Topo

Com queda de recorde dos 100m, marcas de Flo-Jo finalmente estão sob risco

Elaine Thompson-Herah comemora ouro nos 100m rasos; jamaicana bateu recorde que durava 33 anos - Christian Petersen/Getty Images
Elaine Thompson-Herah comemora ouro nos 100m rasos; jamaicana bateu recorde que durava 33 anos Imagem: Christian Petersen/Getty Images

Caio Blois

Do UOL, no Rio de Janeiro

31/07/2021 12h21

Um dos recordes mais antigos do atletismo caiu por terra nas Olimpíadas de Tóquio. A marca de 10s62 da americana Florence Griffith-Joyner durava desde Seul-1988, mas não resistiu à jamaicana Elaine Thompson-Herah, que coroou a vitória nos 100m rasos neste sábado (31) com a nova melhor marca olímpica da história: 10s61.

O domínio da Jamaica nas provas de velocidade do atletismo não é novidade mas, desta vez, Elaine Thompson-Herah chegou de fato ao olimpo do esporte ao bater uma das marcas "inquebráveis" de Griffith-Joyner, o que sua compatriota e recordista de medalhas nos 100m rasos, Shelly-Ann Fraser-Price, não conseguiu.

O pódio completamente jamaicano fez o primeiro-ministro do país, Andrew Holness, comemorar de maneira efusiva nas redes sociais.

Flo-Jo conviveu por toda a vida com acusações de doping nunca comprovadas. Até sua morte, após uma crise epilética em 1998, foi cercada pelo assunto. Antes de 1988, quando já tinha 29 anos e passou a quebrar recordes em profusão, a americana tinha como melhor marca nos 100m rasos um 10s96, portanto, baixou seu tempo quase meio segundo em apenas um ano, algo incomum no atletismo. Ela ainda detém o tempo de 10s49, também de 1988, que segue como recorde mundial até os dias atuais.

Os olhos agora se voltam para os 200m, onde além da dupla jamaicana, uma americana pode ao menos manter o recorde olímpico nos Estados Unidos caso quebre a marca. Gabrielle Thomas alcançou a terceira maior marca da história com 21s61 em junho, 27 centésimos acima dos 21s34 de Flo-Jo, antes vistos como impossíveis de serem batidos.

Depois de Florence Griffith-Joyner, nenhuma mulher correu a prova abaixo de 21s60. De todas as atletas que disputaram os 100m rasos, apenas Shelly-Ann Fraser-Price era viva em 1988. A final olímpica, entretanto, mostrou que a história sempre pode ter novas páginas.

"Acho que poderia ter sido ainda mais rápida se eu não começasse a celebrar e a apontar, na verdade. Isso é para mostrar a todos que sempre temos mais coisas para alcançar. Espero que um dia eu consiga quebrar todos os recordes possíveis, é claro que é um sonho", afirmou Elaine Thompson-Herah após ser campeã olímpica em Tóquio.