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Brasileiros pedem mais marketing e provocação a Aldo por retomada de espaço

AP Photo/John Locher
Imagem: AP Photo/John Locher

Pedro Ivo Almeida

Do UOL, no Rio de Janeiro

19/10/2016 06h01

Após a polêmica que já dura quase um mês, José Aldo e UFC se reúnem nesta quarta-feira (19) para uma conversa que visa esclarecer a relação estremecida. Enquanto o brasileiro pediu dispensa da organização e ameaçou aposentadoria, a entidade se organiza para conduzir o caso.

Para todos os envolvidos, a situação é delicada e imprevisível por enquanto. Ainda assim, alguns companheiros do lutador já sonham com o retorno do campeão e sugerem até em que pontos ele pode melhorar para evitar novos impasses do tipo.

E os conselhos não se limitam à área do octógono, onde Aldo é praticamente uma unanimidade, mas também aos bastidores do UFC. Para os companheiros do manauara, ele precisa rever alguns posicionamentos, caso retorne ao mundo das lutas.

Nomes como Thales Leite e Johnny Eduardo entendem que Conor McGregor só acumulou decisões favoráveis por uma lógica de mercado. Como sua imagem vende mais, o irlandês acabará sempre beneficiado.

“Na real, a culpa é de todos nós, que gostamos de ver o circo pegar fogo e alimentamos personagens como McGregor. Todos estarão lá assistindo à próxima luta. O UFC á buscava alguém assim. Tivemos o Bisping, o Sonnen e agora ele. Acharam um campeão polêmico. Ele já faturou mais que 95% dos lutadores. E isso com metade de lutas. Por que? Pela polêmica, porque vende. Precisamos parar com essa coisa de achar que isso é só um ideal. É uma profissão. As pessoas se vendem mesmo”, comentou Thales.

“O brasileiro tem que parar com essa coisa ‘samurai’, essa coisa doutrinada de que a luta é algo apenas para melhorar sua vida, um ideal. Claro que é. Mas é uma profissão, é negócio, é dinheiro também. Os lutadores de outros países lutam porque é uma profissão, porque dá dinheiro. Temos que encarar assim. Quando todos pensarem assim, seremos tratados de maneira igual. Não teremos mais essa diferença. Eu mesmo fiquei 11 meses fora e comecei a ‘atirar’ para todo mundo no Twitter. Tem que tentar. O Aldo tem uma patente alta. Precisa mudar, se vender mais. Falar mesmo, é campeão, tem moral para isso”, disse Johnny Eduardo.

No final de setembro, Aldo se revoltou com a decisão do UFC de colocar seu principal rival, o irlandês Conor McGregor, para disputar o cinturão dos pesos leves contra o norte-americano Eddie Álvarez sem precisar abandonar o título regular dos penas - como havia exigido a Aldo anteriormente e anunciou que estaria se afastando da organização.

“Espero que ele volte. E agora está fazendo a coisa certa. Buscando o seu, fazendo barulho, tentando. Esperamos que tudo se resolva e mude”, falou Thales Leite.?