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Tom Daley rebate comentários homofóbicos de TV da Rússia

Tom Daley, saltador da equipe britânica, exibe casaco tricotado por ele mesmo - Reprodução/Instagram
Tom Daley, saltador da equipe britânica, exibe casaco tricotado por ele mesmo Imagem: Reprodução/Instagram

Colaboração para o UOL, em São Paulo

09/08/2021 18h49

Campeão olímpico de salto ornamental, o britânico Tom Daley rebateu os comentários homofóbicos de integrantes do canal Rossiya 1, da Rússia, durante as Olimpíadas de Tóquio.

Ao jornal britânico "The Telegraph", Daley afirmou que só tomou conhecimento do episódio ao final dos Jogos Olimpícos. O atleta, que é homossexual, ainda defendeu que "há muito a ser feito" em relação à inclusão da comunidade LGBTQIA+.

"Não tinha ideia. Quando se está nos Jogos Olímpicos, nós ficamos em uma bolha, e realmente não vemos nada. A história mostra que tudo na sociedade foi ditado pela experiência heterossexual, branca e masculina. Se nos pudéssemos nos unir e usar diferentes pontos de vista, o mundo seria um lugar melhor", defendeu Daley, que é casado com o norte-americano Dustin Lance Black.

Durante cobertura olímpica, a Rossiya 1 se referiu a atletas homossexuais como "sujos", "pervertidos" e "psicopatas". O canal ainda exibiu imagens de o saltado usando uma se suas peças de tricô, com seu marido e filho.

Na ocasião, a apresentadora Olga Skabeyeva afirmou que "se esses caras não estivessem criando um filho juntos, aí seria problema deles. Eles pelo menos competem com outros caras". O comentário se refere à neozelandeza Laurel Hubbard, primeira atleta transgênero a disputar as Olimpíadas.

"Ainda há muito a fazer. Há dez países competindo nessas Olimpíadas onde ser LGBT é punível com a morte. Sinto-me extremamente sortudo por poder estar no trampolim como eu mesmo, com um marido e um filho. (...) Há muitas pessoas que crescem em todo o mundo em situações menos afortunadas. Só espero que ver os esportistas se assumindo as ajude a se sentir menos sozinhas. Quando eu estava crescendo, sempre soube que era diferente. Sempre ouvi gente falando coisas ruins. Você se cala e sente que nunca vai ser ninguém", disse o britânico.

"É muito difícil se assumir e falar abertamente. Pode ser bastante desanimador e assustador para as pessoas, especialmente em esportes onde os fãs podem não ser tão receptivos. Eu não percebi o impacto que teria nas pessoas ao redor do mundo ao viver como eu mesmo. Me sinto extremamente orgulhoso disso", completou.

De acordo com o jornal, o Comitê Olímpico Internacional (COI) abriu uma investigação sobre os comentários homofóbicos do canal de TV russo.