Jornalista é suspensa por tuitar sobre caso de estupro após morte de Kobe
A jornalista Felicia Sonmez, especializada em notícias de política, foi suspensa pelo jornal The Washington Post depois de tuitar sobre o caso de acusação de estupro envolvendo Kobe Bryant logo após a morte do ex-jogador de basquete, ontem, em acidente de helicóptero em Calabasas, na Califórnia.
A jornalista postou um link para uma história de abril de 2016 do site de notícias "The Daily Beast", que exibia a manchete: "O caso perturbador de estupro de Kobe Bryant: a evidência de DNA, a história do acusador e a meia-confissão".
O tuíte teve grande repercussão, com muitos fãs de Kobe questionando o momento escolhido por Sonmez para fazer a postagem.
Em declaração ao jornal "Daily Mail", a editora do The Washington Post, Tracy Grant, disse que a jornalista foi afastada até que uma análise sobre o caso seja concluída.
"A repórter de política nacional Felicia Sonmez foi colocada em licença administrativa enquanto o The Post analisa se os tuítes sobre a morte de Kobe Bryant violaram a política de mídia social da redação do The Post. Os tuítes mostraram um pré-julgamento que prejudicou o trabalho de seus colegas", disse, segundo o Daily Mail.
Diante da repercussão, Felicia Sonmez se explicou pela postagem e disse que foi ameaçada de morte. Depois, ela deletou todos os comentários que tinha feito sobre o assunto.
"Bem, isso foi para abrir os olhos. Para as 10 mil pessoas (literalmente) que comentaram e me enviaram e-mails com abuso e ameaças de morte, reserve um momento e leia a história - que foi escrita há mais de 3 anos e não por mim", escreveu.
"Qualquer figura pública vale a pena lembrar em sua totalidade, mesmo que essa figura pública seja amada e essa totalidade inquietante Que as pessoas estejam respondendo com raiva e ameaças contra mim fala muito sobre a pressão que as pessoas sofrem para ficar caladas nesses casos", completou.
O caso
Kobe Byrant respondeu a um processo criminal no estado do Colorado por estupro durante a temporada 2003/2004. Mas o caso não chegou a ir a julgamento. Uma funcionária do luxuoso hotel de Lodge & Spa, na região de Edwards, denunciou Bryant à polícia local, mas depois se recusou a testemunhar contra o atleta.
Quando a acusação foi cancelada, Bryant assumiu ter mantido relação sexual com a jovem de 20 anos, mas que ela teria sido consensual. Na época, o astro dos Lakers já era casado e tinha uma filha
A defesa do jogador alegou que a acusação teria ocultado deliberadamente um exame de perícia que apontava que as feridas genitais sofridas pela jovem e apresentadas como prova para denunciar Bryant não correspondiam às de um estupro.
Testes de DNA realizados no jogador e na funcionária também teriam apontado que a jovem teve relações sexuais com três homens em três dias, antes e depois da alegada agressão. A promotoria decidiu retirar as acusações contra o ala, cinco dias antes de os advogados de ambas as partes apresentarem suas alegações iniciais. O caso foi encaminhado na esfera civil. As partes chegaram a um acordo extrajudicial, estimado em torno de US$ 5 milhões.
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