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Jornalista gringo se choca com arremesso de cerveja e gritos de 'Negueba' no Rio

Torcida brasileira foi elogiada pelo presidente do UFC, Dana White, como a mais barulhenta - Divulgação/UFC
Torcida brasileira foi elogiada pelo presidente do UFC, Dana White, como a mais barulhenta Imagem: Divulgação/UFC

Do UOL Esporte

Em São Paulo

29/08/2011 21h45

A vinda do UFC ao Rio de Janeiro foi um sucesso, com um evento que terminou sem problemas e, de quebra, com vitórias arrasadoras das estrelas brasileiras. Mas a edição carioca do evento escreveu uma página totalmente nova, principalmente para quem o acompanha no exterior. Um prato cheio para jornalistas como Ben Fowlkes, do site MMAFighting, que não escondeu o choque cultural que vivenciou.

Em sua coluna, Fowlkes brincou principalmente com as cervejas arremessadas na comemoração brasileira e com a pontualidade no país. As reclamações ficaram por conta dos acessos à imprensa e a desinformação.

“Não se cobra o bastante por uma cerveja na HSBC Arena. Nunca achei que ia reclamar disso, mas quando vi a tempestade de copos após a vitória de Minotauro contra Schaub, fui forçado a admitir que há um lado bom no alto preço das cervejas. Nos EUA, torcedores nunca jogariam fora tanta cerveja. Não depois de pagar nove dólares por elas”, escreveu ele. As cervejas no local saíam por cinco reais.

“O mais confuso é o ‘timing’. Em vez de jogar como um protesto raivoso, como os norte-americanos fariam, os brasileiros o fizeram em celebração”, adicionou, relatando a repetição do episódio após as lutas de Shogun e de Anderson Silva - nesta, ele já fechava seu laptop para evitar respingos da bebida.

Ben ainda teve de questionar os colegas de profissão brasileiros logo na primeira luta, quando a bem-humorada torcida apelidou o canadense Yves Jabouin de Negueba, lembrando o atacante do Flamengo.

“É o nome de um jogador de futebol. Ele é negro, como Jabouin”, explicou o brasileiro, que questionado se o jogador e o lutador eram tão semelhantes admitiu. “Não, eles nem se parecem tanto.”

A única grande reclamação do colunista acabou sendo a entrada de imprensa, considerada por ele mal localizada. Ele ainda sofreu com má vontade de quem deveria informá-lo do local. Mas se surpreendeu quando o evento começou pontualmente e com a arena cheia.

“Se você chama um brasileiro para almoçar ao meio-dia, ele aparece às 12h45. Mas se quer encontrá-lo para assistir a uma luta, ele estará lá dez minutos antes, aguardando impacientemente”, opinou, com bom humor.

O jornalista resumiu bem a visão estrangeira do que se viu no Rio: “Para os norte-americanos da imprensa, o evento poderia se chamar ‘UFC 134: Diferenças Culturais'. Sabíamos que veríamos coisas diferentes no Brasil. Só não sabíamos o quão diferentes”.