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Primeira negra dos EUA campeã olímpica da luta livre vai comprar food truck

Tamyra Marianna Mensah Stock é a primeira campeã olímpica negra da luta livre - LEAH MILLIS/REUTERS
Tamyra Marianna Mensah Stock é a primeira campeã olímpica negra da luta livre Imagem: LEAH MILLIS/REUTERS

Leonardo Parrela

Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte

04/08/2021 14h00

Primeira negra norte-americana a ser campeã olímpica na luta olímpica, Tamyra Mensah-Stock venceu a nigeriana Blessing Oborududu na final da categoria -68kg nas Olimpíadas de Tóquio. O feito inédito da lutadora de 28 anos será acompanhado de uma premiação em dinheiro oferecida pelo Comitê Olímpico dos EUA que já tem destino certo nos planos da atleta. Tamyra vai ajudar a mãe a realizar um sonho: comprar um food truck.

"Eu falei para ela [minha mãe] cinco anos atrás que ela ganharia um food truck, mas teria que ser responsável", brincou. "Então agora ela terá o seu próprio food truck", completou. A atleta falou que esse sempre foi um sonho que a mãe tinha.

Tamyra receberá US$ 37.500 (aproximadamente R$ 195 mil) como premiação pelo título olímpico e destinará US$ 30.000 (quase R$ 156 mil) para realizar o sonho materno. "Ela cozinha muito bem, faz um churrasco muito bom".

Apesar da afirmação, Tamyra não aproveita os dotes culinários da mamãe. A lutadora pratica o piscitarianismo —dieta alimentar que inclui o consumo de peixes e frutos do mar, mas exclui a carne de outros animais.

Tamyra começou no wrestling após aceitar convite da irmã gêmea para um teste no esporte, deixando o atletismo, esporte que praticava até então. Muito ligada à família, um episódio marcante envolvendo seu pai, Prince Mensah, quase a fez desistir do esporte. Nascido em Gana, ele morreu em 2009 após um acidente automobilístico quando voltava de uma competição da filha.

O CAMINHO PARA O OURO

Tamyra Mensah-Stock não teve vida fácil para conquistar o primeiro ouro olímpico. Atual campeã mundial, teve de vencer a japonesa Sara Dosho (ouro na Rio-2016 e campeã mundial em 2017) e depois enfrentou a chinesa Feng Zhou, que tinha batido a própria Tamyra em 2020. Na semifinal, precisou virar o placar diante da ucraniana Alla Cherkasova, campeã mundial de 2018.

Ao bater a nigeriana na final em Tóquio, Tamyra comentou sobre a representatividade daquele duelo, reunindo duas lutadoras negras numa decisão olímpica. "É incrível. Ela estava fazendo história, eu estava fazendo história. Foi muito representativo". Tamyra espera que o ouro conquistado abra mais espaço para mulheres negras na luta olímpica.