Para você que não perde tempo em correr para as redes sociais e chamar os atletas brasileiros nas Olimpíadas de Tóquio, um recado: tem certeza que quer fazer isso?
Você também vai chamar de amarelão Novak Djokovic, eliminado nas semifinais do tênis? Afinal de contas, na primeira vez em que foi pressionado nos Jogos de Tóquio, não resistiu. E Simone Biles? A mulher tem quatro medalhas de ouro olímpicas, 19 (!) títulos mundiais e desistiu, até agora, de três finais.
O mesmo vale para Naomi Osaka, estrela japonesa do tênis que não passou da segunda rodada, ou Katie Ledecky, que deveria ser a grande estela das piscinas mas foi ofuscada por uma australiana de 20 anos.
Você chamou alguma dessas pessoas de amarelão?
Ou preferiu lembrar que Djoko é o melhor tenista do mundo, está fazendo a melhor temporada do tênis em anos e pode ser o primeiro a vencer os quatro Grand Slams no mesmo ano na era do tênis profissional?
E parabenizou Simone Biles por admitir que o corpo e a mente não estavam em condições de seguir competindo e a parabenizou por desistir de (até agora) três finais mesmo sendo o maior nome de toda a Olimpíada?
E encontrou elogios também para Osaka, a primeira entre os grandes do esporte a colocar em discussão saúde mental, e Ledecky, por sua longevidade entre as melhores do planeta em uma das modalidades mais disputadas dos Jogos?
Pois é.
Acho que é mais fácil chamar de amarelão um atleta que está competindo em pé de igualdade contra adversários mais fortes, um atleta que teve dificuldade para treinar durante a pandemia (assim como seus adversários), um atleta que está entre os maiores do mundo mas não chegou ao nível que esses nomes aí em cima atingiram.
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