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Após corte e pegadinha, UFC Suécia tem incógnitas na luta principal

Iraniano Gegard Mousasi (e) e sueco Ilir Latifi se encaram na pesagem do UFC Suécia 2, em Estocolmo - UFC/Divulgação
Iraniano Gegard Mousasi (e) e sueco Ilir Latifi se encaram na pesagem do UFC Suécia 2, em Estocolmo Imagem: UFC/Divulgação

Do UOL, em São Paulo

06/04/2013 06h00

A segunda edição do UFC da Suécia, que acontece neste sábado, em Estocolmo, é daquelas com enredo de novela. Sem o principal astro do card, já que Alexander Gustafsson se machucou, o evento teve por algumas horas a inclusão de Wanderlei Silva. Desfeita a pegadinha do brasileiro, a luta principal virou uma grande incógnita, com a adição de um desconhecido como substituto para encarar Gegard Mousasi, que também chega sob desconfiança ao Ultimate.

Depois de mais de um ano fora por lesão Mousasi, ex-campeão dos meio-pesados do Strikeforce, vai encarar Ilir Latifi, que sequer era do plantel do UFC, foi chamado às pressas e confirmado no combate principal apenas três dias antes da pesagem. Todo o problema se deu por conta de um corte sobre o olho esquerdo de Gustafsson.

Mesmo com o UFC querendo manter a luta principal, a federação sueca que regulamenta o MMA vetou sua participação, alegando não haver tempo hábil para o corte sarar. Dana White se revoltou, divulgou uma foto em que o “Wolverine” Gustafsson já parecia curado e pronto para lutar, mas não houve acordo.

Enquanto toda essa “tragédia” acontecia e arriscava o sucesso do evento para o UFC, eis que o brasileiro Wanderlei Silva animou a coisa. No 1º de abril, o ex-campeão do Pride resolveu tuitar que havia sido chamado para substituir Gustafsson e encarar Mousasi. Mas, depois da balbúrdia com fãs, imprensa e até o próprio Mousasi, que disse aceitar o desafio, o veterano revelou que tudo não passou de uma piada do Dia da Mentira.

Desfeito o problema, foi então anunciado Ilir Latifi. O sueco é parceiro de treinos de Alexander Gustafsson e a facilidade de ele já estar no país, ter apelo com o público local e ter facilidade para bater os 93 kg dos meio-pesados definiram sua escolha.

O reflexo da saída de Gustafsson no card é medido facilmente pelas casas de apostas, que tem Mousasi disparado como favorito. Para os que apostaram no ex-campeão, é preciso pagar US$ 1850 dólares para lucrar apenas US$ 100 em caso de vitória. Em caso de vitória do azarão, US$ 100 dólares apostados rendem US$ 900 a quem jogar em Latifi.

Mas, quem pensa que o sueco pensa em entrar no octógono, sair e pegar a bolsa que o UFC vai pagar, está enganado. Latifi sabe que a oportunidade é uma chance de um atalho impensável para quem estava apenas treinando dias atrás.

“Estou confortável comigo mesmo. As pessoas dizem que não tenho nada a perder, mas eu tenho sim. Quero entrar na jaula e fazer uma boa luta. Se fosse entrar para perder, não faria sentido”, disse à ESPN o meio-pesado, que perdeu 11 kg em três dias para a pesagem. O sueco tem 5 vitórias e duas derrotas na carreira profissional, e vem de três triunfos consecutivos.

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No caso de Mousasi, uma lesão ligamentar é fonte de preocupação, mesmo sem Gustafsson do lado oposto do octógono. O último combate do iraniano de 27 anos foi em janeiro de 2012, pelo Strikeforce. Depois disso, ele rompeu um ligamento do joelho, passou por cirurgia e uma longa recuperação.

“Depois da cirurgia, a preparação física para esta luta foi difícil para mim. Eu mudei, não sei se poderei fazer o que fazia no passado”, admitiu ele, à FOXSports.

Com o substituto Latifi ou o estreante no UFC Mousasi, o fato é que perder Gustafsson, um concorrente forte na fila do título de Jon Jones, mudou totalmente o quadro. Resta esperar para ver se, em cima do ringue, as desconfianças ficam de lado e o combate esquenta.

Campeão do TUF, brasileiro tenta embalar inspirado por Wand

Diego Brandão foi campeão do TUF 14, nos EUA, com uma campanha avassaladora. Mas ele ainda luta para provar seu talento depois que conseguiu o contrato com o UFC. O pupilo de Greg Jackson (técnico de Jon Jones) perdeu sua primeira luta pós-reality, no UFC 146, mas se recuperou em outubro, no UFC Rio 3, triunfando por pontos.

Agora, o peso pena encara Pablo Garza. O norte-americano tem 12 vitórias e três derrotas na carreira e bateu o canadense Mark Hominick no UFC 154, após duas derrotas seguidas.

“Vou buscar mais meu jiu-jítsu, pois a trocação vira loteria em alguns momentos. Eu sempre quero ficar em pé, mas o Pablo é um cara que aceita bem a luta no chão. Então por que não entrar nessa? Vou buscar o jiu-jítsu mesmo”, planeja ele.

Outro destaque da noite é a estreia no UFC do filho do astro aposentado Randy Couture. Ryan Couture, de 30 anos, tem sete lutas no MMA, com seis vitórias e uma derrota. Vindo do Strikeforce, ele vem sob desconfiança de dois triunfos por decisão dividida para enfrentar Ross Pearson, da Inglaterra, e provar que herdou o talento do pai.