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Paulo Sousa fala pela 1ª vez após 'bomba' de Jorge Jesus: 'Deus o abençoe'

Do UOL, no Rio de Janeiro (RJ)

08/05/2022 13h44

Após a derrota do Flamengo para o Botafogo, na manhã de hoje (8), pelo Campeonato Brasileiro, o técnico Paulo Sousa comentou as declarações de Jorge Jesus. Na última quinta-feira, Renato Mauricio Prado, colunista do UOL Esporte, publicou falas do ex-treinador do Rubro-Negro que tumultuaram o ambiente. Hoje sem clube, ele afirmou querer voltar e que teria até o próximo dia 20 para definir seu futuro.

Paulo Sousa foi anunciado em dezembro e, à época, houve uma conversa da diretoria com seu compatriota, que ainda estava vinculado ao Benfica, de Portugal.

Jorge Jesus esteve no Flamengo entre 2019 e 2020, e foi campeão do Brasileiro, da Libertadores, da Supercopa do Brasil, Recopa Sul-Americana e do Carioca. Ele se despediu do Rubro-Negro em julho de 2020 e, na ocasião, tinha contrato até o meio do ano seguinte.

"Em relação ao Jorge é um treinador que eu respeito, respeito a história do Flamengo, respeito a importância dessa história e respeito aquilo que o Jorge foi no Flamengo em 2019, o que ele conseguiu. Também temos de respeitar o Paulo Carpegiani, que ganhou um dos títulos, se não o mais importante, da história do clube, que foi o Mundial de Clubes [de 1981]. É essa a situação. Ao Jorge, especificamente, só peço a Deus que o abençoe, a ele e sua família, e que, muito sinceramente, do fundo do meu coração, que tenha saúde, paz, sobretudo consigo mesmo, e sucesso", disse.

Torcida do Fla pede a volta de Jorge Jesus na partida contra o Botafogo no Mané Garrincha - Mateus Bonomi/AGIF - Mateus Bonomi/AGIF
Imagem: Mateus Bonomi/AGIF

A partida de hoje foi a primeira após a entrevista de Jesus. Alguns torcedores do clube da Gávea, inclusive, levaram ao Mané Garrincha faixas pedindo o retorno do ex-treinador, e chegaram a cantar "olê, olê, Mister, Mister", em clara referência ao comandante de outrora.

Como o UOL Esporte mostrou na última sexta-feira, as afirmações de JJ não foram bem digeridas por Marcos Braz, vice-presidente de futebol, que viu a manobra como espécie de "fogo amigo". O dirigente, que tem boa relação com o treinador, ficou em uma saia justa após o episódio. Avalista do trabalho de Sousa, ele entende que eventual imposição do nome do campeão da Libertadores de 2019 significaria perda de prestígio.

Além disso, outros membros da diretoria rubro-negra veem uma manobra política por trás do lobby por Jesus. O jantar onde ele deu as declarações ocorreu na casa do ex-presidente Kleber Leite, que tem defendido nos bastidores a contratação do treinador. Só que Leite tem uma relação ruim com os atuais dirigentes e com o presidente Rodolfo Landim. Ele quase foi expulso do quadro social por conta das dívidas geradas em sua gestão na década de 90 - até hoje há uma ação na Justiça do Banco Central cobrando impostos não pagos pelo clube em sua época.