Messi acha Neymar 'craque absoluto' e sempre desejou parceria, diz escritor
O livro "Messi: o gênio completo" acaba de ser lançado no Brasil. Escrito pelo jornalista argentino Ariel Senosiain, é um relato da trajetória do jogador sete vezes eleito como o melhor do mundo com a camisa de sua seleção. Algumas das passagens da obra de 256 páginas tratam da relação de Messi com Neymar, companheiro no Barcelona e no PSG e grande rival entre seleções.
Em entrevista ao UOL Esporte, o autor do livro conta detalhes até então pouco conhecidos da relação entre os dois astros. Segundo Senosiain, Messi "sempre quis a companhia" de Neymar dentro de campo e fazia esse pedido à diretoria do Barcelona depois de o brasileiro ter sido vendido ao Paris Saint-Germain.
"Uma demonstração disso [de que Messi sempre desejou a parceria com Neymar] é que ele geralmente não responde aos treinadores e dirigentes que pedem suas opiniões para não assumir a responsabilidade, mas cada vez que o Barcelona lhe perguntou algo sobre reforços, jogadores, ele dizia que tinham que recontratar Neymar. Que tinham que comprar de volta, mesmo perdendo dinheiro. Para Messi, a maneira de o Barcelona voltar a vencer a Champions era juntá-los, antes com Suárez também", diz o escritor, antes de completar:
Messi considera Neymar um craque absoluto que aparece nos momentos mais importantes."
Ainda segundo Ariel Senosiain, Messi não queria "de jeito nenhum" que Neymar deixasse o Barcelona para jogar no PSG há cinco anos. Quando conversaram, o argentino entendeu os motivos e intenções da transferência, mas avisou que a Inglaterra seria um destino melhor para ser o melhor do mundo. "Incrivelmente, com o tempo eles se juntaram no PSG", diz o autor.
A amizade entre Messi e Neymar também recebeu menções na série "Neymar: o caos perfeito", lançada pela Netflix em janeiro. Há momentos delicados, como palavras de incentivo ditas pelo argentino depois de um jogo do Barça em que o brasileiro foi mal — ainda em 2013, no começo de sua passagem — e outros mais alegres, como uma dança da dupla ao lado do uruguaio Luis Suárez, todos bêbados. Messi e Neymar jogaram juntos entre 2013 e 2017 e de novo a partir de 2021.
"Messi escolheu o PSG fundamentalmente por três companheiros que teria, Di Maria, Paredes e Neymar. Ele saiu de Rosario aos 12 anos e de Barcelona aos 34, era preciso alguma segurança ao sair de um lugar com tanta carga afetiva. Também era preciso uma mobilização esportiva de um clube que pudesse ganhar a Champions, e assim foi. Mas decidiu principalmente pelo lado pessoal", diz o biógrafo, que elege Neymar ao lado de Ronaldinho Gaúcho, Daniel Alves, Suárez, Aguero, Fernando Gago, Xavi e Iniesta como os "maiores parceiros da vida esportiva de Messi".
Livro mudou de nome após título no Maracanã
Ariel Senosiain decidiu escrever sobre a história de Messi na seleção argentina porque "na literatura, é mais interessante a derrota do que a vitória". Não faltaram derrotas e frustrações em mais de 15 anos a serviço da seleção, exceções feitas a um Mundial sub-20 e uma medalha de ouro olímpica. Como profissional, nada.
O livro foi lançado na Argentina em dezembro de 2020, intitulado "Messi: o gênio incompleto". Ele refletia sobre o fato de Messi ser o craque que é, mas nunca ter vencido pela seleção. A realidade mudou quando a obra já estava à venda, porque o camisa 10 foi capitão do título da Copa América de 2021 conquistado contra a seleção brasileira no Maracanã. Uma segunda edição foi lançada com novo capítulo e título: "Messi: o gênio completo".
"Houve quem dissesse que para ser completo o gênio devia ter outra personalidade, porque se compara muito Messi com Maradona aqui; outros diziam que para ser completo devia jogar na Argentina, o que não aconteceu; e outros diziam que para se completar como gênio teria que ganhar alguma coisa pela seleção. Não foi o Mundial, mas o jeito, a maneira, o lugar e a emotividade da Copa América se aproximaram muito de uma Copa do Mundo", diz Ariel, antes de completar:
"Aqui na Argentina as pessoas queriam muito que Messi ganhasse algo pela seleção por causa de um desejo coletivo de vê-lo com lágrimas nos olhos por uma vitória, não por uma derrota. Isso unia muito ao povo e é difícil unir o povo argentino em qualquer aspecto. Isso acontecia também com os jogadores, tanto que quando acaba o jogo sete homens vão abraçá-lo."
É um torneio em que Messi foi protagonista por várias razões. Primeiro, porque ele lamentava não ter sido disputado na Argentina, que antes dividiria com a Colômbia. Segundo, porque a Conmebol conseguiu vacinas para todos os envolvidos e ele soube que os empresários não quiseram dinheiro em troca, e sim três camisas do Barcelona assinadas por ele. É uma coisa incrível, Messi transcende fronteiras. Por fim, foi um grande torneio dele. Num nível inferior ao que jogou em outras finais que perdeu, como em 2014. Mas agora não há muitas críticas, o triunfo legitima."
"Messi: o gênio completo" foi lançado no Brasil pela Editora Hábito e já está à venda por R$ 64,90. Na Amazon, o livro é encontrado por R$ 44,51 (preço consultado em 5/5/2022).
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