Topo

Galvão confirma presença nas Olimpíadas de Paris: 'Vou estar lá'

Galvão Bueno durante a transmissão de Brasil e Arábia Saudita nas Olimpíadas de Tóquio - Transmissão
Galvão Bueno durante a transmissão de Brasil e Arábia Saudita nas Olimpíadas de Tóquio Imagem: Transmissão

Do UOL, em São Paulo

08/08/2021 16h44Atualizada em 08/08/2021 23h57

Galvão Bueno espantou os rumores de aposentadoria mais uma vez. Ao Fantástico, O narrador, um dos nomes mais celebrados da cobertura dos Jogos de Tóquio 2020, disse que estará nas competições "nem que tenha que comprar ingresso".

"Antes que você me pergunte se possa ter sido minha última Olimpíada, Paris é logo ali!" disse, ao podcast 'Isso é Fantástico'. "Vou estar lá. Como, onde, que jeito, por quem, trabalhando para quem, eu não sei. Mas vou estar lá. Eu só peço a Deus que me dê saúde, nem que eu vá com Desirée [esposa], com os filhos, começar a comprar ingresso de tudo e organizar as coisas", acrescenta.

Galvão faz um balanço da carreira. Ele diz que não se imaginava narrando depois dos 70 anos, mas parar não está nos planos, como já passou pela cabeça um dia.

"O mundo mudou. As pessoas se aposentavam mais cedo com menos idade. Não consigo viver parado. Além do meu trabalho na televisão, tenho investimentos, meu trabalho, sou orgulhosamente produtor de vinhos, no Brasil e na Itália, não consigo viver parado! Quando falei no fim da Copa de 2010, entendia que ia fazer 2014, e talvez não estivesse na Rússia em 2018. Seria a última Copa fora do Brasil, não quer dizer que eu fosse parar de trabalhar. As coisas vão vindo... Eu sei lá. Que nem o Chacrinha: 'quero morrer no palco'. Me faz bem."

Os Jogos de Paris vão representar um marco para a carreira de Galvão, que tem 40 anos de cobertura no evento - 50 de carreira. Para ele, motivo mais do que justo para marcar garantir sua presença com três anos de antecedência. "Meses antes eu completo 50 anos de profissão. Eu tenho que estar lá."

Em 2021, pela primeira vez, ele não cobriu in loco as competições, mas sentiu falta de estar perto da notícia. A restrição das equipes de TV foi imposta pelo comitê de organização por causa da pandemia de covid-19.

"Cheguei a dizer não deveria estar acontecendo. O Japão atrasado nas vacinas, em estado de emergência, mas com o passar dos dias, deu para entender que foi uma Olimpíada da superação. Os atletas, as pessoas que durante a pandemia, a quarentena... Eu fiquei 14 meses sem fazer uma narração até tomar as vacinas. Os atletas treinavam na varanda de casa, em cima da mesa, da cama, jogava pneu pra cima, cada um se virava de um jeito. E tivemos recordes batidos, eventos e jogos fantásticos. Foi por esse lado, a superação", aponta.

"Mas foi também da inclusão. De um novo mundo que não há como fugir - e por que fugir? Lá atrás, o barão Pierre de Coubertin, do 'importante é competir', tão endeusado. Na cerimônia de abertura usei uma frase horrorosa dele, quando dizia ser inimaginável uma mulher na Olimpíada. Seria 'antiestético', 'antiatlético'. Vá ser careta para lá! E a inclusão de raças, credos, cor, ficou um marco. E nunca vi uma Olimpíada com tantos atos de solidariedade entre atletas. O mundo precisa um pouco disso. A princípio eu era contra - ainda acho que deveria ser muito mais isolado, não sei, não estava lá, mas o mundo estava precisando um pouco disso", completou.

Como uma forma de aproximar as equipes de transmissão do público, a TV Globo divulgou imagens das cabines de transmissão, com as reações emocionadas tanto das medalhas quanto das derrotas do Brasil. Uma barreira importante, segundo Galvão.

"Minha casa é a cabine. Se dezenas de milhões de pessoas me recebem em suas casas para as transmissões dos jogos de futebol, das Olimpíadas, eu tenho que fazer o mesmo", esclarece.

"Ninguém nunca tinha visto, nem eu, a não ser o tetra, que eu e Arnaldo [César Coelho] pegamos carona com Pelé, não lembro de ter visto o que eu faço quando grito gol, quando narro algo importante como o penta, as vitórias do Ayrton Senna, do Nelson Piquet. Tudo isso que deus me deu para ficar registrado na minha voz, então nunca imaginei estar no Jornal Nacional, e colocarem um maluco dando soco no ar, virando de costas para não assistir, gritando, foi bom demais!"

As vezes criticado por 'torcer demais', ele admite ter tentado o equilíbrio durante a carreira, mas reconhece: é um fanático pelo país.

"Eu sou um equilibrista, esses anos todos andei no fio da navalha: de um lado, a emoção que tento vender, eu torço para o Brasil, vou torcer para quem? Torcendo, mas me equilibrando com a realidade dos fatos, que eu não posso fugir. É difícil andar no fio da navalha."