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Jardine explica demora para mexer e aponta "cartada certeira" com Malcom

André Jardine durante partida do Brasil contra a Espanha na final das Olimpíadas, em Yokohama - Loic Venance/AFP
André Jardine durante partida do Brasil contra a Espanha na final das Olimpíadas, em Yokohama Imagem: Loic Venance/AFP

Demétrio Vecchioli

Do UOL, em Yokohama

07/08/2021 13h05

O técnico André Jardine foi alvo de críticas de torcedores nas redes sociais por demorar para fazer substituições na final do futebol masculino nas Olimpíadas de Tóquio. Contra a Espanha, ele mexeu pela primeira vez somente no intervalo entre o tempo normal e a prorrogação — curiosamente, quem entrou neste momento foi Malcom, autor do gol da vitória por 2 a 1 no Estádio Internacional de Yokohama.

"Nossa equipe titular sem dúvida tem um entrosamento maior, foi a equipe que mais jogou junto e eu gosto de fazer substituições quando tenho convicção de fazê-las, não fazer por fazer. Enquanto eu senti que o Cunha tinha energia a gente tentou usá-lo nessa parceria com o Richarlison na frente. E aí realmente no fim a gente percebeu ele bastante cansado e aí a decisão de colocar o Malcom, que tínhamos certeza que seria o dia dele hoje, entrando do lado esquerdo e dando outra característica para surpreender a Espanha. Foi uma cartada certeira", comemorou.

Adiante, Jardine explicou essa certeza que tinha sobre o desempenho de Malcom na final: "É um jogador muito potente e tinha entrado somente pelo lado direito até agora na competição. Nas reuniões que a gente faz no pré-jogo pensamos situações que podem surpreender os adversários e o Malcom pela esquerda tínhamos a sensação de que poderia dar uma profundidade a mais no jogo e para mim foi uma entrada decisiva."

O Brasil conquistou a medalha de ouro no Japão com quatro vitórias (Alemanha, Arábia Saudita, Egito e Espanha) e dois empates (Costa do Marfim e México), com dez gols marcados e quatro sofridos. É o segundo título olímpico consecutivo do futebol masculino, que venceu os traumas na modalidade após 12 tentativas na Rio-2016. O comandante do ouro foi questionado se este sábado muda seu status como treinador e preferiu dedicar aos seus companheiros de profissão em vez de responder de forma objetiva.

"Não sei, não pensei nisso ainda. A gente queria muito ganhar o ouro por tudo o que ele representa para o nosso país, para a nossa classe de treinadores que apanha bastante e volta e meia está aí correspondendo, dando resposta. É um ouro que vai para nós todos, treinadores, formadores dessa rapaziada toda, treinadores brasileiros, povo brasileiro. Agora é curtir isso aí e pensar um pouco depois na sequência."

Sobre o jogo, o treinador somente comemorou a "estratégia superfeliz" que rendeu a vitória sobre a Espanha na prorrogação:

"Sabíamos que o jogo alternaria, não conseguiríamos ter o domínio o tempo todo e eles também não. Sabíamos que eles teriam predomínio de posse de bola, controle maior da bola e nós deveríamos ter mais controle de espaços internos, com o contra-ataque à disposição. Não abdicamos de jogadores com potência para contra-atacar, era um jogo que exigiria trabalho defensivo e coletivo e os jogadores entenderam. A estratégia foi superfeliz. No intervalo o banco foi dando energia para cima e tivemos a facilidade de matar o jogo."