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Casão aponta 'código de silêncio' no futebol sobre pandemia e política

Ex-jogador e comentarista Walter Casagrande Júnior, do Grupo Globo - Bruno Santos/Folhapress
Ex-jogador e comentarista Walter Casagrande Júnior, do Grupo Globo Imagem: Bruno Santos/Folhapress

Colaboração para o UOL, em São Paulo

07/03/2021 15h37

Na semana em que o Brasil registrou a maior média móvel de mortes por covid-19 desde o início da pandemia do novo Coronavírus, o comentarista Walter Casagrande Jr., do Grupo Globo, lamentou a falta de posicionamento político no meio do futebol - entre jogadores e ex-atletas.

Casão citou que profissionais de outros setores, como o da saúde e o das artes, tem se posicionado, alertando para a gravidade da situação no país, enquanto no futebol a regra é ver atletas se calarem em relação a decisões tomadas por confederações e clubes.

"Todas as classes estão se posicionado, falando, mostrando que estamos indo para a destruição completa do país através de um clã perverso, sem alma. Vejo a classe artística, o cinema, a música, todos gritando. Claro, que os profissionais da saúde mais do que ninguém estão mostrando o descaso e o terror dentro dos hospitais. Mas e no futebol? Ninguém mesmo vai falar? Nem para concordar com o que está acontecendo?", escreveu Casão em seu blog, o De Peito Aberto, no site do Globo Esporte.

Richarlison e Neto como exceções

O comentarista disse, ainda, que o único jogador que ele vê quebrando esse código é Richarlison, a quem ele já elogiou em outras ocasiões. Casão também destacou Neto como seu 'companheiro de luta'.

"Nos dias de hoje, minha companhia nessa luta chama-se Neto, que, do modo dele, se posiciona contra praticamente todos os dias esse movimento negacionista. Batia falta como ninguém e agora dispara seus chutes poderosos para derrubar essa estrutura genocida. Não fazemos parte desse código do silêncio", completou.