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Bisping provoca Anderson por telefone e brasileiro responde

Steve Marcus/Getty Images/AFP
Imagem: Steve Marcus/Getty Images/AFP

Fábio Aleixo

Do UOL, em São Paulo

29/12/2015 15h57

Anderson Silva afirmou que está à disposição do UFC para fazer quantos testes antidoping sejam necessários até a luta que fará no dia 26 de fevereiro, contra Michael Bisping, na O2 Arena, em Londres. Será sua volta aos octógonos após ser flagrado com anabolizante em exame após luta com Nick Diaz em 31 de janeiro deste ano.

"Se quiserem me testar todos dias até o dia da luta, que seja feito. Alguns vão achar que me dopei intencionalmente, outros não. Mas o que vale no fim é a minha consciência e quanto a isso estou muito tranquilo. Estou pronto para ser testado a qualquer momento. Não sou perfeito, não sou nenhum santo. Cometi uma falha de ter tomado uma substância que estava contaminada. Jamais teria colocado em exposição minha vida pessoal para esclarecer os fatos da forma que esclareci. Deu toda aquela polêmica, o meu advogado e o cara que testou os suplementos que tomei pareciam dois patetas e não conseguiram provar a verdade", afirmou o lutador durante teleconferência na tarde desta terça-feira para promover o combate.

Anderson disse isso para responder às constantes provocações feitas pelo adversário durante a conferência. Bisping, que já havia usado seu perfil no Twitter para cutucar o brasileiro, o chamou de trapaceiro e pediu testes constantes até a luta de fevereiro.

"Anderson Silva testou positivo não para uma, não para duas, mas para três substâncias proibidas. Ele é um grande atleta, mas perdeu muito do meu respeito. Esta luta representa bater todos aqueles que violaram o sistema. Para ser honesto, foi uma vergonha o que aconteceu. Eu quero ser testado, podem tirar meu sangue, podem pegar a minha urina. Anderson deve ser testado. Se alguém trapaceou uma vez, vai tentar seguir trapaceando. Se você usa drogas para melhorar a performance, é um covarde", provocou o inglês.

"Eu nunca precisei usar nenhum tipo de substância ilegal, anabolizante e algo parecido. Cometi um erro, que pode acontecer com todo mundo, mas eu nunca tinha testado positivo. Algumas pessoas vão seguir falando, não me importo, não estou nem aí. Algumas coisas serão resolvidas lá dentro (do octógono) como sempre foi. Não gosto de me promover com falação, gosto de lutar e mostrar as coisas com meu trabalho", retrucou o brasileiro.
 
Anderson demonstrou certo incômodo com as perguntas sobre o seu caso de doping e afirmou que não vê isso como uma mancha que levará por toda a sua carreira. Em julgamento em agosto deste ano, o lutador admitiu que fez uso de uma substância desconhecida (um estimulante sexual tailandês) e acabou suspenso por 12 meses e teve a vitória sobre Diaz anulada, Além disso, foi expulso do programa The Ultimate Fighter Brasil.
 
"Falar, todo mundo pode falar. O que tenho de fazer é meu trabalho como sempre fiz. Não tem muito o que ficar 'ai meu Deus'. Se eu me preocupar com o que falam de mim, não posso sair de casa", disse.

Aos 40 anos de idade, o lutador brasileiro afirmou que não vê a luta contra Bisping como uma forma de redenção ou de provar às pessoas que ainda pode voltar a conseguir grandes feitos no UFC.
 
"Não tenho que provar nada a ninguém, nem para o Bisping, nem para ninguém, a não ser para mim mesmo. Estou motivado porque é algo que faço há muito tempo, desde os oito anos. Estou pronto para subir lá (no octógono) e lutar. Estou muito motivado e feliz por lutar na Inglaterra, ainda que meu desejo fosse fazer a minha volta no Brasil", afirmou.
 
Bisping não se mostrou preocupado com toda esta confiança do brasileiro e retrucou.
 
"Ele perdeu duas vezes para o Chris Weidman, fez aquela luta contra o Nick Diaz, e pareceu bem vencível. Eu sempre achei que podia vencê-lo, e agora vou prová-lo", provocou.