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Vasco volta ao Maracanã, 'divide' torcida, mas vê perspectiva em novo aceno

Torcida do Vasco compareceu em pequeno número no clássico com o Flamengo, mas fez barulho no Maracanã - Rafael Ribeiro / Vasco
Torcida do Vasco compareceu em pequeno número no clássico com o Flamengo, mas fez barulho no Maracanã Imagem: Rafael Ribeiro / Vasco

Alexandre Araújo e Letícia Marques

Do UOL, no Rio de Janeiro (RJ)

04/06/2022 04h00

O Vasco anunciou, na noite de ontem (3), que vai levar o jogo contra o Cruzeiro para o Maracanã. O Cruz-Maltino volta a utilizar o estádio na Série B do Campeonato Brasileiro depois de oito anos, e em meio a uma boa sequência em São Januário, o que dividiu opiniões entre a torcida.

A utilização do Maracanã acontece também em momento que o clube da Colina deixa clara a intenção de participar da administração do estádio, principalmente caso o departamento de futebol esteja sob o comando da 777 Partners — empresa que deseja gerir a SAF vascaína.

Em uma nota oficial, o Cruz-Maltino justificou a troca ressaltando a "enorme procura de ingressos por parte da torcida vascaína nos jogos em casa nesta Série B, com lotação esgotada nas três últimas partidas em São Januário".

O Caldeirão, de fato, tem sido um aliado na atual campanha. Em seis jogos, foram quatro vitórias e dois empates, o que representa 77,7% de aproveitamento. Ao todo, o time de Zé Ricardo tem 18 pontos na competição.

"O fato de eu estar com essa camisa [em homenagem a Pai Santana] é para agradecer a torcida que fez uma festa linda, apoiou o tempo todo, vibrou, entendeu que a gente enfrentava uma grande equipe, jogo nervoso. Certamente, o apoio deles deu tranquilidade para sair com os três pontos. Dos jogos que tive aqui este ano, sem dúvida nenhuma foi o jogo mais emocionante. Essa interação dos meninos, principalmente os que têm sangue vascaíno, eles se identificam muito, às vezes a gente precisa controlar essa ansiedade", disse o treinador, após a vitória sobre o Bahia.

Ao mesmo tempo em que parte da torcida reprovou a mudança, apontando as vantagens técnicas de jogar em São Januário e a sinergia entre campo e arquibancada, outra celebrou o fato de o Vasco poder atuar no "Maior do Mundo" e lembrou que o estádio também faz parte da história do clube.

O retrospecto utilizando o estádio na Série B, por outro lado, é positivo. Entre partidas nas edições de 2009 e 2014, foram nove jogos, foram seis vitórias, um empate e duas derrotas. Nos campeonatos de 2016 e 2020 o Vasco não atuou no local como mandante. Contra o Cruzeiro, são 10 partidas, com cinco vitórias, quatro empates e uma derrota.

Vasco mira gestão do Maracanã

A partida contra o Cruzeiro também é vista como uma chance de o Vasco mostrar força no Maracanã. Segundo nota do clube, a venda de ingressos começa na segunda-feira.

A diretoria, em algumas oportunidades recentes, fez acenos para explicitar a vontade de participar da administração do local, que atualmente é dividida entre Flamengo e Fluminense. Este, inclusive, é um pleito também junto à 777.

Gutemberg Fonseca recebe camisa do Vasco personalizada das mãos do presidente do clube, Jorge Salgado - Bruno Braz / UOL Esporte - Bruno Braz / UOL Esporte
Gutemberg Fonseca recebe camisa do Vasco personalizada das mãos de Jorge Salgado
Imagem: Bruno Braz / UOL Esporte

No fim de março, a cúpula do clube esteve presente em uma cerimônia que homenageou os ídolos vascaínos Pedrinho e Nenê na Calçada da Fama do Maracanã. Na ocasião, o presidente Jorge Salgado presenteou o Secretário de Esporte e Lazer, o ex-árbitro Gutemberg de Paula Fonseca, representante do Governo do Estado do Rio de Janeiro, com uma camisa do clube e falou sobre a história do Cruz-Maltino no estádio.

"Uma linda tarde vascaína no Maracanã. Homenagem aos nossos ídolos Nenê e Pedrinho, eternizados na Calçada da Fama, na companhia de Roberto Dinamite e de nossa torcida. Fomos protagonistas na construção da lenda do Maracanã. Vamos voltar".

A ideia inicial do Vasco é a de se chegar a um acordo com a dupla Fla-Flu para que os três consigam gerir o Maracanã.

O Cruz-Maltino tenta convencer os rivais de que sua chegada ajudará a cumprir a meta estabelecida para o novo consórcio de ao menos 70 jogos por ano no estádio, ressaltando que o clube o utilizaria apenas nas partidas de grande apelo de público, já que possui São Januário.

No mês passado, Claudio Castro, governador do Rio, teve um encontro no Palácio Guanabara, sede do Governo, com representantes do Vasco e executivos da 777.

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