É uma história curiosa a de Thaíssa Presti. Ela é professora de educação física, pós-graduada em marketing e formada em administração esportiva. Todos os diplomas são brasileiros. Mas, até hoje, ela recita a tabuada em japonês.
Brasileiríssima, Thaíssa aprendeu a correr numa pista de terra no Japão, a menos de uma hora de Tóquio. E foram essas corridas japonesas que a levaram ao pódio olímpico: em 2008, nos Jogos de Pequim, ela, ao lado de Rosemar Coelho Neto, Lucimar de Moura e Rosângela Santos, conquistou o bronze nos 4x100m livre do atletismo —a medalha só chegou nove anos depois, mas essa é outra história.
O ponto, aqui, é o Japão. E Thaíssa não é nissei, como são chamados os descendentes dos japoneses que imigraram. Mas carrega em seu jeito de ser tudo o que aprendeu por lá. Ela viveu dos dois aos dez anos no Japão porque, em 1987, seu pai foi jogar futebol no Kashiwa Reysol.
Quando ela voltou, demorou a se acostumar com o Brasil: "Eu pensava: que povo mais barulhento".