Hebert Conceição cita ouro como 'um pouco de felicidade em momento caótico do país'
O baiano Hebert Conceição conquistou a medalha de ouro na categoria médio dos Jogos Olímpicos de Tóquio, que foi apenas a segunda dourada de um brasileiro na história da modalidade em Olimpíadas e disse que o seu resultado é dedicado a todos os brasileiros que passam por um momento complicado, com desemprego e a morte de entes queridos.
Em entrevista exclusiva a Domitila Becker no UOL News Olimpíadas, Hebert se diz merecedor do ouro por toda a sua luta e se disse satisfeito em poder dar um momento de alegria ao povo do país em um momento de caos com a pandemia e os seus efeitos.
"Eu poderia dedicar para a minha mãe, que é a minha fã número 1, poderia dedicar para muitas pessoas, para mim, que também sou merecedor para caramba, para a minha equipe, mas eu vou dedicar para todos os brasileiros", afirma o pugilista.
"Acho que o nosso país vive um momento complicado, com essa pandemia que veio devastando não só o Brasil mas todo o mundo e muitas pessoas perderam o emprego, muitas pessoas fecharam seus negócios, perderam pessoas amadas, que amavam, então eu acho que pude conseguir proporcionar um pouco de felicidade em um momento tão caótico. É muito gratificante para mim e espero que eles tenham se sentido representados", completa.
Hebert explica também a forma como foi ao ataque no terceiro round da luta para vencer o ucraniano Oleksandr Khyzniak por nocaute, ressaltando que sabia que seria a única forma de sair vitorioso depois de ter encerrados os dois primeiros rounds em inferioridade.
"Eu sabia que estava perdendo o primeiro e o segundo rounds, só um nocaute salvaria ali a minha luta, eu tentei algumas vezes com golpe no corpo, que é um pouco mais fácil do que com golpe na cabeça, mas é isso, eu também treinei muito esses dois golpes que eu nocauteei, que é esperar, que ele vem muito para cima, vem com muito ímpeto, e eu cruzo com a mão na frente e volto com a de trás, que o cruzado quando você cruza com a da frente e volta com a de trás, ele vem mais forte", diz Hebert.
"Foi um golpe também treinado, não esperava que fosse acontecer naquele momento, mas eu tentei e fui para buscar um nocaute, que bom que eu consegui", completa.
O baiano também explica a escolha da música Madiba, do Olodum, para ir ao ringue, ressaltando a representação negra e o fato de ser um jovem humilde de Salvador, na Bahia.
"Representa muita coisa, eu que sou um menino humilde, que vim de Salvador, uma cidade muito carente também, o estado mais negro do Brasil é a Bahia, então eu sou oriundo dessa raça, da raça negra, mas da raça humana, eu represento a todos, não só os negros, mas os brancos, os pardos, os índios e essa música também e um hino muito lindo, me inspira muito porque eu sou um cara batalhador, eu batalhei muito para chegar onde cheguei e agora é desfrutar e agradecer", conclui.
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