizemos uma grande estreia, sentimos muito a questão da altitude até pela velocidade da bola. Tivemos alguns jogadores visivelmente sentindo essa situação. Mas isso não pode ser desculpa. A gente sabia que precisávamos nos recuperar o mais rápido possível, e ontem fizemos um grande jogo. Fizemos uma grande atuação, com posse de bola e muitas oportunidades criadas. Fizemos 15 gols nos últimos quatro jogos, e isso mostra que a equipe tem sido muito efetiva. É importante que mais jogadores façam gols e isso tem acontecido", disse Galhardo.

O atacante soma cinco gols em 2021 e vem se redescobrindo na posição. Thiago Galhardo marcou 23 gols na temporada passada e chegou a ser convocado para Seleção Brasileira pela boa fase vivida no Inter. Galhardo revelou que a mudança de posição na carreira ocorreu de forma gradativa e afirmou que quer disputar a posição com Paolo Guerrero no comando de ataque do Inter.

"Meu pai brinca comigo e diz que eu era um centroavante e ninguém sabia. As pessoas não sabem, mas minha primeira posição era volante, passei nos testes de base como zagueiro e quando cheguei no Botafogo, o Caio Júnior que me colocou como camisa 10. Depois fui para o Coritiba e joguei aberto pelo lado e voltei a ser um meia mais centralizado com o Maurício Barbieri no Red Bull. Acho que foi nesse momento que peguei gosto pela posição e me adaptei bem. Sempre gostei de bater faltas e escanteio. Nunca fui um jogador de entrar muito na área, fazer gols de cabeça. Quando eu fui para o Japão, eu trabalhei com um treinador que me ajudou muito nisso. Foi o Vagner Lopes que me colocou mais na frente porque eu era o jogador mais alto do nosso time. Ele me dizia para eu não bater as bolas paradas, porque perdia minha estatura dentro da área. Ele fez um trabalho muito bom comigo em cabeceio, posicionamento dentro área. O Vagner Lopes que me ensinou algumas técnicas. O Rony, que está no Palmeiras, era meu companheiro de clube e ele que começou a cobrar as faltas e escanteios. Lá no Japão que comecei aumentar minha média de gols. Fui contratado pelo Inter para ser um meia, mas por conta das circunstâncias, com a lesão do Guerrero, fui utilizado de centroavante. Acabei fazendo muitos gols na temporada passada e gostei. Quero continuar nessa função e brigar pela posição", comentou.

Thiago Galhardo quase foi negociado com o futebol árabe no fim da última temporada. O atacante chegou a assinar contrato com o Al-Hilal , mas a transação acabou não acontecendo. O atacante revelou que o impasse gerou abatimento e contou como administrou a situação.

"A negociação que acabou não acontecendo foi complicada porque era a reta final do Campeonato Brasileiro, o Inter estava brigando pelo título, eu estava voltando de lesão e em uma sexta-feira o negócio foi fechado. Me despedi dos jogadores, fiz exame médico e assinei o contrato. Fiz tudo que deveria fazer para viajar na semana seguinte. Fui para cidade da minha família para me despedir, porque não poderia levar ninguém por conta da pandemia, e quando acordei no domingo me disseram que a negociação não foi concretizada. No domingo à noite já tive que pegar um voo de volta a Porto Alegre para estar concentrado com o grupo novamente. Como estava voltando de lesão e não tinha treinado, fiquei de fora do jogo contra o Sport. Foi um baque muito grande, porque apesar de ter assinado os papéis e entender um pouco como as coisas funcionam, as coisas acabaram não andando. Então confesso que bateu uma tristeza, mas eu sou tão feliz no Internacional, com ótimos números e um clube com grande estrutura, que não tem como isso me deixar mal por muito tempo. Era uma negociação boa para mim e para minha família, mas procurei voltar à rotina o mais rápido possível", finalizou.