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Por que Mackenzie Dern se vê "mais profissional" e espera evolução no UFC

Mackenzie Dern posa antes da UFC Fight Night em maio de 2020, em Las Vegas. Foi sua última luta antes de hoje (19) - Mike Roach/Zuffa LLC via Getty Images
Mackenzie Dern posa antes da UFC Fight Night em maio de 2020, em Las Vegas. Foi sua última luta antes de hoje (19) Imagem: Mike Roach/Zuffa LLC via Getty Images

Gabriel Carneiro

Do UOL, em São Paulo

19/09/2020 08h40

Mackenzie Dern (27) é uma das atrações do card principal do UFC: Covington x Woodley, hoje (19), a partir de 21h, em Las Vegas.

Há quase um ano, a atleta americana naturalizada brasileira sofreu a primeira derrota da carreira contra Amanda Ribas. Em maio deste ano se reabilitou ao finalizar Hannah Cifers e agora terá pela frente a experiente canadense Randa Markos, de 35 anos. A ideia é ampliar o cartel 8-1, subir da 15ª colocação do ranking e se colocar em condição de disputa do cinturão peso-palha feminino, até 52,1 kg.

"É a melhor preparação que eu já fiz para uma luta", resume, ao UOL Esporte.

A confiança de Mackenzie Dern se explica por alguns fatores, a começar por uma mudança de estilo de vida que a tornou "mais profissional" - palavras da própria. Ela diz que tinha o costume de fazer viagens de lazer logo após suas lutas no UFC. "Eu ficava numa vidinha de comemorar, ficava de boinha. Mas agora está tudo fechado". O isolamento social decorrente da pandemia impediu o deslocamento. Daí veio o foco.

O fato de não poder viajar pelo corona fez acabar minha luta em maio e eu já voltar aos treinos. São três treinos por dia, trabalho duro. Meu peso está ótimo, falta muito pouco. É outra vibe, outra fase, sou uma Mackenzie mais focada, determinada e profissional. É outra coisa quando você sente que está evoluindo como trocadora, como wrestler. Não tem nada melhor do que se sentir confiante com sua preparação."

O hábito de não viajar para descansar depois das lutas foi criado na quarentena e, segundo Mackenzie Dern, será mantido depois dela.

Mackenzie Dern comemora vitória sobre Hannah Cifers em maio de 2020, em Las Vegas - Jeff Bottari/Zuffa LLC - Jeff Bottari/Zuffa LLC
Mackenzie Dern comemora vitória sobre Hannah Cifers em maio de 2020, em Las Vegas
Imagem: Jeff Bottari/Zuffa LLC

"Antes da minha luta com a Hannah o Dana White deu uma declaração de que as pessoas acham que carreira é longa, mas na verdade é curta. Eu tive minha primeira derrota [em outubro de 2019] e queria ter lutado mais cedo, mas ficaram enrolando. Quando eu estava ganhando era na hora em que eu quisesse, depois não foi mais assim (risos). Só estou ficando mais velha, 27 anos estou no prime, melhor forma do que nunca. Mas o tempo passa, não é carreira de 20 anos igual o jiu jitsu. Tenho que treinar forte, não ficar tirando tantas ferias assim. Estou vendo resultado e está gostoso, quero ser a melhor do UFC", diz a antiga campeã mundial de jiu jitsu.

Mackenzie Dern também trocou de treinador. Ela deixou a academia Black House e agora trabalha com Jason Parillo, que é especialista em trocação. "Estou começando a alcançar todo meu potencial como atleta", diz.

Gravidez no caminho ao cinturão

No MMA profissional desde 2016 e com cinco vitórias por finalização em suas oito lutas, a americana-brasileira deu um tempo na carreira em 2019, quando deu à luz Moa - o pai é o surfista brasileiro Wesley Santos. Moa nasceu em 9 de junho e quatro meses depois a lutadora já estava no octógono.

Mackenzie Dern, Moa e Wesley Santos - Reprodução/Instagram - Reprodução/Instagram
Mackenzie Dern, a pequena Moa e Wesley Santos
Imagem: Reprodução/Instagram

"Não acho que minha gravidez tenha atrasado algo, ela só me ajudou. A perder peso, por exemplo, que eu estava tendo dificuldade antes. No estilo de vida que eu tinha antes de engravidar teria sofrido mais, eu acho. Antes de eu engravidar meu peso estava longe e isso me atrasava mais do que eu ter filho. Agora com 27 anos já tenho filha, não preciso esperar aposentar para ter. Minha filha acelerou nessa mudança de estilo de vida", argumenta.

Agora, a missão é mostrar os resultados de tantas mudanças.

"Se eu ganhar bem essa luta, finalizando, nocauteando rápido, isso pode me colocar no top 10. O resto vai depender do UFC, da ideia deles, como me veem. Eu tenho todo o talento e potencial de ser campeã. Não vou falar que treino mais que outras, tenho certeza que todas estão no máximo, vai chegar ao ponto de quem quer mais. Eu quero e preciso provar isso."