Topo

Brasileiro é artilheiro na Bolívia e comemora título: 'Sensação incrível'

Francisco da Costa foi artilheiro do campeonato e campeão com o Bolívar - Divulgação/Bolívar
Francisco da Costa foi artilheiro do campeonato e campeão com o Bolívar Imagem: Divulgação/Bolívar

Jeremias Wernek

Do UOL, em Porto Alegre

23/06/2022 04h00

Campeão, com direito a dois gols no jogo final, e artilheiro do campeonato. Francisco da Costa vive dias de ídolo na Bolívia por causa do título nacional conquistado pelo Bolívar. O time comandado por Antonio Carlos Zago faturou a taça com participação decisiva do centroavante brasileiro.

Francisco da Costa marcou 10 gols na campanha do título do Bolívar. Na temporada, foram 20 jogos, 13 gols e sete assistências. Uma participação para gol a cada 71 minutos e um gol a cada 109 minutos. Números que mantiveram a fase vivida em 2021, pelo Sol de América, do Paraguai.

"Consegui marcar muitos gols, dar muitas assistências, sentir a experiência de jogar finais de competições nacionais e jogar uma das maiores competições internacionais do mundo", disse o atacante ao UOL Esporte.

No jogo decisivo do Apertura do Campeonato Boliviano, Francisco da Costa fez dois gols na vitória por 3 a 0 diante do The Strongest. A festa teve ovação ao brasileiro com passagem pela base de Grêmio e Inter, Athletico e clubes de Santa Catarina.

"Foi uma sensação inexplicável. Ainda mais pensando no tamanho do desafio que foi enfrentar a mudança de país, levando em conta o contexto de viver em La Paz. Este ano, num geral, eu vivi momentos inesquecíveis com a camisa do Bolívar e que vou levar pra minha vida. Conquistar um título nacional sendo apoiado por uma torcida muito forte e poder fazer parte da história de um clube de alguma forma é algo que me encanta."

Na Libertadores de 2022, Francisco da Costa marcou três gols - diante do Deportivo Lara, da Venezuela e Universidad Católica-EQU, nas fases preliminares do torneio. A oferta do Bolívar, depois de destaque no Paraguai, não gerou nenhuma dúvida no atacante. O clube tem parceria com o Grupo City, que auxilia a gestão da equipe em formato diferente do habitualmente empregado no Manchester City e Torque City-URU, por exemplo.

"O projeto que me foi apresentado no Bolívar foi algo surreal. A atenção e o carinho que me foi dado antes mesmo de me contratarem foi algo que me agradou. É um clube que tem pretensões grandes e que colherá seus frutos logo ali na frente. Além disso, o fato de ter um técnico brasileiro e colegas brasileiros também foi algo que facilitou e me ajudou ainda mais essa experiência vivida", comentou Francisco da Costa.

Confira outras respostas do atacante

Time comandado por Antonio Carlos

Zago é um cara fantástico. A verdade é que esse trabalho foi todo pensado, planejado e elaborado por ele e sua equipe de trabalho. É um ótimo técnico e não é à toa que trabalhou onde trabalhou e está onde está agora. Sem falar que é um cara extremamente competitivo. Pois sair do Brasil para enfrentar os desafios no mercado internacional é algo que eleva um profissional. Muitos não valorizam, mas o da América do Sul fora do Brasil é muito forte, muito competitivo e são pessoas que acabam valorizando muito essa nossa cultura brasileira, seja como treinador ou jogador.

Jogar com frequência em estádios na altitude

Estou adorando jogar na Bolívia. Assim como tive um aprendizado e uma vivência espetacular jogando no Paraguai e jogando no México, a Bolívia tem com certeza um povo muito receptivo e com várias riquezas culturais. Sobre jogar na altitude, acaba sendo um processo. Nos primeiros meses é bem complicado, é verdade, mas é uma questão de adaptação, que mais cedo ou mais tarde chega. É necessário estar preparado mentalmente, pois às vezes é decepcionante não conseguirmos ter o mesmo desempenho físico do nível do mar. Mas no momento que nos adaptamos, a verdade é que tudo fica mais fácil depois. É necessário ter paciência e persistir.

Desejo de jogar no Grêmio um dia

(Não teve) Nada efetivo. Sou gaúcho, minha família é gaúcha e tem essa ligação com o clube, mas eu sou antes de mais nada um profissional. Jogar em um clube do tamanho do Grêmio seria uma honra, assim como em qualquer outro clube grande do Brasil. Mas no momento penso em fazer o melhor trabalho possível aonde estou, no Bolívar. Sei que isso por si só me abrirá portas em vários lugares. Sempre busco crescer e subir degraus, independente de onde seja. Obviamente que jogar no Brasil seria um sonho. Nasci no Brasil e estar perto do meu povo novamente depois de anos seria algo lindo.

Planos para o futuro

Meu contrato com o Bolívar é de três anos. Quanto aos meus planos, é algo difícil de falar. Hoje eu estou no Bolívar, mas no futebol o amanhã nunca se sabe. Deixo isso nas mãos do meu representante, para que eu foque apenas no meu trabalho do dia a dia. A partir do momento que chegar algo interessante para mim e para o Bolívar, sentaremos para conversar. Hoje estou no Bolívar e meu foco está aqui enquanto tiver contrato com o clube. Para ser bem sincero, os meus planos hoje estão em aproveitar bem as minhas férias pois acho que mereço (risos) e voltar bem para alcançar os objetivos do segundo semestre.